sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Pra Começar o Ano Sabendo

Em uma das minhas navegadas pela web, acabei por ir parar no site da Super e me deparei com a manchete “30 maiores mistérios da ciência”. Pronto, ganhei o dia.
Mas eu não podia deixar de mostrar pra vocês um deles. Veio em boa hora, pra vocês já começarem o ano sabendo. Não que seja algo que nós já não tenhamos nascido sabendo, mas agora é científica e estatisticamente provado.

Abraço!

O que é a felicidade?
Será que a ciência pode mensurar esse sentimento tão desejado?

Por Rodrigo Cavalcante

Por muito tempo, a felicidade foi tratada como uma sensação intangível, tema da filosofia e da arte – e não da ciência . Acontece que, nos últimos anos, a união entre psicólogos, economistas e neurologistas turbinaram a chamada “ciência da felicidade”, um novo campo que promete revolucionar a ciência nas próximas décadas.

Como os neurologistas já conseguem identificar quais áreas do cérebro são acionadas quando sentimos prazer, os pesquisadores conseguem cruzar esses dados com as respostas das entrevistas, passando a contar com um panorama muito mais confiável sobre o tema. Mas como defini-la?

“Felicidade é sentir-se bem, gozar a vida”, diz o economista britânico Richard Layard, autor de A Ciência da Felicidade. Considerado uma das maiores autoridades no assunto, ele ficou famoso por levantar uma questão curiosa: o aumento de renda de países não foi seguido do aumento do grau de felicidade dos seus cidadãos.

De acordo com Layard e outros pesquisadores, isso acontece por dois motivos. O primeiro é o fato de que o que torna uma pessoa mais feliz não é o aumento da renda em si, mas o aumento em comparação aos seus colegas. Uma pesquisa na Universidade Harvard, nos EUA, mostrou que a maioria dos alunos preferiria receber US$ 50 000 se os outros ganhassem a metade desse valor, em vez de receber US$ 100 000 se os outros ganhassem US$ 200 000. O segundo estaria em nossa capacidade de nos adapta r ao novo padrão.

Mas, se a riqueza não traz felicidade, o que traz? Se você pensou em saúde, juventude, um QI alto, um bom casamento, dias ensolarados ou ter uma crença religiosa, saiba que tudo isso ajuda. Mas, de acordo com pesquisa realizada em 2002 pela Universidade de Illinois, também nos EUA, as pessoas com alto nível de felicidade são aquelas que têm mais capacidade de fazer amigos e manter fortes laços afetivos com eles. Um hábito simples e gratuito.

No original: http://super.abril.com.br/revista/240a/materia_especial_261548.shtml?pagina=1

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz Natal

Gente, é irônico. Eu estou suando parado, com o ventilador ligado de modo que ele movimente o ar morno em volta de mim (o que não ajuda a me refrescar) enquanto passam na TV propagandas do Papai Noel andando na neve, ou andando de trenó e sentindo a brisa, ou, na alternativa mais quente, sentado em um shopping com o condicionador de ar a mil.
Pois é, mas fazer o que? Ninguém mandou eu nascer em um país tropical nem em um mundo onde o efeito estufa está pegando fogo, literalmente.

Whatever.

Eu estou postando hoje esse pequeno texto para compensar o gigantismo do anterior, e para desejar a todos os que passarem por aqui e a todos os que não passarem aqui também um Natal cheio de presentes e de alegrias. Parem pra pensar um pouco no próximo, do mesmo modo que aquele cara pediu que fizéssemos, a uns dois mil anos atrás. Não custa nada, e proporciona um grande crescimento pessoal se feito certo.

Era, isso.

Feliz Natal!

sábado, 22 de dezembro de 2007

Várias Coisas a Dizer

O texto de hoje não tem uma progressão temática, mas deixa pra lá. Quero falar sobre várias coisas a fim de compensar o provável tempo que eu ficarei sem postar. Vou ficar sem postar não por que vou viajar, ou vou estudar, não. Na verdade eu não vou fazer nada, férias, férias, férias! Ócio total, absoluto e satisfatoriamente prolongado. Alguns podem chegar, através de uma lógica infalível, à conclusão de que com todo esse tempo livre eu deveria, portanto, escrever mais e deixar o blog sempre atualizado, mas não. É exatamente por que eu tenho tempo livre que eu não vou conseguir me obrigar a postar alguma coisa. Talvez eu, depois de uma ginástica mental, consiga arrumar força de vontade para isso, mas nada certo. Não vou prometer nada a vocês.
Pois bem, acabo de voltar da minha formatura do ensino fundamental. Ninguém gosta de afirmar isso em voz alta, mas é bem verdade: essa formatura foi o corte do cordão umbilical em forma de laço de carinho que unia os alunos e professores. Daqui pra frente todos os professores serão quase inimigos, tramando formas de fazer com que a maior parte da turma se ferre no final do ano. Mas cada problema em sua vez, não sejamos precipitados.
Podem falar mal da minha escola, comparar ela com presídios de segurança máxima, fazer o diabo, mas eu não me importo. Só nos últimos momentos é que eu me dei conta de quanto eu gosto daquele lugar. De quanto eu gosto quando os professores dão uma “mijada” na gente, quando eles nos dão um elogio, quando as tias da cozinha oferecem mais uma vez banana na merenda (as melhores bananas que eu já comi), quando damos as nossas escapadas para o pátio para assistir as outras turmas jogarem bola na torreira do sol, etc. Vou voltar muitas vezes durante o ano que vem para lá.
E pois é, isso me lembra que eu tenho que puxar bastante o saco dos meus professores, já que pelo visto todos decidiram dar uma visitada aqui no blog desse que vos fala. Se, por algum acaso, vocês aparecem aqui novamente, “oi” pra vocês. Deixem um comentário nem que seja só para eu saber que estiveram aqui e conseguiram deixar a marquinha.

Não sei se vocês notaram, mas eu senti uma leve diferença nos meus textos ultimamente. Os últimos três ou quatro, pra ser preciso. Sei lá, um jeito diferente de por as palavras, um jeito menos sutil de dizer besteiras, e por aí vai. Alguém mais notou? Se sim, me ajude a justificar o porque da mudança.

Eu queria fazer uma sessão “botando pra fora” agora. Só deixa eu me ajeitar aqui no divã. Certo.
De uns tempos pra cá, eu tenho me sentido estranho. Diferente demais. Primeiro, uma amiga minha me apresentou uma amiga dela, uma que faz o tipo “louquinha e retardadinha”, que faz um monte de loucura, vive rindo, e está o tempo todo falando coisa totalmente não aproveitável. E a minha amiga, a que apresentou a outra, diz que gosta dela exatamente por isso. Mas eu tive que ficar quieto, por que não fui muito com a cara da guria. A minha amiga notou, e ficou de cara feia comigo por eu não ter conseguido achar algo legal em uma pessoa sem conteúdo. A questão é a seguinte: será que eu estou me tornando chato?
Outra coisa, meio relacionado com o problema psicológico anterior, é que eu estou com medo de ter sucesso. Sempre que eu conquisto alguma coisa, várias pessoas se afastam de mim, como se fosse uma doença contagiosa, sabe? Só ficam as que gostariam de estar no meu lugar. Quando eu pulei de série, quando eu ganhei medalha na olimpíada de matemática, essas coisas. Eu tenho medo de continuar indo e perder as pessoas próximas de mim, o que, mais do que nunca, seria uma perda irreparável. E eu sei que vou conseguir ir em frente, e chegar onde eu quero, por que eu acredito no meu potencial e todos ao meu redor vivem dizendo que eu consigo chegar lá. Mas eu por enquanto tenho medo, só isso. Alguns amigos meus não tem ambição nenhuma. Não desejam “ir em frente” como eu disse antes. Eu não conseguiria. Na quero desmerecer a opinião deles, mas eu não consigo me visualizar sendo só mais um na multidão. Quero uma hora dessas publicar um livro, quero ler muitos livros e ser inteligente tanto quanto possível, e ser talvez não rico, mas ter o suficiente pra viver com o mínimo de luxo. E falando sério, tocando pro alto a modéstia e dando um bico pra escanteio, eu acho que seria desperdício se eu não for em frente e aproveitar as virtudes que Deus me deu.
Pode ter ficado meio estranho, mas vocês que são os psicólogos aqui e não é minha obrigação fazê-los entender, é obrigação de vocês entenderem sozinhos a cabeça de um doido.
Nessa segunda questão, a do sucesso ou não sucesso, não tem questão (frase estranha). Eu só quis realmente externar o que vem me roendo há algum tempo, e que lugar melhor para se por um segredo íntimo do que um blog a qual o mundo todo tem acesso? ;)

Agora, mudando de saco pra mala.

Um assunto que sempre me fascinou (são vááááários, mas vamos falar apenas sobre este por hoje) foi a lingüística. É impressionante como cada palavra tem uma origem em latim ou coisa parecida. E os significados que as palavras-origem tem, muitas vezes são convertidas de forma figurada para o português. Um exemplo que eu adoro eu vi em uma palestra gravada em DVD. A palavra “humos”, não tenho certeza se escreve-se assim, significa “terra”. Logo, quando uma pessoa humilha alguém, ela está pondo a outra pessoa próxima à terra, pisando na pessoa. Ou uma pessoa que é humilde, que se põe na terra para que ninguém a note, ou que não pareça estar se gabando. A palavra homem, e agora estou só no achismo, deve significar “feito da terra”. Eu achei legal isso, quero uma hora dessas me aprofundar no assunto.
Para os mais interessados, também tem outro exemplo que é o da plica. Isso significa dobra. Pois bem. Pensem que quando alguém explica algo, ela retira (ex) as dobras (plica) no entendimento de algo. Quando alguém complica algo, ela acrescenta (com) dobras (plica) no entendimento de algo, também. Ou mais: duplica (duas dobras), triplica (três dobras), quadruplica (quatro dobras), e vai...

Certamente estão achando isso uma chatice, então eu me despeço aqui. Me convenci de que o cérebro não funciona bem depois da meia noite, principalmente empenhado em uma criação literária desprovida de pés e acéfala.

Abraço!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Relato dos Passeios

Eu não gosto desse tipo de post, meio que ele só serve pra contar-lhes como está a vida e etc. Mas fazer o quê, não dá pra exigir do cérebro uma coisa diferente toda semana, e, afinal de contas, quando a gente vai explicar para os desinformados o que é blog, a gente acaba apelando pra descrição de “diário virtual”. Um diário meio aperiódico, e paradoxal por causa disso, mas não deixa de ser. Um “diary”, não um “daily”.
Poderia ter posto um título mais legal, algo que fizesse parecer que eu me esforcei pra criá-lo, mas não, não estou com disposição para me esforçar em nada. Sairia algo como “estou morto”, “ relato do meu óbito”, ou em um arrombo de criatividade um “resposta ao ‘Sim, ainda estou vivo’”. Reparem como eu carreguei de sarcasmo o arrombo de criatividade.
Seria resposta porque eu não posso dizer com toda a certeza que estou vivo. Pelo menos não no sentido conotativo da palavra. Qualquer um que teve dois passeios de final de ano seguidos um atrás de outro consecutivamente (hehe) deve concordar comigo.
Domingo foi o do coral. Pela manhã estava nublado e tinha uma leve brisa, o que nós interpretamos como sendo o arauto de um belo dia. Mas não. As nuvens, em vez de irem embora, se condensaram em chuva fina, e a brisa, em vez de amornar, virou um vento gelado e forte.
O que não nos impediu de sermos felizes e nos atirar na água. Logo depois de cairmos na água, brincarmos um pouco, constatarmos que não tinha nada pra fazer e voltarmos pro acampamento, nós vimos que se não fizéssemos algo seriam servidos novos sabores de picolé no outro dia. Todos com o nome de cada um de nós. Eu queria pegar uma cor, mas não sabia que ela seria logo o roxo de frio.
Não fosse a companhia de pessoas especiais como são os meus colegas do coral, o passeio teria sido um fracasso total. Foi com eles que eu enfrentei o frio na piscina, brinquei na pracinha, quase quebrei metade dos brinquedos de lá e ainda corri na chuva como uma criança. Valeu como encerramento, mas a janta na petiscaria do centro vai ser muito bem vinda.
Depois de voltar do passeio, já semi consciente, dei uma olhada no Orkut e nos comentários daqui do blog, e caí que nem um saco de bosta na cama. Foi fácil, dias antes eu quebrei a cama depois de saltar sobre ela (não estou mais tão leve), e agora ela está no chão.
No dia seguinte, bem cedo, eu me acordei e fui pro passeio da escola. Passeio de escola é uma coisa mais desorganizada do que o meu quarto (digam: ohhh!), e depois de uma hora de espera, eu consegui descobrir qual era o meu ônibus e fomos. Sentei junto dos professores, na frente do ônibus, que compartilhavam comigo a mesma opinião a respeito do pagode suspeito que uns alunos cantavam no fundão. Ficamos compartilhando ainda mais das mesmas opiniões quando eles começaram a tocar uns funks agradabilíssimos ao ouvido.
Chegando lá, fomos direto aos mochileiros, não os viajantes de carona, os armários de guardar mochilas. Eu e mais uns nos trocamos na rua mesmo, pois a sunga estava por baixo. É nova, e arrancou alguns assobios durante o passeio. Esse fato é totalmente irrelevante, mas sei lá, não custa nada dizer.
Fui a quase todas as piscinas e desci em todos os tobogãs, mais vezes nos maiores e pouco concorridos. Não consegui me queimar nem bronzear, mesmo passando protetor solar e bronzeador. O bronzeador eu peguei emprestado de uma colega, e passei um pouco por cima do protetor. Quando eu vi que não deu reação química e minha pele não começou a borbulhar, passei no resto do corpo.
Me desculpem as leitoras do blog, mas não posso deixar de acrescentar isso. Em um parque aquático como o que eu fui, deveria ter, além da enfermaria para cortes e afogamentos, uma enfermaria só para os casos de vesguice. Pois é. São tantos os tamanhos e estilos de biquíni para observar ao mesmo tempo e com extrema cautela que minhas córneas ficavam loucas, e não foram poucas as vezes em que um olho seguiu em direção diferente do outro.
No final, mais atraso, mais confusão com as mochilas, mais desconforto nos vestiários cheios, etc. No caminho de volta participei de um papo tri cabeça com os mesmos professores de bom gosto da ida, e ainda recebi vários elogios, o que, conseqüentemente, me fez prometer um monte de presentes de Natal. Eles sabem que vão acabar recebendo um conjuntinho, abraço e beijo, mas o que vale é a intenção.
E foi isso, agora o que resta de mim está aqui, escrevendo pro blog não ficar abandonado novamente. Vou tentar retomar o ritmo.
E depois dessa rápida retrospectiva mental dos acontecimentos, notei que continuei na seca. Irônico, por que eu estava em um parque aquático, mas já faz “tanto tempo que eu nem me lembro mais”. Isso me faz lembrar de uma música, mas daí já é o cúmulo da cara de pau querer enrolá-los por mais um parágrafo que seja.

