Eu nunca fui muito lá fã de política, sempre achei meio inútil pensar nisso e que o melhor a fazer era deixar as coisas rolarem. Uma hora de propaganda eleitoral para mim era apenas uma hora de show humorístico, e nada mais.
Mas de uns tempos pra cá minha mente tem dado uma considerável “abrida”, digamos assim. Comecei a me interessar mais pelas nuances e detalhes da política. Mas foi só para me decepcionar mais com o gênero humano.
Começando com a eleição de prefeito aqui de Novo Hamburgo. O que os candidatos mais fazem (ou menos desfazem, vai saber) é acabar com a imagem dos oponentes e criar musiquinhas grudantes que tu nunca mais vai esquecer. E a letra dessas musiquinhas, por sinal, é sempre cheia de palavras bonitas, que fazem o povo relacionar o político com coisas bonitas, mas que por outro lado não tem profundidade nenhuma de significado. Gente é bicho bem burro mesmo, se deixa levar por uma música sem sentido real.
E as promessas, vejam bem, não diferem muito das músicas de campanha. Palavras como “emprego”, “saúde” e “segurança” são mato na boca dos políticos. Todos os problemas do mundo são resolvidos por essas palavras, ditas em ordens diferentes e com palavras rebuscadas a lhe entremear. É quase um crime lingüístico o que eles fazem, deixando o povo com cada vez menos capacidade de compreender as coisas, com cada vez menos senso crítico. E sempre há um bando de analfabetos funcionais para votar em um político bom de papo.
E isso é outro ponto legal de se discutir (eu comigo mesmo, vocês que se atenham aos comentários, hehehe). Muitas vezes, pelo menos a classe blogueira dos usuários da internet, e mais ainda, os escritores de verdade, se vêem em um beco sem saída: ou falam o que eles querem usando as palavras que eles querem ou eles escrevem o suficiente para que todos entendam mesmo que alguns (os espertos) possam considerar metade do texto um eco da outra metade. É aquela coisa de espremer o texto e ver o que sai: o que sai é aquilo que o autor queria passar, e o bagaço que fica na sua mão é toda a lingüiça que ele teve de encher para fazer os leitores menos espertos entenderem.
E voltando à política, o que vocês acham da propaganda eleitoral da TV? Eu, como antes, continuo achando aquilo lá um programa humorístico gratuito, por que às vezes vai cada figura lá... que nossa. Mas me atendo ao que eles falam em seus 10 segundos de direito, digo que aquilo é bagaço puro. Tu espremes e não sai nada. Na TV, muito mais do que nas musiquinhas, eles abusam de palavras sem significado e de todo o arsenal de palavras e gestos de controle de massas (demagogia) que conhecem.
Aff, não quero fazer uma crítica política aqui no blog, apenas queria exprimir uma opinião desolada: custava ter as pessoas o costume de realmente entender o que os outros falam, apenas pra eu poder escrever da maneira que eu quiser?
Hehehehe
Abração!
Há 11 anos