Abraço, meus pacientes e queridos leitores!

domingo, 16 de dezembro de 2007

Tirando a poeira do teclado

Saudações a todos. Vim em paz. Meu nome ser Marcus Vinícius. Vocês falar meu língua?
Tá, talvez eu não tenha ficado fora tempo suficiente pra vocês me esquecerem, mas mesmo assim eu fiquei sem escrever por tempo demais. Todos os textos que eu tenho escrito poderiam ter o mesmo título que um dos anteriores: “Sim, eu ainda estou vivo”.
É a aproximação das férias abençoadas da classe discente, a de dois meses e um pouquinho. É tanto tempo de freqüente ociosidade mental que chega a enjoar. Nas últimas semanas eu sempre sinto uma saudade da escola e dos colegas, e uma ansiedade de conhecer os novos colegas quando tais existem. Lembro que no início desse ano, no primeiro dia de aula, eu fiquei totalmente decepcionado com a minha turma. A maior parte deles eram umas “criaturas de quatro patas”. As garotas mais lindas estavam na minha turma, mas isso não chegava a compensar. As criaturas de quatro patas me causavam mais agonia e nojo do que as gurias me causavam alegrias, se é que vocês me entendem.
Porém, mais adiante no ano, eu simplesmente me esqueci deles. Fiquei mais tolerante e troquei de turma, “desencanei”, como o Jader sempre me diz pra fazer nas horas em que eu estou tenso sem necessidade. Na nova turma também havia alguns seres desagradáveis, mas eles não chegavam a ser tão anti-eu como os da turma anterior. Pra eles eu não fedia nem cheirava. Aiai, bons tempos. [enxuga uma lágrima]. Estou ficando saudosista.

Pois bem, chega de falar do passado. É legal, de vez em quando, tirar o pó da memória do mesmo jeito que estou tirando-a do teclado, mas se prolongar muito nisso acaba virando rasgação de seda indiana, e eu não quero que meu blog vire um blog a lá Domingo Legal ou Domingão do Faustão. Deusolivre.
Prosseguindo.
A novidade mais legal, e que eu não poderia deixar de contar a vocês, até por que importunei vocês com novidades bem menos importantes várias vezes durante o ano, é que EU PASSEI NO LIBERATO. Estou que eu não caibo em mim.
Das 25 questões da prova, eu acertei 18, o que me deu uma nota de 5,4. Mais a nota da redação, 1,5, e eu fiquei com 6,9. Esse número me persegue (risos). Na lista do curso que eu escolhi (eletrônica. Trô, para os abreviadores e pros mais chegados), eu fiquei em 61º colocação. O que eu até acho bom, por que assim eu não chego lá nem rotulado de burro, com uma nota baixa, nem de gênio, com uma nota alta demais. Vou deixar para impressioná-los lá dentro. [risada maligna] huahahauahuahuauahauahua.
Amanhã, farei um passeio de final de ano com meu coral pra um sítio lá de Lomba Grande, o bairro rural da minha cidade. (Abre parênteses: um amigo meu, que também canta em coral, mora lá, e hoje ele perdeu o ônibus das sete que vai pra lá e ficou pra olhar nossa apresentação na praça ao lado da parada do ônibus, por que o próximo ônibus aproveitável pra ele vinha às onze. Fecha parênteses). Vai ser muito massa lá, com quase todos os colegas disponíveis pra conversa lícita, o que quer dizer que é possível conversar sem ter de se esconder da regente ou desviar dos petelecos dos coristas que querem prestar atenção no ensaio. O Antônio, que é um anti-social romântico, foi pra fazenda dos avós com a Ana. Tá, brincadeira. Ele não é romântico. Rsrsrsrsrs. Estou irrefreável hoje.
Botei “amanhã” no início do outro parágrafo por puro costume, por que na verdade é daqui a pouco o passeio.
Estou eu aqui, às cinco da madrugada, na frente do PC, experimentando uma insônia decorrente de dormir pela tarde e ouvindo os gatos cantando em coro músicas natalinas lá fora. No mínimo uma quebra de rotina. Faz bem, faz bem. O que não mata, fortalece. E eu estou Vivinho da Silva.

Então eu me despeço, pra tentar dormir mais um pouco antes do passeio. Os gatos lá fora agora começaram um Jingle Bells desafinado, vou tentar achar um jeito que não envolva sangue para fazê-los parar. Vassorada de Aaaaaaaaço! rsrsrsrs

Abraço!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Entrevista Exclusiva com Papai Noel

Tinha planejado escrever uma carta para o Papai Noel, da mesma forma que o fiz para Deus há algum tempo, no outro blog. Porém, por uma feliz seqüência de coincidências, ele aceitou me dar uma entrevista exclusiva. Segue então o diálogo:

Marcus Vinícius (MV) – E então Papai Noel, como tem passado?

Papai Noel (PN) – Ocupadíssimo devido ao Natal próximo, mas bem, dentro do possível. E você?

MV – Eu estou bem também. Um pouco aturdido, mas não esperava menos de alguém que desde os quatro anos de idade não acredita em algo e de uma hora pra outra se vê entrevistando esse algo, mas que seja. Vamos dar prosseguimento à entrevista. Quando e como foi que você se tornou Papai Noel?

PN – Bem, quando moço, há muito tempo, e bota tempo nisso, eu era muito bom. Muito bom mesmo. Tive uma vida inteira só de bondades. Então, certo dia, em vias de morrer, eu recebi uma visita de um anjo que me indagou se eu aceitaria viver pra sempre como presente por ter sido tão bom em vida. Eu, mais do que logo, aceitei. E os anos foram passando, sabe, e passando e passando. Acabou que eu não tinha mais nada pra fazer. Viver sem fazer nada é uma boa, mas as tardes de domingo me incomodavam. Então, fui atrás de algumas coisas, descobri outras e puf! Quando eu vi já estava entregando presentes em um trenó ao redor do mundo, dando continuidade a minha vida de benevolências.

MV – Hmm, legal. A Mamãe Noel não ficou desgostosa com a situação?

PN – Pra falar a verdade, não. Ela é bem feliz e está totalmente satisfeita em passar o tempo todo tricotando meias natalinas e fazendo bolachas de natal (são as responsáveis pela minha barriga, hohoho). Vez ou outra ela questiona meus passatempos, falando que são megalomaníacos e que eu deveria me contentar com uma vida calma e sem excessos. Mas isso não chega a incomodar. Pouco tempo depois ela já esquece a discussão e vem com uma nova formada de bolachas.

MV – Porque você escolheu o Pólo Norte como morada?

PN – Lá não tem carteiro enchendo a paciência e tem bastante espaço para as minhas fábricas, depósitos, e casas de duendes. E me facilita um monte na hora de voltar pra casa depois da Noite das Entregas. Não precisa quebrar a cabeça, é só apontar a bússola para o norte e mandar bala.

MV – Isso me faz lembrar outra coisa que eu gostaria de perguntar: como você faz para fazer todas as entregas ao redor do mundo em uma noite apenas?

PN – Ah, eu tenho meus métodos. Na velocidade da luz tudo pára, e eu me aproveito disso. Para fazer as renas alcançarem essa velocidade eu dou café pra elas. Admito que uso anabolizantes também, mas não vem ao caso.

MV – Hmm, certo. O que você faz quando não é Natal?

PN – Muitos acham que eu fico em casa, bebendo chá com bolachas. E é isso mesmo. O trabalho de vistoriar as cartas e anotar os pedidos fica a cargo dos meus ajudantes, dos ajudantes dos meus ajudantes e dos ajudantes dos ajudantes dos meus ajudantes. A hierarquia de trabalho é bem simples.

MV – Você também tem Orkut?

PN – O profile não é só meu. Eu, o coelhinho da Páscoa e alguns santos importantes dividimos a mesma conta. O que gera um certo caos: entre os milhares de recados recebidos nós temos de separar o que é pedido de Natal, o que é promessa de bom comportamento, negociações com São Pedro para deixar o verão ensolarado, negociações com Santo Antônio para ele arrumar um bom casamento, vírus, propagandas, recados automáticos e correntes.

MV – Tenho que adicioná-los. Um perfil com tantas celebridades não é de se perder de vista. Eu tenho mais algumas perguntas, posso continuar ou você está com pressa?

PN – Com pressa eu estou, mas pode continuar a entrevista.

MV – Certo então. O que é que as crianças mais pedem?

PN – Ah, só o trivial. Carrinhos, bonecas, bolas de futebol, televisões, vídeo games, computadores, casas, apartamentos com vista para o mar... esse tipo de coisa. Você não quer aproveitar para pedir algo agora?

MV – Assim, do nada? Quero sim, só me deixa pensar um pouco. [pensa um pouco]. Alguém já pediu a paz mundial?

PN – Já, vários.

MV – E o fim da fome na África?

PN – Também já.

MV – Então tá. Vê pra mim uma bike com o maior número de marchas possível.

PN – OK. [pega um celular de última geração, liga para algum número, fala algumas palavras e desliga] Já anotei seu pedido.

MV – Uau, Papai Noel, não sabia que tinha aderido à tecnologia. Orkut tudo bem, mas um celular?

PN – Com o aumento da demanda, eu tive que deixar alguns preconceitos com o desenvolvimento de lado. É bem mais prático. Pode até ser que mandar mensagens via pombo correio seja romântico, mas é uma forma de correspondência muito lenta.

MV – Compreendo. Você faz uso de mais alguma coisa moderna como esse celular?

PN – Nada demais. Alguns notebooks, alguns satélites pessoais, alguns sites, etc. O mais legal que eu tenho é esse cartão de crédito. [nisso ele puxa um cartão dourado de dentro da carteira, que tem escrito “MegaUltraHiperSuperPlusAdvancedUser CardGold” com o seu nome junto]. Ele funciona em qualquer lugar da Terra e tem crédito infinito. Ou tu achas que eu pago todos os presentes com o meu próprio dinheiro?

MV – Papai Noel, esqueça a bicicleta. Posso pedir um desses?

PN – Hohoho, creio que não, jovem.

MV – Então como você o conseguiu?

PN – Se eu contasse teria de matá-lo.

MV – [desconcertado] OK, deixa pra lá. Posso conviver com isso. Acho que já tomei demais do seu tempo, Papai Noel. Foi uma boa entrevista. Se eu tiver mais alguma pergunta a fazer, ou se algum leitor daqui quiser saber de algo em especial, eu poderia ligar para você? Ou quem sabe mandar um e-mail?

PN – Claro que pode, vou ter o maior prazer em responder.

MV – Gostaria de deixar alguma mensagem para os meus ávidos leitores?

PN – Pode ser. Eu gostaria de dizer a todos que fossem, pelo menos nesse Natal, bondosos, e que tivessem na mente a gratidão por um cara que nasceu há mais de dois mil anos, sejam vocês religiosos ou não, que nos ensinou que seria legal se fôssemos melhores uns com os outros pra variar um pouco.

MV – Mais alguma coisa?

PN – Hmm, sim. Um Feliz Natal a todos e um Próspero Ano Novo! E bebam Coca-Cola!

E saiu. Do mesmo jeito que entrou: pela chaminé aqui de casa. O que foi bem estranho por que a) eu ofereci a porta de frente e b) aqui em casa não tem chaminé.

Abraço!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Sim, eu ainda estou vivo

O que se sucede é que eu nos últimos tempos tenho estado excepcionalmente sem inspiração. O incrível é que logo depois que eu desligo o computador alguma idéia me vem na cabeça, mas eu fico com preguiça demais (devido o esforço mental) para ligar o computador mais uma vez ou anotar em uma folha e deixar como post-it na escrivaninha do meu quarto.
Além de sem inspiração, estou um tanto quanto vagabundo. Negligente mesmo, quase prevaricador. Digo quase por que não chego a não cumprir minhas obrigações, mas deixo de cumprir meus objetivos. Terminar de ler um livro para poder começar um que eu ganhei de aniversário, terminar este último para poder ler o livro que chega daqui a alguns dias aqui em casa (que eu comprei na net, mais um sinal de vagabundagem) entre outras coisas. Sim, alguns dos objetivos não têm nada a ver com livros.
Aff. Como eu disse, estou sem inspiração. Não tenho o que escrever. Estou sem inspiração, preguiçoso, vagabundo, e no momento, faminto. E adivinhem o que eu vou comer para matar a fome? Cachorro quente! Do mesmo lote do meu aniversário. Minha mãe congelou três potes. Enquanto ele não estiver verde, e não estiverem saindo formas de vida estranhas do molho, dá pra comer.
Não que eu tenha do que reclamar, mas enfim.

Pra terminar de encher a lingüiça, vou por aqui um trecho do “O Guia do Mochileiro das Galáxias” do Douglas Adams. O trecho que segue é um poema de Prostetnic Vogon Jeltz, um ser vogoniano.
A poesia vogon é a terceira pior do Universo. A segunda é dos azgodos de Kria (um mestre poeta dessa raça, Gruntos, leu sua obra prima “Ode ao pedacinho de massa de vidraceiro verde que encontrei no meu sovaco numa manhã de verão”. Durante o recital quatro pessoas da platéia morreram de hemorragia interna. Decepcionado com a reação deles, tentou começar sua outra obra prima “Meus Gargarejos de Banheira Favoritos”, quando numa tentativa desesperada de salvar a vida e a civilização, o seu intestino grosso pulou pra cima e estrangulou o seu cérebro). E a pior é de Paula Nancy Millstone Jennings. O nome foi alterado, mas é algo assim.
Segue a poesia.

Abraço!

Ó fragúndio bugalhostro
Tua micturição é para mim
Qual manchimucos num lúrgido mastim

Frêmeo implochoro-o, ó meu perlíndromo exangue
Adrede me não apagianaste a crímidos dessartes?
Ter-te-ei rabirrotos, raio que o parte!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Assaz Amador

Estou a tempos almejando escrever um texto com vocabulário rebuscado, algo que os motivasse a pegar um dicionário. Porém, não sabia algo sobre o qual dissertar que porventura pudesse fazer alguns de vocês deleitarem-se em ler.
Tinha possibilidade de discorrer em cima de um assunto contemporâneo, como as crises sociais e econômicas ao redor do mundo, como os grupos neonazistas por trás de atentados preconceituosos, sobre o imperialismo de Bush ou, em contrapartida, sobre o anti-imperialismo de Chávez, aquele parceiro televisivo do Quico. Seguindo nesse estilo textual, eu poderia além disso tentar criar um guia de tradução para quem interessasse entender os zurros do nosso excelentíssimo presidente, se eu mesmo os entendesse. Aquele lá criou um dialeto próprio, trocando S’s por F’s e tendo regras gramaticais pessoais atenciosamente não seguidas.
Poderia criar um texto reflexivo que induzisse a meditação profunda, ou uma reprimenda às atitudes tão pouco memoráveis de alguns meliantes que eu tive o total desprazer de conhecer, e no mesmo texto salientar o bom caráter dos entes de bem que eu mantenho no meu círculo de afeições.
Sobre os comportamentos humanos em geral também seria interessante falar. Frases construídas de ponta a cabeça seria legal falar sobre, o famoso jeito Yoda de articular pensamentos. E a respeito das palavras que instintivamente teriam que ser proparoxítonas, mas não são. Pudica, rubrica, essas aberrações lingüísticas.
Em suma, teria um leque de opções sobre o qual escrever valendo-se de palavras díspares e que são inúteis na maior parte do tempo.
Mas não. Não me ocorreu nenhuma luz. Nada de insights, revelações do Espírito Santo, epifanias, ou mesmo uma inspiraçãozinha de araque. Se eu forçasse a cachimônia a me ajudar na tarefa da escrita complicada, antes de escorrer pelo nariz e me deixar ainda mais acéfalo ela conseguiria me amparar dando uma ou outra palavra, mas no final o resultado invariavelmente seria algo que proporcionaria o prazer orgástico de uma luxação na pleura.
A incapacidade de criar tal texto é, sem dúvida, seqüela de um cérebro ocioso, um atestado de possuidor de um bestunto. E tais afirmações são provas cabais de que eu exagero demais, milhões de vezes a mais do que o estritamente necessário.

Mas no caminho da perfeição está o aperfeiçoamento. Tal caminho é ladeado por redes de descanso que transmitem uma aura inteligente, mas que no entanto é pérfida e uma hora ou outra mostra quem a usa como uma nulidade intelectual. Isso foi profundo, e ilustra bem que não há como não avançar sem tentar melhorar.
E, modéstia a parte, essa foi uma boa tentativa de “falá dificer”.

Amplexos para quem é de amplexo e ósculos para quem os ter como preferência!

domingo, 2 de dezembro de 2007

Balanço do Mês

Pode ser memória curta, mas pra mim Novembro foi o melhor mês até agora. Acontecimentos não tão grandiosos, mas importantes para mim aconteceram nesse mês.
Pra começar, teve a prova do Liberato sobre o qual eu tenho falado pra vocês o ano todo. Ainda não sei se passei, mas tudo indica que sim. Quase colado a esse evento, ocorreu também o desfile do Garoto & Garota Clemente Pinto (minha escola), onde eu ganhei na categoria Infanto-Juvenil (entendeu agora, Candy? Rsrsrs).
E por último, não menos importante, meu aniversário. A comemoração de ter completado 14 anos, 14 voltas da Terra ao redor do Sol, 5110 voltas da Terra ao redor de si mesma (mais algumas voltas adicionais nos anos bissextos), etc. Está certo que é só uma comemoração simbólica, mas mesmo assim é uma baita de uma comemoração. A festa foi ontem e se estendeu até hoje, com direito a várias repetições do prato principal: cachorro quente. E por falar em repetições do prato principal... Meu amigo, eu vou ter que comer cachorro quente até mesmo depois de dizer chega. Algumas pessoas faltaram, e alie isso à minha mãe ter feito uma conta “de mãe” para saber quanto comprar de comida, bem generosa, tendo em mente todos com os pratos cheios para que as pessoas cresçam fortes e saudáveis.
Agora em dezembro vamos ter o Natal, todos os compromissos relativos a ele, fora as festas de final de ano (que são tão simbólicas quanto um aniversário) e de final de ano letivo. Essa última não é tão simbólica, pois tem uma cara de festa pós-guerra, sabe? Festejar os sobreviventes e lamentar em relação às baixas ocorridas.

Era isso, estou tão preguiçoso que nem um texto de balanço mensal eu consigo fazer render. Só posso recomendar que sejam moderados com o champanhe e com o peru, pois não tem coisa pior do que um bêbado, ainda por cima gordo.

Abraço!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Retrato Falado

Minha vez de aderir ao movimento “não, eu não estou com inspiração hoje e por isso vou copiar um molde de texto embora tenha sido convocado para isso”. Segue abaixo a minha versão do texto que primeiramente estava no blog da Kari, depois foi pro blog do Antônio, que por sua vez tocou a batata quente para este que vos fala.


Uma hora: 6h e 40min da manhã
Um astro: Chuck Norris
Um móvel: bidê de livros
Um líquido: veneno destilado
Uma pedra preciosa: meus amigos são uma mina dessas
Uma árvore: a genealógica
Uma flor: copo de leite
Uma cor: azul
Um animal: Zeca Pagodinho
Uma música: “Raindrops Keep Falling on My Head”
Um livro: é pouco. Bom mesmo são vários. (“O Mochileiro das Galáxias” de Douglas Adams)
Um lugar: “minha cama, meu templo”
Um verbo: aprender
Uma expressão: “masahh, guri!”
Um mês: novembro
Um número: 42
Um instrumento musical: teclado
Estação do ano: primavera
Um filme: Matrix

Quem eu indico a fazer o retrato falado em seu blog é o meu carioca não-artista preferido: Frodo Bolseiro, digo, Frodo Oliveira.

Abraço!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Colcha de Retalhos

Fiquei um tempão sem postar, e hoje tenho várias coisas novas para contar. O que é engraçado, por que muitas vezes no passado eu não tinha nada pra dizer e mesmo assim eu dizia alguma coisa. Nada que prestasse, mas dizia.

Enfim, vamos aos fatos...

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Sábado pela manhã ocorreu a tão comentada por mim prova do Liberato. Quase dois mil estudantes de mais de 50 municípios do estado estavam lá. Isso até deixa a minha situação meio estranha, já que eu moro a duas quadras da tal fundação. Se eu não participasse dessa prova, eu bateria em mim não fosse o fato de eu ser eu, mas deixa isso pra lá. Já devo ter citado esse paradoxo uma ou duas vezes.
Conferindo o gabarito no site da Liberato (www.liberato.com.br), eu descobri que acertei 18 questões das 25 que havia. Sem mentir, foi a minha pior atuação em uma prova, desde que eu entrei em uma escola, tirando as olimpíadas de matemática. Dizem as más línguas que eu consegui passar, mas as experiências que eu tenho em cantar vitória antes do tempo não são muito boas. Na última eu perdi feio em um jogo de canastra, e na imediatamente anterior eu terminei com uma espada de madeira encostada na nuca.

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Sábado de noite – ô diazinho, hein? – teve o desfile do Garoto e Garota Clemente Pinto, que eu participei na categoria Garoto Infanto. É muito estressante participar de um evento desses, ainda mais para quem organiza, mas os segundos em que você está na passarela enquanto nove a cada dez pessoas inclusive seus amigos do peito gritam o seu nome ou torcem de alguma maneira são mais do que compensadores. E quis o destino que eu ganhasse, então não apenas compensou como também sobrou compensação, e muito. Na hora da premiação eu nem lembrava mais da dor que eu estava sentindo nos restos mortais de minhas pernas, nem no desconforto na coluna em ter de ficar horas em pé e com uma postura correta para garantir a nota dos jurados; eu só fazia sorrir, olhar para a minha torcida e agradecer de todas as formas possíveis para qualquer pessoa que ficasse parada tempo suficiente perto de mim. É muito bom.

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O retalho de agora diz respeito aos dois retalhos anteriores.
O final de semana em questão foi talvez o mais rico em emoções e insights solitários da minha vida. Deixa eu explicar:
Pela manhã, eu tive a prova, e a todo o momento eu beirava uma síncope por nervosismo reprimido. Saí de lá confiante de que tinha feito um bom trabalho. À noite, eu tive o desfile, e junto dele todo o kit de emoções relatadas no retalho de antes. Depois de ganhar, eu logo fui embora junto com o pessoal que estava torcendo por mim, todos me parabenizando e zoando um pouco também o caminho todo. Ao chegar em casa, eles se tocaram na minha prova do Liberato (os participantes da prova podem levar pra casa a prova pra conferir no gabarito) como cães em um pedaço de bife mal passado. Dali a alguns minutos veio a confirmação de que eu tinha feito 18 acertos. Pra mim aquilo era muito pouco, eu esperava praticamente gabaritar a prova. Daí bateu o desespero. Fui tomar um banho pra por a cabeça em ordem e não funcionou. Depois de sair do banho, fiquei ciscando ao redor deles pra ver se eu conseguia me esquecer da bendita prova, mas se eu olhasse para qualquer um deles eu prontamente lembrava da mescla de fobia-do-que-podia-acontecer, decepção-certa-por-parte-dos-conhecidos e outros tantos pensamentos infelizes que só cresciam dentro de mim. Nem parecia que eu era o próprio que poucas horas antes estava transbordando satisfação consigo mesmo.
Depois de muito pensar (isso depois de acordar domingo) e meditar sobre todas as possibilidades, eu cheguei a conclusão de que não adiantava fazer nada, a merda estava feita e só adiantava esperar, por que o que quer que acontecesse não seria pior do que o que eu posso agüentar. Um tanto quanto confuso, mas era isso mesmo.
Só mais tarde eu fui descobrir que minha nota não foi tão ruim assim, que na média das pessoas tinha sido até boa, mas esse desapontamento foi preciso para um certo update em mim. “Nenhuma lição sobre o fogo é tão boa como a própria mão queimada”.

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Segunda-feira. Meu aniversário. Da Candy também (parabéns!!). Cem recados no Orkut em mais ou menos dois dias. Na escola, uma mistura de “feliz aniversário” com “parabéns Garoto Infanto-Juvenil”. Pedidos de MSN por parte de pessoAs que eu nunca vi na vida. Tá bom ou quer mais? Hehehehe.
De noite vieram aqui em casa me dar um abraço os amigos da FUB+associada e também vieram uma prima, a mãe dela, meu avô e minhas avós. Muito massa. Olhamos novela e um pedaço de um filme bagaceiro ao limite, e como tem gente que trabalha nesse mundo, meus amigos tiveram que ir para suas casas.

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Sábado vai ter a comemoração do meu niver, vem a cambada toda. Vai ser indescritivelmente bom. E dezembro vai ser cheio. Passeios de final de ano, formaturas, reuniões, Natal, Ano-Novo, etc... vai ser no mínimo interessante.
E mal vejo a hora das férias chegarem. Reler alguns livros de novo, aprender algumas músicas novas, jogar bastante no computador, e principalmente poder se entregar ao ócio total e absoluto.

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Bem, era isso. Eu sem sobra de dúvida esqueci de algo, mas agora já era.

Abraço!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Feriado Pessoalmente Nacional

Acordei hoje com a sensação de ter aproveitado plenamente os meus 13 anos. Desde o dia em que recebi os parabéns por ter completado 12, a minha vida só tem melhorado.

No começo do ano eu estava quase sem amigos, e os bons de verdade eu podia contar nos dedos. Meio crianção (continuo até hoje, porém em proporções bem mais modestas), ainda não sabia o valor de uma verdadeira amizade.
Pois bem, um pouco depois do começo das atividades de coralista e estudante, eis que começo a me aproximar de várias pessoas, e vou estreitando cada vez mais os laços de amizade existentes entre nós, até que passamos a nos encontrar ao menos uma vez por mês. Como isso se tornou insuficiente, passamos a nos encontrar uma vez por semana.
É muito bom ter amigos. Principalmente os que eu tenho, que são do tipo que poucas pessoas tem.
Eu sempre agradeço por ter recebido pessoas como eles na minha vida, mas em um dia como hoje, que é uma espécie de Dia de Ação de Graças Pessoal, isso fica muito mais presente na minha cabeça.

Muito obrigado a todos vocês, por terem me acompanhado até aqui (e apanham se não continuarem acompanhando), sejam vocês da FUB, da Nata, da Elite, da Família, do Coral, da Escola, da Internet, do Orkut ou de qualquer lugar: muito obrigado por dar sua amizade para mim!

Abraço a todos e...

Happy Birthday to me!
Happy Birthday to me!
Happy Birthday to me!
Happy Birthday to me...
and Happy Birthday to Candy!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Friozinho na Barriga Antecipado

Hoje eu acordei às quatro e meia da madrugada. Fiquei até as cinco horas tendo alucinações e ouvindo coisas que não estavam ali. Quando decidi me levantar para dar fim ao show particular de luzes na cabeça, notei que estava completamente disposto, mesmo tendo dormido metade do tempo que é dito saudável.
Eu acordei tão antes do horário que eu tinha posto no alarme do celular por causa de um detalhe pequeno porém determinante: eu estou ansioso. Também pudera, pois esse final de semana promete. Prova do Liberato, desfile da escola, e logo depois meu aniversário. O frio na barriga é tanto que eu sinto as estalactites e estalagmites de gelo se formando dentro do meu abdômen.
O efeito da ansiedade como cafeína só passou agora de noite, na volta do ensaio, quando as horas de sono pendentes (calculo que umas 12) ficaram mais pesadas do que o nervosismo prematuro que lentamente me corrói por dentro. Foi a primeira vez que eu caí de sono, literalmente. Enquanto voltava pra casa, o sacolejar do ônibus se transformou em uma espécie de balanço como o de um colo, a poluição sonora se transformou em uma espécie de canção de ninar e as luzes dos postes se transformaram em uma espécie de imagem hipnótica para fazer dormir. Sorte que antes de o ônibus chegar à minha parada, ele dá duas viradas de quase 180°, impossíveis de não serem percebidas.

Perdoem-me o post curto, o sono me impede de continuar sem desmaiar, e perdoem-me por não fazer visitas mais freqüentes nos seus blogs, nesse ponto eu estou meio relaxado no momento...

Abração!

domingo, 18 de novembro de 2007

No News Now

Não sei se o título está escrito certo, mas tem uma sonoridade boa. Estou sem muitas novidades. Só alguns acontecimentos pra contar, mas nada muito interessante. Se você tiver algo mais interessante pra fazer, tipo dormir usando um porco espinho como travesseiro ou nadar em uma piscina sem água, pode fazer sem medo, eu não me importo. Deixa um comentário que já tá bom...

Pois bem, se você ainda está aí, então não me resta escolha senão contar o que quer que seja que eu tenha pra contar. Não é nada de legal, não é o tipo de coisa que você vai parar pra pensar “nossa, não foi esse guri que escreveu isso” ou “quem me dera escrever assim”. Está mais para “texto com objetivo de não criar teias de aranha no teclado”. Para eu escrever bem mesmo ainda falta muito, muito mesmo. E bota muito nisso.

Essa semana foi uma maravilha, pois terminou dois dias mais cedo. Na escola não poderia ter acontecido coisa melhor, pois já estamos com ânsias de olhar para as mesmas caras todas as manhãs. Mais um pouquinho e chega as férias, tão esperadas férias, que se depender de mim vão ser as mais aproveitadas até agora. Passar dois meses inteiros e mais um pouco sem ter absolutamente nada pra fazer por obrigação. Só cama, banho, leitura, rodinha de violão, e vez ou outra um visita no shopping. Só. De tarefa mesmo, só aprender melhor umas músicas, por que eu constatei (quinta de noite, enquanto eu e a turma de amigos jogávamos um jogo em que é preciso conhecer uma carrada de melodias) que eu tenho uma memória para músicas que pode ser medida em milímetros, e eu quero uma de no mínimo quilômetros (é aquela história de sempre estar se aprimorando, ;) ).
Sexta e sábado foram dedicados ao ócio. Segui a risca a máxima do Garfield: “o trabalho é sagrado, por isso não toque nele”.Acordei, em ambos os dias, ao meio dia, e passei a tarde toda em frente ao monitor atualizando a página de recados do Orkut para ver se chegava algo novo. Mas, como eu esperava, nada chegava, mas deixa isso pra lá.

A semana que chega agora será como o espaço: alguns poucos aglomerados de massa postos entre imensidões de vácuo, sendo os aglomerados de massa coisas importantes e a imensidão de vácuo sendo a rotina.
Nos dias de feira o máximo que vai acontecer são os ensaios do coral (os ápices de alegria da semana) com as músicas de Natal, que são tãããããããããããão legais que vocês nem imaginam. E, no final de semana, no mesmo dia, a prova do Liberato e o desfile da minha escola. Óbvio que eu vou dar mais atenção para o primeiro, mas o segundo vai tão divertido quanto ele. Me aguardem...

Bem, era isso.

Abraço!

PS: viram? Eu disse que usar um porco espinho como travesseiro ou nadar em uma piscina sem água seria mais interessante...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Pedro Bial fala sobre a morte

Recebi este e-mail hoje, quando eu li a primeira coisa que me veio à mente foi postá-lo. Leiam e reflitam bastante sobre ele.

Abraço!

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Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos. Parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada. Estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena.
Mas nada acontecia ali de risível, era só dor e perplexidade, que é mesmo o que causa em todos os que ficam.
A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte, por si só, é uma piada pronta.
Morrer é ridículo.
Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre.
Como assim?
E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?
Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer.
A troco do que?
Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente...
De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis.
Qual é?
Morrer é um chiste.
Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.
Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu. Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue à próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas, mulheres e morre num sábado de manhã.
Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito.
Isso é para ser levado a sério?
Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas.
Ok....
Hora de descansar em paz.
Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz. Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas.
Morrer é um exagero.
E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas.
Só que esta não tem graça.

Por isso viva tudo que há para viver.

Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da Vida.

Perdoe... Sempre!!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Indignação

Quando uma pessoa nasce bem, é bem cuidada e sempre é cercada de carinho, ela tende a ter uma visão um tanto quanto “feliz” da vida. Quando se depara com a realidade nua e crua, leva um susto e estranha a diferença entre o que acaba de conhecer e a sua realidade anterior. Foi o que aconteceu comigo.
Eu sempre tive bem certa a idéia de que o mundo não é perfeito, mas é muito fácil pensar isso sentado na cozinha enquanto tem um maravilhoso almoço à frente, ou sentado na sala beliscando alguma guloseima enquanto assiste a um filme na televisão. É muito fácil dizer que não gosta de um prato sem antes prová-lo.
Como eu já devo ter dito alguma vez para vocês, no início do ano eu fui assaltado por um guri do meu tamanho, empunhando uma garrafa quebrada de cerveja. Ele levou cinco reais. Cinco reais.
O meu pai era taxista, e foi assaltado também. Isso na semana santa de 2004. Dois caras bem vestidos entraram no táxi dele, e pediram uma corrida lá para os cafundós do Judas. Lá anunciaram o assalto e pediram o dinheiro, meu pai deve ter tentado resistir e eles atiraram nele. Daí ele faleceu no hospital cinco dias depois. E eu tenho que dar destaque para três pontos: eles não levaram nada, um deles era menor de idade e nenhum dos dois foi preso.
Eu era novo demais pra entender essas coisas, e mesmo com isso tudo eu continuei a viver no meu mundo da fantasia.
Hoje de noite, na escola, foi que caiu a minha ficha. Lá só tem marginal! No corredor tinha gente fumando maconha a torto e a direito, lá fora eles estavam fazendo coisas que até Deus duvida, e descobri que o guri que me assaltou no começo do ano estuda à noite ali também. Passou por mim e nem me reconheceu. Deve ter assaltado muitos depois de mim, claro.
Na volta pra casa, e minha casa fica atrás da escola, eu passei a notar as coisas. As rodinhas de amigos na esquina puxando um fumo, cheirando coisas e etc...
O que é pra eu pensar? Melhor: o que é que eles pensam?
Como é que uma pessoa pode achar legal tocar a vida toda na privada e puxar a descarga? Como é que as garotas (que já foram legais) vão e ficam com esses caras, atrás de um “amor bandido” sem se tocar que é uma grande furada?
Ah, me faça um favor! Isso é falta de massa cinzenta! Gente com uma mentalidade desse tamanho tem mais é que se ferrar mesmo e deixar o mundo em paz.

Aff. Cansei.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Da série "Histórias Bíblicas"

Era mais um dia comum no paraíso. O céu estava azul, o sol estava brilhando, os passarinhos estavam cantando e a brisa estava batendo. Tudo na mais absoluta perfeição. Os animais de todos os tipos e tamanhos estavam vivendo em total harmonia sem fome ou dores, em suma, sem problemas.
No coração da floresta, estavam os dois únicos humanos dessa reserva florestal utópica. Uma mulher linda, com proporções femininas exatas e beleza inalcançável, vestida apenas com folhas e flores. Ao seu lado, um homem igualmente lindo, com proporções masculinas exatas e beleza igualmente inalcançável, também vestido apenas com folhas e flores, transbordando virilidade e com uma cicatriz bem característica na altura do abdômen.
Conversavam sobre os assuntos do momento: como as jabuticabas logo ao norte estavam tão impecáveis quanto as logo ao sul, como os tigres com aparência dócil realmente eram dóceis, ou como o clima estaria dali a algum tempo. Não que fizesse diferença, por que o clima era invariavelmente de um fim de tarde de sábado, com uma brisa morna e com nuvens brancas que tinham formatos estranhos no céu. A questão era que estavam sem assunto. Como em qualquer outro dia de Primavera no paraíso. E era sempre Primavera no paraíso.
Eva (esse era o nome da mulher) tinha tido algumas idéias para quebrar um pouco a rotina. Uma vez por mês ela ficava de mau humor e se emburrava por qualquer coisa que acontecesse contra sua vontade. O que era estranho, por que o tempo não passava lá e “mês” era um conceito avançado demais para a época. Mas como ela gostava de inventar moda, e sobretudo ficar de mau humor, ela o fazia mesmo assim.
Adão (esse era o nome do homem) não sabia onde tinha errado. Eva lhe exigia assunto demais, coisa que não era possível no meio daquele lugar que não acontecia nada de interessante. Ficava pensando agora se havia feito a escolha a algumas eras. Ainda lembrava do seu diálogo com Deus:
- Olá Adão, tudo bem?
- Sim, Senhor, tudo bem. Como vai o filho?
- Vai bem. O pestinha andou fazendo uma baita bagunça aqui no céu juntamente com alguns anjos de baixo escalão e alguns demônios que passaram a temporada por aqui pra se refrescar um pouco. Estou pensando em dar um grande castigo pra ele uma hora dessas, mas ainda não pensei bem no quê. Quando surgir uma oportunidade eu aproveito. Alguma novidade?
- Nada Senhor. O Senhor sabe, aqui não acontece nada. É sempre a mesma perfeição. O tempo todo. Eu estava precisando de algo que gerasse alguma confusão, alguma novidade pra mim, talvez até um pouco de estresse, embora eu saiba que isso não existe aqui...
- Entendo. Sabe, Adão, eu andei pensando sobre isso, e acho que tenho a solução para o seu problema. Só que eu vou precisar de uma costela.
- Uma costela?! Mas nem a pau! Ela está muito bem no lugar onde está.
- Adão, no passo que está, ou você perde a costela agora ou perde o braço daqui algum tempo, entende?
- [suspiro] Está bem, BigBoss. Toma.
E entregou a costela para Deus, achando que seus problemas estavam resolvidos. Estava redondamente enganado.

Atualmente, sua relação com Eva estava se desgastando. Ela não queria mais sua companhia, pois sempre estava com dor de cabeça. Estava andando pra cima e pra baixo com uma serpente muito suspeita, grande e vermelha, que tinha a cabeça mais triangular que um lugar sem régua pode oferecer. Tinha chifres também, mas os parcos conhecimentos sobre animais que Adão e Eva tinham os impediam de notar que cobras não têm chifres.
Adão também havia notado que sua parceira estava tendo algumas idéias estranhas a respeito da Árvore da Sabedoria Proibida, algo sobre comer os frutos da tal árvore para saber mais que Deus e talvez tomar o seu lugar. Ele sabia que isso era só fachada, por que o que ela queria mesmo era um pouco de inteligência para ter o que conversar com ele. E (essa a pior parte do pensamento da Eva) ele teria que comer também, para poder levar o assunto adiante, já que mesmo uma pessoa um pouco inteligente não consegue manter uma conversa interessante com outra absolutamente ignorante.
Como ele havia percebido esse pensamente de Eva não vem ao caso, o fato é que ele percebeu. E não fez nada para impedir que ela levasse adiante o plano.
E aconteceu que, depois de dar uma volta por estar de saco cheio daquela conversa sobre jabuticabas, tigres e o clima, Eva voltou e sentou discretamente ao lado de Adão, sob a sombra de uma grande figueira. Ela estava meio nervosa, o que deixava claro que aquele era O Dia.
- Pois é, né, Adão...
- É...
- Dia bonito hoje, não?
- Aham. Cadê aquela sua amiga cobra?
- Que cobra? Não sei do que você está falando – ao falar isso, Eva desviou a cara e enrubesceu levemente.
- Como assim “que cobra?”. Estou falando da que você virou amiga e tem conversado sem parar de uns tempos pra cá.
- Ah, essa cobra... – nesse momento, Eva decidiu tocar para o alto o plano A, que era enrolar Adão, e decidiu ser bem direta:
- Escuta Adão, a minha amiga...
- A sua amiga é uma cobra! – interrompeu Adão.
- ...tem conversado comigo sobre a Árvore da Sabedoria, - prosseguiu sem se abalar – e disse que eu iria adorar o fruto. Ela disse que já provou uma vez dessa Árvore, quando ela ainda era plantada no céu, e disse também que a emoção foi tanta de acumular tanta inteligência e independência a Deus em tão pouco tempo, que foi como ser atirada do céu sem pára-quedas e cair em um lugar maravilhosamente quente, bem quente. Eu cheguei à conclusão que deve ser bom e que devíamos tentar.
- Não sei não, não gosto da idéia de seguir mais uma de suas amigas. Lembra da última? Seguimos o conselho da águia e tentamos voar por que segundo ela era uma sensação maravilhosa. Nos tocamos de um precipício e começamos a bater asas e nada aconteceu. Batemos mais forte e nada continuou a acontecer. Quando vimos, a única coisa que começou a acontecer, e bem depressa, era que o chão estava cada vez mais perto de nós. Nós batemos feio, e não fosse a nossa imortalidade e isenção de dores, nós sem dúvida estaríamos mortos e com uma certidão de óbito onde constaria “suicídio” ou “ausência de esperteza”. Isso sem falar do golfinho rosa “macho” que foi sua amiga por um tempo e nos convenceu a sentir o cheiro da água. Submersos nela.
- Está certo, algumas de minhas amigas foram um pouco maliciosas conosco, mas essa é diferente.
- Acho que já escutei isso umas duas vezes, ou três, ou seriam quatro? Quem sabe: todas as vezes que uma amiga deu uma dica dessas.
- ...
- E além do mais, Deus deixou expressamente proibido o consumo dos frutos daquela árvore. Não lembra? Tem uma placa pregada na frente da árvore, onde está escrito: “Não comam do fruto dessa árvore. Podem comer o fruto de qualquer árvore, menos dessa. Não podem comer dessa. Nunca. Sob nenhuma circunstância. Continuem acéfalos e sem ambição e principalmente sem conhecer os segredos do mundo que os rodeia. Fiquem Comigo”. Se bem que não sabemos ler, mas tem um “proibida” no nome da árvore, então não deve ser muito bom nós irmos contra. – disse Adão, em tom de quem encerra uma discussão.
Eva fez uma falsa cara de vencida e arrematou:
- Aff, está bem. Você venceu. Eu vou ir lá e vou comer. Se você não quiser, não coma. Mas se não comer, pode aposentar a nossa cama de folhas de palmeira de casal, por que comigo tu não dorme mais.

Uma semana depois, sentindo dores, tristezas, e estresse, Adão olha pra Eva e diz:
- Bem melhor, né? Muitíssimo melhor...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O Esquecimento logo em frente

Tenho tido vários insights ultimamente. Sobre a vida, sobre as pessoas, e sobre a morte.
Um deles refere-se a nossa vida curta em que sempre esperamos algo mais, em que estamos sempre em busca de algo mais.
Podemos ter tudo o que queremos, mas apesar disso queremos mais. Meio como se sempre houvesse um vazio a ser preenchido. E não só do ponto de vista material, pois a idéia também se aplica ao emocional e ao intelectual.
Passamos o dia todo esperando a hora de ir dormir e descansar, esperamos a semana toda pelo final de semana para poder descansar ainda mais, e esperamos o ano todo pelas férias para poder esquecer dos problemas e esticar as pernas em uma atitude bem Hakuna Matata. Depois nos aposentamos, na esperança de que isso nos faça parar quietos de uma vez, e mesmo assim ainda não estamos completos, falta alguma coisa.
Francamente, se não houver um paraíso ou uma vida depois da morte, é muita sacanagem com todos nós.
(Essa deve ser a principal dificuldade de se ser ateu, pois para eles a vida é uma corrida rumo ao esquecimento, mas isso não vem ao caso).
Então, quando termina essa busca?
E eu mesmo respondo: essa busca não termina nunca.
O vazio que provoca essa busca é algo valiosíssimo, pois sem ele nós seríamos muito acomodados e não tentaríamos melhorar nada em nós mesmos. E a graça de viver não é chegar ao final da vida, a graça de viver é ter a lembrança de todos os momentos felizes que você teve no decorrer dela.
É aquela história do Horizonte, que o Jader postou. Nós nunca chegamos a ele, por que o único propósito dele é o de fazer-nos andar em sua direção. Captaram? Pois é...

Era isso pessoal, post pequeno, mas tá valendo...

Abraço!

domingo, 4 de novembro de 2007

Drogas

Este é um assunto muito presente hoje na sociedade. Ultimamente tem sido tópico de várias conversas, debates e programas de televisão. Vou falar sobre isso também.

Nesses últimos dias ocorreu uma festa rave em São Paulo, dessas que continua enquanto tiver gente dançando, e onde as pessoas não param de dançar enquanto a festa durar. É muito cansativo, pois elas geralmente levam mais de 30 horas para terminar, e várias das pessoas (jovens, em maioria esmagadora) ficam do início ao fim.
Até aí a descrição dela chega a ser romântica de tão bonita. Mas há um porém nessa história. Nessas festas são vendidas drogam muito pesadas, tal como ecstasy. Na festa em questão que ocorreu em SP, um garoto morreu por overdose depois de tomar algumas pílulas dessa droga.
Isso ocorre cada vez mais frequentemente. Mas por que eles ainda usam?
Em uma comunidade do orkut (chamada “eu uso drogas, e daí”) foi perguntado sobre isso, e o único participante da comunidade que realmente chegou a responder - a maioria fez um grande parágrafo só com palavrões e assemelhados - respondeu que ele usava para se sentir mais homem. Grande imbecil. Se ele é mais homem por usar drogas, só lamento, eu sou uma baita de uma bicha.
Tem quem diga que não faz mal, ou que faz mais bem do que mal. Vamos fazer uma pequena análise.
O legal das drogas é que elas te tiram da realidade. O ruim é que grandes quantidades causam overdose. Mas, mesmo que sejam usadas com parcimônia, cedo ou tarde o efeito de “viagem” passa e vem a depressão. Para cada ponto de prazer que a pessoa tem ao usar drogas ela tem dois de desprazer com a depressão. E o cigarro, mais especificamente, que é uma das mais usadas, não tem efeito bom nenhum. A pessoa não sente prazer nenhum em tragar a fumaça, se isola pois todos fogem do cheiro insuportável de câncer que fica no ar, ela fica dependente de algo que não é bom, apodrece os pulmões e, se isso tudo ainda é pouco, envelhece mais rápido. Mas que maravilha. Além de perder o tempo com o cigarro, ela perde o tempo que poderia vir a aproveitar no futuro.

Então, pessoal, escutem com atenção:
Não usem drogas! Impeçam que os outros usem! Usem a cabeça, botem pra funcionar as engrenagens, e notem que isso não leva a lugar nenhum, poxa.
Obrigado.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Música Que Momento da Semana

Hoje, pela manhã, escutamos essa música na escola. Além de ter uma letra muito linda e uma mensagem mais linda ainda, ela é cantada pelo Frank Sinatra, que embora tenha sido afilhado da máfia, é uma boa pessoa (dizem) e tem uma voz que nossa...

Frank Sinatra - My Way
Composição: Paul Anka & Jacques Revaux

And now the end is near
And so I face the final curtain
My friend, I'll say it clear
I'll state my case of which I'm certain
I've lived a life that's full
I've travelled each and every highway
And more, much more than this
I did it my way
Regrets I've had a few
But then again too few to mention
I did what I had to do
And saw it through without exemption
I planned each chartered course
Each careful step along the byway
And more, much more than this
I did it my way
Yes, there were times
I'm sure you knew
When I bit off more than I could chew
But through it all when there was doubt
I ate it up and spit it out
I faced it all
And I stood tall
And did it my way

I've loved, I've laughed, and cried
I've had my fails, my share of losing
And now, as tears subside
I find it all so amusing
To think I did all that
And may I say, not in a shy way
"Oh no, oh no, not me
I did it my way"
For what is a man, what has he got?
If not himself then he has naught
To say the things he truly feels
And not the words of one who kneels
The record shows I took the blows
And did it my way
Yes, it was my way


Tradução:

My Way

E agora o fim está próximo
Então eu encaro a cortina final
Meu amigo, Eu vou falar claro
Eu irei expor meu caso do qual tenho certeza

Eu vivi uma vida por inteiro
Eu viajei por cada e em todas as estradas
E mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito

Arrependimentos, eu tive alguns
Mas então, de novo, tão poucos para mencionar
Eu fiz, o que eu tinha que fazer
E eu vi tudo, sem exceção

Eu planejei cada caminho do mapa
Cada passo, cuidadosamente, no correr do atalho
Oh, mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito

Sim, teve horas, que eu tinha certeza
Quando eu mordi mais que eu podia mastigar
Mas, entretanto, quando havia dúvidas
Eu engoli e cuspi fora
Eu encarei e continuei grande
E fiz do meu jeito

Eu amei, eu sorri e chorei
Tive minhas falhas, minha parte de derrotas
E agora como as lágrimas descem
Eu acho tudo tão divertido
De pensar que eu fiz tudo
E talvez eu diga, não de uma maneira tímida
Oh não, não eu
Eu fiz do meu jeito

E pra que é um homem, o que ele tem que conseguir
Se não ele mesmo, então ele não tem nada
Para dizer as coisas que ele sente de verdade
E não as palavras que ele deveria revelar
Os registros mostram que eu recebi as desgraças
E fiz do meu jeito

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Balanço do Mês 2

Pois é, lá se foi mais um mês. Dei uma cochilada e ele passou sem me perguntar se podia. Mas mesmo tendo sido rápido, foi o melhor até agora. Tá, eu digo isso todos os meses, mas sempre é verdade, pois sempre melhora. Quando eu acho que não pode ficar melhor por que se melhorar estraga, vêm os meus amigos e me mostram que eu estou errado (e muito!).
Primeiramente, este foi o primeiro mês em que eu realmente postei o mês todo aqui no novo espaço. Nos outros dois meses que aparecem ali no arquivo eu não postei muito, e na verdade eu postei quase nada. Parabéns pra mim.
Fui à Bienal do Mercosul, para ver algumas obras que eu não entendi, tive um final de semana só para os amigos, tirei uma foto 3x4 “l-i-n-d-a”, e fiz tantas outras coisas que a minha memória não deixa eu me lembrar.
As reuniões dominicais viraram encontros sagrados, os amigos viraram irmãos, os problemas viraram detalhes e as tristezas viraram lembrança. Mas ahh, guri!

Uma das dicas para se escrever um bom texto, é não repetir muito as idéias de textos anteriores. Mas dane-se, vou esquecer um pouco isso. Eu amo meus amigos! Muito, muito, muito. Se um dia eu deixar de falar com eles eu quero estar bem perto de mim pra poder dar uma surra em mim mesmo. Mas tomara que eu não seja muito forte, pra eu poder bater mais facilmente em mim mesmo e... Bem, vou parar antes que este paradoxo se enrole ainda mais.

Este mês foi o mês mais “música” pra mim até agora. A Mostra de Artes da Raios de Sol, o Festival de Coros do Vale do Sinos, etc. E neste final de semana hospedei dois uruguaios de um coral do nosso vizinho do Sul, o que intensificou a música no mês. A música, e o meu espanhol, claro.
Mês que vem terá de ser muito bom pra ser melhor, quiçá perfeito. Isso me lembra uma coisa que meu pai me falava antes de ir pro serviço quando ele era vivo: “Te amo mais do que ontem e menos do que amanhã!”. Às vezes eu me pegava pensando em quanto ele me amaria dali a alguns anos, no passo dessa inflação.
O que pode ajudar para novembro ser melhor, é que no dia 26 este que vos fala completa 14 verões muito bem vividos. A festa vai ser prorrogada para o final de semana livre seguinte mais próximo, para ser realmente boa.
Também acontecerá a prova do Liberato, e o desfile do Garoto e Garota Clemente Pinto (minha escola), e eu participarei dos dois.

Era isso, pessoal, até a próxima.

E não durmam no ponto, logo já será Natal e todo mundo vai ter de escrever algo com uma mensagem bonita...

Abraço!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Pero que...

Como eu contei para vocês há algum tempo, este final de semana eu hospedei dois coristas de um coral do Uruguai. Sem palavras. Como diz a minha regente: “É incrível como podemos nos apaixonar por estas pessoas em apenas dois dias de convívio”.
Viajamos juntos, comemos juntos, cantamos juntos, passamos o final de semana todos juntos. E eu estou com um sotaque muito estranho, falando português, porém enrolando a língua algumas vezes com um jeito muito espanhol. Durante a estada deles aqui, nós falávamos algo parecido com anglo-portuñol, já que às vezes esquecíamos de apertar a tecla sap...
A questão da língua é muito importante, por que muitas pessoas do tipo “idealistas” gostariam que o mundo todo falasse o mesmo idioma. Que coisa mais chata seria, pois além de se extinguirem os filmes legendados, se perderia a graça de tentar se comunicar e explicar como se fala alguma coisa em português que tenha o mesmo significado que na língua estrangeira. E também não haveria mais os mal entendidos durante as refeições (“me passe la, la, la... como se chama esso?”), nem a facilidade que se tem de fazer um, ahn, intercâmbio cultural, entendem?
Hehehe, pois é.
Eu adorei hospedá-los, mesmo tendo sido um tanto quanto caro, pois é uma experiência inesquecível. É com essas e outras que realmente se aprende algo na vida.
Ano que vem queremos ir para o Uruguai, vamos ver se conseguimos arrumar la plata suficiente para tanto.

E deixo vocês aqui, por que tenho a sensação de que fui passado em um moedor de carne e depois servi de tapete para uma manada de rinocerontes obesos, e ainda por cima estou com algumas horas de sono atrasado.

Abraço!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

E se...

...Eu não tivesse nascido? Como seria a vida das pessoas que eu deixaria de ter conhecido? Como seria a escola que eu não teria freqüentado? Será que as pessoas seriam iguais se eu não existisse?
Ou será que se as pessoas que eu conheço não tivessem nascido, eu seria como eu sou hoje?
É tão simples e tão complicado ao mesmo tempo. A possibilidade de algo que poderia ter sido se outro algo não tivesse sido. E como seriam as coisas se eu não tivesse feito algo? E quantas vezes eu passei ali pra arruinar a minha vida, ou quase deixei de ter algo muito bom, por quase não ter feito alguma coisa?

Essas e outras perguntas foram as que surgiram na minha mente quando eu conversei com um amigo sobre o que seria de nós se não tivéssemos nos conhecido.
Se nós não nos tivéssemos conhecido, certamente eu não teria blog e não conheceria tanta gente interessante e inteligente aqui. Por não ter blog, eu perderia grande parte das qualidades aprimoradas aqui (simpatia, facilidade de expressão...). Teria muito menos amigos, ou minhas amizades se resumiriam a umas poucas e superficiais amizades que vem e vão o tempo todo.
Deixaria de ter conhecido o grupo de amigos de domingo, um em especial, se eu não tivesse conhecido o amigo do parágrafo acima. Aí sim, eu vejo que eu realmente passei perto de não ser metade do que eu sou hoje.
Tudo o que eu já fiz até hoje, todas as escolhas que eu já tomei até hoje, tudo mesmo, ajudou para que eu estivesse aqui. Andei no fio da faca desde que nasci. Se me desviasse do caminho, nunca mais retornaria para o lugar.
Quanto mais longe se vai no passado, mais possibilidades se ramificam em todas as direções. Se o meteoro que exterminou os dinossauros, por exemplo, não tivesse caído, o caminho para o surgimento de mamíferos (e nós, por conseqüência) não teria sido limpo, e hoje em dia estariam andando por aí alguns seres reptilóides e inteligentes, muito diferentes dos humanos atuais.
Dá pra enlouquecer pensando nisso.
Mas o fato, é que tudo o que você tem hoje é reflexo do que você fez ontem, e tudo o que você vai ter amanhã é reflexo do que você fez hoje. Cuidando o que fala e o que faz, você tem total controle sobre o seu futuro, menos na parte do seu futuro que interfere no futuro dos outros, pois não adianta você fazer nada para ter algo se tiver alguém que não esteja de acordo com isso. “Quando um não quer, dois não brigam”, já dizia o ditado.

Por isso que eu agradeço sempre que posso por tudo o que já me aconteceu, de bom ou de ruim, por que tudo isso me trouxe até onde estou agora, e esse lugar é muito bom, pode ter certeza. Abraço!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Para Mulheres

Nesses dias tempestuosos, Solange estava passando por dificuldades financeiras e amorosas. Seu salário não dava conta das suas necessidades femininas e seu corpo escultural espantava os homens que queriam algo mais sério.
Esses e outros problemas haviam a deixado muito estressada e pra baixo. Para evitar uma depressão, queria terminar com aquela tristeza logo. Precisava ler um daqueles livros curtos de auto-ajuda. Uma sessão com psiquiatra não era a melhor opção para sua carteira.
Antes de sair de casa, Solange passou rapidamente uma maquiagem para esconder algumas marcas na pele e para disfarçar os resquícios de uma tarde cheia de lágrimas. Quando ficou pronta, pegou seu carro e foi à livraria mais próxima.
Enquanto estacionava, Solange não pôde deixar de reparar que, entretido olhando os livros, estava um lindo homem. Cabelos louros, olhos azuis e queixo forte. Estava usando uma roupa sóbria, porém muito elegante, o que mostrava que sabia vestir-se muito bem. Suas roupas, mesmo cobrindo o corpo todo, não conseguiam esconder o corpo malhado e bem cuidado que tinha. Solange quase bateu no carro da frente por olhar para o moço.
Entrou rapidamente na loja, para ver se conseguia o nome, o número de telefone, o endereço, o cereal favorito, qualquer coisa sobre o homem.
Mas acabou decidindo apenas andar pela livraria atrás do seu livro, deixaria o moço para depois. Foi na parte onde a atendente havia lhe informado estarem os livros de auto-ajuda, e começou a procurar um para si. Achou um que lhe agradou, e começou a ler o começo do livro para ver se era realmente o que queria.
Absorta pela leitura, não notou que o moço que havia notado antes passava nesse momento por suas costas, carregando alguns livros e lendo a capa do que estava em cima da pilha. Por estar concentrado no livro, não viu Solange e deu um esbarrão nela. Solange, desorientada, caiu no chão com a força do homem.
O homem, entre desculpas, ajudou-a a se levantar.
- Perdão, não a vi no caminho, realmente me desculpe.
Solange não estava acostumada com esse tipo de educação, mas disse que não havia sido nada, apenas uma caída. Mas aproveitou a chance para dar uma investigada sobre ele:
- Não se preocupe, não foi nada. Como é seu nome?
- O meu nome é Sérgio, e o seu?
- O meu é Solange, muito prazer. Desculpe a intimidade, mas o que você está fazendo aqui na livraria?
- Procurando alguns livros, eu adoro ler. E você?
- Ah, eu também adoro ler – desconversou Solange. Não poderia ter dado uma resposta melhor, pois sua cabeça estava ocupada com pensamentos do tipo “nossa, pela quantidade de livros deve ser rico” ou “além de rico e bonito, é inteligente e sensível” ou ainda “nossa, esse é o homem perfeito, nunca vou me perdoar se deixar que escape”.
- Ao menos me deixe ajuda-la com seus livros levando-os até o caixa – disse Sérgio, interrompendo os pensamentos de Solange.
- Na verdade é só um, mas eu aceito a sua ajuda – disse ela enquanto pegava qualquer livro da prateleira e dava para Sérgio carregar. Ele olhou para o livro que ela lhe entregou e falou:
- Nossa, eu adoro esse livro. Você vai gostar muito. Boa escolha.
Mesmo sem saber qual livro era, Solange só fazia aumentar sua admiração por Sérgio.
Dirigiram-se juntos para o caixa, Sérgio na frente com os livros. Ao chegar lá, Solange não teve tempo de falar nada e uma buzina veio de fora da loja. Sérgio olhou para a fonte da buzina (um carro conversível caríssimo) e reconheceu o motorista. Pagou os livros e falou:
- Foi muito bom te conhecer, Solange. Até qualquer hora dessas!
Pegou as compras e foi a passos largos para o carro. Chegando lá, foi recebido com um beijo pelo homem que estava dirigindo o carro.
Solange, perplexa, se dirigiu novamente à pilha de livros de auto-ajuda. Agora, mais do que nunca, iria precisar de um.

Moral da história: “Se procuras um homem bonito, rico, inteligente, sensível e fiel, esqueça: ele já tem namorado e eu sou uma das poucas excessões”.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Problemas Mode OFF, please

Hoje, ao verificar o extrato do cartão de crédito, minha mãe notou que havia uma conta que não havíamos feito.
Depois de averiguar a respeito, descobrimos que era um serviço de acesso simultâneo (que nós não usamos) de internet, o que significa entrar na internet em dois computadores diferentes com a mesma senha de acesso, ao mesmo tempo.
As possibilidades eram duas. Ou meu modem estava com problema e fazendo acesso duplo, ou algum hacker havia roubado a minha senha e usado a minha internet à vontade.
Teremos que pagar (e não é pouco não), mas depois o provedor nos estorna o dinheiro. É bom pra eles por que ficam com o dinheiro por um tempo fazendo juros no banco e é bom pra nós que aprendemos o que significa estornar.
Eu, que já sou meio nervoso e facilmente “encanável” com problemas desse tipo, já ficaria estressado com isso. Mas não, quando Ele quer pegar pesado, Ele pega. Minha mãe chora miséria por qualquer coisa, e isso me deixa p*to da vida. Durante o ensaio, eu escutava com metade da atenção a regente falando dos compromissos próximos do coral, todos eles com algum dinheiro envolvido. A outra metade estava ocupada sentindo remorso de ter que fazer a minha mãe pagar por essas coisas, e mais uma metade (eu estava 150% hoje) estava tentando fazer com que as outras duas metades não me fizessem ficar pra baixo, com pensamentos “problemacêntricos” e com vontade de se esconder embaixo do rabo de um animal bem grande até os problemas passarem.

Mas eis que, no final do ensaio de hoje, ao olhar pela janela do prédio e contemplar a cidade toda, o Espírito Santo baixou em mim e me fez ter apenas pensamentos bons sobre meus problemas, vendo-os sob um espectro mais universal, mais impessoal.
Não adianta de nada ter dinheiro guardado para o futuro, se o futuro é incerto e nós só temos o agora para aproveitar. “O mundo não vai parar de girar por causa dos seus problemas”. Tem muita gente em situação bem pior do que a minha muito mais feliz, e tem gente em situação muito melhor que a minha sem felicidade nenhuma. Daqui um mês ou dois os meus problemas serão apenas memórias cômicas, histórias entusiasmadas sobre o ódio aos atendentes de suporte técnico por telefone e sobre papéis cheios de números que acabaram virando papel reciclado sem valor. Por que em longo prazo tudo acaba virando apenas lembrança, mesmo as coisas boas.
Até depois de morrer, isso se existir consciência extra-corpórea, nós vamos ter apenas o conhecimento adquirido ao longo da nossa existência e a saudade das experiências felizes e tristes que nos fizeram aprender tanto.

Era isso, camaradas. Botei Pra Fora©.

Abraço!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Para deixá-los a par dos últimos acontecimentos

Meu final de semana foi bem movimentado, como contei que seria na semana passada. A Frente da União Blogueira se reuniu novamente, dessa vez em um quartel general diferente (a casa do Jader). Foi ótimo²²² como sempre é, se reunir com os amigos sempre é bom.
Como eu passei o domingo todo fora de casa, fui acometido de um mal que me persegue. Uma pequena prisãozinha de ventre, só pra descontrair o ambiente.
Já tinha me dado isso uma outra vez, durante a viagem que eu fiz com o coral para o Chile no ano passado. Deve ser então problemas com ficar fora de casa, não sei. Mas foi até engraçado da outra vez. Todo mundo tinha uma receita diferente que a avó tinha ensinado, ou que um amigo de um amigo tinha visto na televisão, ou que tinha tomado uma vez e tinha funcionado, etc. Tomei leite, leite com Bis, tomei suco de laranja, tomei berinjela com mamão na volta, fiz uma sessão de alongamento de yoga para ver se fazia uma pressãozinha pra fila andar e até dei uns pulos e me dei uns socos na barriga. Só fiquei bom do problema depois de dois dias dormindo em casa.
Êta assuntinho de m*rda...

Hoje eu fiz a inscrição pra prova do Liberato e também pra um desfile que eu vou participar no fim do mês que vem. Depois da inscrição pra prova eu ganhei um edital com as informações sobre a prova, local, data, conteúdo, esse tipo de coisa. O jeito que o edital foi escrito é quase, mas não exatamente, totalmente o contrário do que seria um jeito tranqüilizador.
Pra fazer a tal inscrição, eu tive que tirar uma foto 3x4. Eu e a minha mãe fomos no centro para dar um jeito de conseguir a foto. A foto que eu tirei ficou um algo:



Quase um galã de novela (meio baleado e com uma cara de sono)... hehehehe.

Agora eu tenho que ir por que eu tenho um encontro incancelável com a cama.
“Mas não é meio cedo?” Exatamente...

Abraço!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Pra que se preocupar?

Na vida, há duas coisas para se preocupar:
Se você está com saúde ou e está doente.
Se está com saúde, não há por que se preocupar.
Agora, se está doente, há duas coisas para se preocupar:
Se vai ficar bom ou se vai morrer.
Se vai ficar bom, não há por que se preocupar.
Agora, se vai morrer, há duas coisas para se procupar:
Se vai para o céu ou se vai para o inferno.
Se vai para o céu, não há por que se preocupar.
Agora, se vai para o inferno, você vai estar tão ocupado apertando a mão dos velhos conhecidos que não vai ter tempo de se preocupar.

Então, pra que se preocupar?

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Pequeno provérbio chinês de autor desconhecido. Auto-explicativo, ;)

Abraço!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Crítica de Cinema

Minha mãe comprou alguns filmes pra nós hoje à tarde, olhei alguns para ver se estavam com defeito ou não, e alguns eu acabei olhando inteiros. A seguir eu faço alguns comentários a respeito de um filme que eu olhei na escola e dois que eu olhei hoje.

Apocalypto:
Esse eu achei demais, por que é todo falado em maia, o que faz com que ele seja todo legendado, e eu gosto de filmes legendados. Muito violento, mas eu já vi piores. Consegui conter a minha empatia para poder olhar o filme. Só achei estranho que o personagem principal fica correndo por três dias sem parar, pulando em árvores, lutando com animais, matando os inimigos, tudo isso com um machucado na barriga produzido por uma flecha que o atravessou. Isso seria no mínimo incômodo. Mas deixa pra lá. Ele era um maia e maias são fortes.

Click:
Vocês devem conhecer mais ou menos o enredo. Um cara ganha um controle remoto que pode controlar tudo em sua vida. Daí então o filme é todo sobre os usos que ele faz do controle e das respectivas conseqüências. Trata do costume que as pessoas têm de deixar pra viver depois e esquecer de viver o agora. Perfeito. É engraçado sem ser besteirol, e é inteligente sem ser chato. Além de muito emocionante, claro. A primeira vez que eu olhei esse filme eu estava na escola, rodeado pelos tipos mais variados de pessoas, mas a maior parte delas tiraria muito sarro se me vissem chorando por causa de um filme. Como hoje eu vi na privacidade do meu quarto, credinho que eu ia segurar choro pra ninguém. Lavei a alma. E faz um bem danado...
Destaque para a cena do “Eu te amo” em replay.

Número 23:
Fantástico. É de suspense, e, como qualquer filme que o Jim Carrey participe, dá pra dar umas risadas. Ele te dá um nó na cabeça no decorrer do filme, um nó espetacular.
Depois que termina o filme, você fica meio paranóico também, vendo o 23 em todo lugar. Eu não tenho críticas negativas para este filme, pois todas as cenas dele foram muito bem trabalhadas, todas as falas foram bem escolhidas, todos os nomes foram muito bem “calculados”, etc. Recomendo ele para quem adora filmes inteligentes e na qual é preciso prestar atenção para entender.

Era isso. Ainda não sou um cinéfilo (ou seria cinéfago?), mas posso dizer que sou bem informado.

Abraço!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Só pra não perder o costume

Vamos a mais um breve (mentindo mais uma vez, Marquinhos?) relato do meu dia e da semana.

Ontem ocorreu a 2ª Mostra de Artes da Escola de Música Raios de Sol. Foi muito lindo. Eu nunca tinha visto uma manifestação artística assim, tão linda. Muito talentosos. Pra quem quiser saber mais sobre essa escola visitem o site dela, aqui. Para quem quiser saber como foi a Mostra, visitem o blog do Antônio, onde ele narra como foi a noite de ontem, aqui.

Hoje, logo depois do almoço, eu fui com alguns amigos no Liberato, a escola que eu farei a prova de classificação pra entrar, lembram? Pois é. Lá ocorreu uma palestra sobre cada curso, para podermos escolher melhor o curso que vamos seguir. Eu já decidi, eu quero Eletrônica (as alternativas são química, mecânica e eletrotécnica).
Fizemos um tour pela escola pra conhecer as instalações e salas em geral. Foi bem legal, muito instrutivo, e ao mesmo tempo desanimador: todos a quem perguntávamos nos diziam para ir pra outra escola, ou, no meu caso, trocar de curso, por que há uma Lenda Urbana que diz que o curso que eu quero é o mais difícil.
Foi até engraçado, por que a maioria dos realmente esforçados passa o dia todo estudando, o que deixa pouco tempo pra eles se preocuparem com outras coisas, como aparência. No final da palestra, quando eu falei o meu curso para uma das quatro gurias que deram a palestra pra nós, ela falou assim pra mim: “Ta, faz eletrônica, mas não vira um mongolão como eles! Olha só, ele não cortam o cabelo só pra poder estudar mais! Eles nem tomam banho!”.
Então, tenho dois recados para os meus conhecidos, amigos e irmãos que estiverem lendo isso aqui: se eu passar na prova, e eu vou passar, vou precisar muito da ajuda e do apoio de vocês pra não desistir do curso. E também: não me deixem virar um mongolão! Se notarem alguma diferença psicológica, ou mais importante ainda, física em mim, por favor, me alertem, e se não adiantar, me batam, toquem um balde de água fria em mim, e se ainda não adiantar, toquem o próprio balde...

Sexta feira tem uma apresentação com o coral no Festival do Vale do Sinos. Os coros mais “mais” do Vale vão se apresentar nesse festival. E depois do festival tem uma festa/janta (ainda não sei bem qual das duas opções é a correta) na qual eu vou poder botar a conversa em dia com os colegas, se bem que a conversa nunca está em dia. Vai ser no mínimo interessante lá. (liga risada maligna) huhuhuhahaha (desliga risada maligna)
Então sábado eu almoço em casa, tudo normal, e de noite os amigos vem fazer a reunião semanal lá em casa, para podermos conversar fiado e cantar muito. Quando terminar, nós vamos dormir, por que domingo ao meio dia eu vou almoçar um meio frango na casa do Antônio, e de noite eu vou jantar na casa do Jader pra ele poder contar para nós como foi a viagem dele ao Uruguai. E sem deixar de conversar fiado e cantar muito, naturalmente.

Esse final de semana promete...

Abraço!

PS: muito obrigado pelas novas visitas, vou tentar me policiar pra entrar mais nos blogs dos amigos, mas a verdade é que eu tenho preguiça. Muita preguiça. Isso é uma das coisas que eu tenho que melhorar em mim...

domingo, 14 de outubro de 2007

Como vai ser o Futuro?

Uma hora todos pensam nisso. Pelo menos todos aqueles que têm algum tempo de raciocínio ocioso, ou que realmente ocupam a cabeça com uma coisa dessas.
Nada de pensar em que não há futuro para nossa espécie. Há sim. Nós somos 6 bilhões de amontoados de carbono que desenvolveram alguma inteligência (não muita) em decorrência da evolução. Isso é gente demais.
Mesmo depois de um efeito estufa, ou de uma guerra nuclear, algumas comunidades de homo sapiens hão de sobreviver. Talvez um pouco bronzeadas ou com membros a mais, mas irão sobreviver.
Então, provado que nós vamos resistir, veremos como vai ser nosso futuro.

Carros mais velozes, voadores e menos poluentes, mas que terão de correr em um mundo quente e desolado. Celulares, computadores, microondas, etc., todos esses aparelhos de hoje em dia vão ser bem menores e possivelmente vão estar acoplados a tantos outros que ainda vamos inventar.
Televisões holográficas, videogames que imitam a realidade, prisões por congelamento, robôs falantes e pensantes, isso tudo, essas coisas que parecem ser de ficção, vão ser realidade.
Então alguém da platéia se levanta e pergunta: “Ta, tudo muito bonito e alegre, mas isso vai demorar muito, então o que nos importa, se já estaremos mortos?”. O palestrante nesse momento agradece a pergunta muito oportuna e aponta para mim para eu poder continuar o texto.
Com os avanços da genética e da medicina logo será possível viver bem mais, e talvez, em um visão bem mais otimista, pra sempre. Então vão logo arrumando algo pra fazer nas tardes de domingo, pra não morrer de tédio (será a única forma interna de morrer).

Então, daqui a 1 bilhão de anos, quando o nosso sol começar a esquentar demais, toda a água da Terra vai evaporar, e toda a água de Marte vai derreter. Vamos de mala e cuia pra lá, tomar um banho refrescante nas recém criadas praias marcianas.
Dali mais 4,5 bilhões de anos, depois que nós já nos acostumamos com Marte, vamos ter que nos mudar mais uma vez. Como o hidrogênio do Sol vai ter acabado, ele vai começar a inchar, tornando as coisas bem quentes em Marte, e nossa única alternativa vai ser ir rapidamente para a periferia, lá em Plutão ou em um dos planetas por perto.
Em 7 bilhões de anos, o sol vai ter inchado tanto (vai ficar 166 vezes o tamanho natural) que mesmo de Plutão vai ser impossível olhar pra ele. Vamos andar noite e dia de óculos escuros.
O Sol vai então começar a encolher assim que aprender a usar hélio como combustível, o que vai tornar possível nós voltarmos para a Terra para dar um último tchau. Mas nada de fincar residência, essa fase dura apenas 100 milhões de anos, pois uma hora o hélio acaba, e quando isso acontecer o sol começará a se expandir de novo, o que nos obrigará a sair definitivamente do nosso tão querido sistema solar. A opção mais próxima vai ser o sistema da estrela de Bernard, que fica a 6 anos luz de distância. Relaxe e curta a viagem.

Claro que isso ainda vai demorar um pouquinho, e nós ainda temos tempo de aproveitar esse solzão maravilhoso aqui do Brasil.
Mas é melhor você se acostumar com a idéia de virar um mochileiro das galáxias.

E como você acha que vai ser o futuro?

Abraço!

Jogos de Computador Inibem a Criatividade

E eu sou a prova viva disso. Vou ficar um dia inteiro sem jogar nada no PC para que à noite, se eu ainda não tiver sofrido um ataque epilético, eu possa comprovar que sem jogos eu tenho inspiração.
Sério mesmo. Tenho quase certeza que o que está travando a minha cabeça e me impedindo de escrever sem ter de encher lingüiça são as cabeças que eu estouro no GTA, os tão sonhados 100% que ainda não consegui alcançar nesse mesmo jogo, e os níveis de poluição das minhas metrópoles do SimCity que tendem sempre a aumentar. Soma-se a isso o estresse que um computador lento causa em um maníaco da informática como eu. Não me deixa triste, mas me proporciona odiosos minutos de mau humor diário.
Bem, sobre o que falar? Sobre a falta de inspiração eu já falei, sobre o por quê dela também. Sobre a falta de musa inspiradora não é legal falar, chega a beirar o ridículo.

Bem, ontem eu aluguei dois filmes pra, talvez, na falta de coisa melhor, olhar amanhã com os amigos. Os filmes que eu aluguei foram o “Todo Mundo em Pânico 3” e “Jackass: Caras de Pau”. A minha impressão sobre o primeiro é que qualquer coisa é motivo pra fazer piada, e isso chega a ser chato, por que é repetitivo demais. Tem até aquele ditado “Não ria de tudo, pois quem acha tudo gozado é camareira de motel”. Ou como dizia a música do Cazuza “[...] rir é bom, mas rir de tudo é desespero [...]”.
O segundo é tão nojento, tão banana, tão criança, que chega a ser engraçado. O filme é na verdade uma coletânea de pegadinhas de um programa de TV norte-americano. Só que quatro de cada três pegadinhas envolvem ficar com a bunda de fora ou coisas piores, como se tocar em um ventilador ligado, destruir um carro alugado, se tocar em um lago podre, onde é jogado o esgoto de uma cidade e onde havia um gato morto flutuando, e isso tudo só pra falar das mais fracas. Eles fazem, do inicio ao fim, o que nós passamos a infância inteira ouvindo nossos pais para não fazermos. Não recomendo.
...
Ainda lá na locadora eu vi um negócio bem criativo. Em cima da porta que vai para a área dos pornôs, tem um cartaz onde está escrito o seguinte: “Alugue um pornô sem vergonha”.
Os donos da locadora me disseram que eu fui o único a entender a lógica do trocadilho até aquele momento.

Abraço! E, sobreviventes de mais um texto, deixem um comentário para ao menos dar sinal de vida. Quem estiver vivo levante a mão! \o/

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Dia das Crianças

Aêêê! Parabéns pelo nosso dia! Mesmo pros que não são mais crianças, mas que ainda guardam uma criança dentro de si!
Por que até os mais sérios ainda guardam uma criança bem no fundo, esperando ser libertada, pra poder brincar, pular, se sujar, participar de propagandas da Omo, enfim, pra fazer coisas que crianças fazem. Não a deixe mais nem um minuto trancafiada, solte-a, a deixe esvoaçar os cabelos ao vento! Pelo menos por um dia, então você verá que é bom e nunca mais voltará a ser como era antes...

Abraço! Fiquem agora com uma pequena (mentiroso) explicação sobre o porque do Dia da Criança ser nesse dia.

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Dia das Crianças no Brasil

A criação do Dia das Crianças no Brasil foi sugerido pelo deputado federal Galdino do Valle Filho na década de 1920.
Arthur Bernardes, então presidente do Brasil, aprovou por meio do decreto de nº 4867, no dia 5 de novembro de 1924, a data de 12 de outubro como o dia dos pequenos.
O Dia das Crianças só passou a ser comemorado mesmo em 1960, quando a fábrica de brinquedos Estrela fez uma promoção junto com a empresa Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas.
A idéia das duas empresas deram tão certo que outros comerciantes resolveram adotar a mesma estratégia. E assim, dia 12 de outubro é dia de criança ganhar presente!

Dia das Crianças no Mundo
Muitos países comemoram o Dia das Crianças em outros dias do ano. Na Índia, é em 15 de novembro. Em Portugal e Moçambique, a comemoração acontece no dia 1º de junho. Na China e no Japão, a comemoração acontece em 5 de maio.

Dia Universal da Criança
A Organização das Nações Unidas, também conhecida como ONU, comemora o dia de todas as crianças do mundo em 20 de novembro. Foi nessa data que os países aprovaram a Declaração dos Direitos das Crianças.

Retirado de http://www.mensagensvirtuais.com.br/saiba_diadascrianas.php

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A Morte

Como que por um achado, um amigo meu pediu para postar um texto dele aqui no blog. Digo que foi um achado por que, além de eu ter adorado o texto (curto, poderíamos até chamar de pensamento), isso me salva (e a vocês) de mais um dia sem inspiração. O amigo é o Marcelinho, um grande pequeno amigo meu, que, embora esteja meio afastado do grupo ultimamente ainda é um baita amigão meu.

Abraço!

"A morte não é um mistério que amedronta, ela é uma velha conhecida nossa; ela não esconde segredos que possam perturbar o sono de um homem honesto.
Não vires o teu rosto ao ver a morte, não te assuste se ela vir e parar a tua respiração. Não a temas pois ela não é o teu amo que vem em tua perseguição. Não o teu amo, mas um simples servo do Teu Criador – aquilo ou aquele que criou a morte e te criou – e que é, Ele sim, o Único Mistério."

Marcelo de Oliveira

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Música Que Momento da Semana

Para me salvar da falta de inspiração (ou salvar vocês de mais uma sessão encheção de lingüiça...), hoje eu vou postar a música da semana.
Estou sem novidades, ou pelo menos nada publicável por enquanto. Decidi não me importar com os problemas pequenos do dia-a-dia, com tanta gente aí com problema muito maior enfrentando com bem mais força do que eu. Ainda não é uma mudança pra eu ser visto como Marquinhos 2.0 (o Antônio foi a versão beta, daí veio eu, como o 1.0, e ainda é cedo pra vir o 2.0), mas é bom eu escrever isso pra se porventura eu estiver mal eu ler isso e me botar nos trilhos novamente.

A música que eu escolhi eu andei cantarolando a semana toda, pra ver se alcançava os agudos desgraçados que a compõe. Consegui, mas ainda não ta legal. Vai pra minha lista de “coisas a aprimorar”. No topo da lista está “pensar antes de falar”, seguido por “não se deixar ser pisado” e “prova do Liberato”. A lista segue por duas páginas, cheia de detalhes totalmente desinteressantes.

Abraço!

Sapato Velho - Roupa Nova

Você lembra, lembra
Daquele tempo
Eu tinha estrelas nos olhos
Um jeito de herói
Era mais forte e veloz
Que qualquer mocinho de cowboy
Você lembra, lembra
Eu costumava andar
Bem mais de mil léguas
Pra poder buscar
Flores de maio azuis
E os seus cabelos enfeitar
Água da fonte
Cansei de beber
Pra não envelhecer
Como quisesse
Roubar da manhã
Um lindo por de sol
Hoje, não colho mais
As flores de maio
Nem sou mais veloz
Como os heróis
É talvez eu seja simplesmente
Como um sapato velho
Mas ainda sirvo
Se você quiser
Basta você me calçar
Que eu aqueço o frio
Dos seus pés

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Historinha do meu professor...

Hoje no curso meu professor se queixou de dor nos rins, e contou pra nós a história de uma outra vez que deu essa dor nele. Segue a história como contada por ele próprio.

Abraço!

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Uma vez me deu uma dor como essa. Eu estava dando aula pra primeira turma da tarde e começou a doer um pouquinho aqui no rim direito. Eu achava que era de estar a tarde toda em pé, então não dei bola para aquilo. Era o tipo de dor que eu só sentia se quisesse, daquelas bem fraquinhas.
Na segunda turma a dor já tomava maiores dimensões. E foi indo nesse passo na terceira e na quarta turma. Na quinta turma, já não me agüentava. Passei uma tarefa pros alunos e me escorei na parede no fundo da sala, respirando fundo pra ver se aliviava a dor e torcendo pra que nenhum dos alunos me chamasse pra explicar o que quer que fosse.
Com muita dificuldade, chamei o Adriano de canto e falei pra ele aprontar uma locomoção pra eu ir pro hospital tão logo terminasse a aula. “Mas o que tu tem?” perguntou ele. “Ah, só uma crise de pedra no rim. Não te preocupa, não é nada demais”. Eu vi ele ficar branco com a minha resposta. Saiu correndo de fininho, sob olhos assustados dos alunos.
Quando terminou a aula eu vapt pro hospital. Lá me confirmaram que era pedra no rim e que eu ia ter que dar um jeito naquilo (gênios!). Deram-me um remédio pra não sentir a dor na barriga. Tenho cá minhas dúvidas quanto à origem do remédio. Eles me diziam que vinha da farmácia, mas pelos efeitos que estava provocando em mim eu poderia jurar que o que me deram tinha sido um pouco da melhor safra de cannabis da Bolívia.
Cambaleante, voltei pro carro, dividido entre o desejo de uma cama bem fofa e o de mais remédio. Me disseram pra voltar no dia seguinte pra fazer alguns exames, mas eu estava mais interessado nas luzes que piscavam a minha volta, no cabelo rosa chiclete da médica e no seu avental verde com bolinhas azul água. É, eu estava doidão.
No dia seguinte, já no consultório médico e menos doido, me disseram que iriam fazer uma ecografia pra saber (se era menino ou menina, como meu adoráveis colegas adoram tirar sarro) como iriam tratar das minhas pedras nos rins. Só que pra fazer o exame, com bem sabem, eu tinha que ter a bexiga cheia. Então me deram dois litros de água pra eu beber ali, e eu bebi.
Que tortura não poder ir no banheiro! A cada nome que não era o meu eu sentia me afundar um pouco mais no banco da sala de espera. Minha bexiga estourando e eu sem poder dar uma boa mijada.
Depois do terceiro paciente que foi atendido antes de mim, eu já estava sentado em posição de monge, meditando para controlar a urina. Amarrar a ponta não era uma boa idéia pra ocasião, então meditar foi a melhor alternativa. Me desliguei do mundo, de todas as sensações, principalmente a que dizia “vai no banheiro, agora!!”. Cada vez que alguma enfermeira vinha perguntar se estava tudo bem, se eu não queria beber um refresco ou um café, eu a fulminava com meu olhar de “sabe voar? Quer aprender?”.
Quando eu ouvi a voz mágica chamando meu nome no fim do corredor, foi como se eu fosse a pessoa mais feliz do mundo.
Lá dentro, a médica passava aquela coisa gelada na minha barriga e apertava, parecia que estava querendo tomar um banho mais cedo. Ela está na minha lista negra.
Ao fim da sessão “aperto na bexiga”, era eu apostando corrida com o som em direção ao banheiro. Tudo que estava no meu caminho em uma linha reta ao banheiro não está mais lá, seja o que fosse. Fiquei três minutos lá dentro, apreciando a sensação única que é matar algo que está te matando. Saí do banheiro levitando, nem lembrava mais por que estava ali.
Fui pra casa e uma semana depois eu já estava com o rim saudável novamente.
Mas até hoje eu procuro por aquele remédio que me deram...