sábado, 22 de dezembro de 2007

Várias Coisas a Dizer

O texto de hoje não tem uma progressão temática, mas deixa pra lá. Quero falar sobre várias coisas a fim de compensar o provável tempo que eu ficarei sem postar. Vou ficar sem postar não por que vou viajar, ou vou estudar, não. Na verdade eu não vou fazer nada, férias, férias, férias! Ócio total, absoluto e satisfatoriamente prolongado. Alguns podem chegar, através de uma lógica infalível, à conclusão de que com todo esse tempo livre eu deveria, portanto, escrever mais e deixar o blog sempre atualizado, mas não. É exatamente por que eu tenho tempo livre que eu não vou conseguir me obrigar a postar alguma coisa. Talvez eu, depois de uma ginástica mental, consiga arrumar força de vontade para isso, mas nada certo. Não vou prometer nada a vocês.
Pois bem, acabo de voltar da minha formatura do ensino fundamental. Ninguém gosta de afirmar isso em voz alta, mas é bem verdade: essa formatura foi o corte do cordão umbilical em forma de laço de carinho que unia os alunos e professores. Daqui pra frente todos os professores serão quase inimigos, tramando formas de fazer com que a maior parte da turma se ferre no final do ano. Mas cada problema em sua vez, não sejamos precipitados.
Podem falar mal da minha escola, comparar ela com presídios de segurança máxima, fazer o diabo, mas eu não me importo. Só nos últimos momentos é que eu me dei conta de quanto eu gosto daquele lugar. De quanto eu gosto quando os professores dão uma “mijada” na gente, quando eles nos dão um elogio, quando as tias da cozinha oferecem mais uma vez banana na merenda (as melhores bananas que eu já comi), quando damos as nossas escapadas para o pátio para assistir as outras turmas jogarem bola na torreira do sol, etc. Vou voltar muitas vezes durante o ano que vem para lá.
E pois é, isso me lembra que eu tenho que puxar bastante o saco dos meus professores, já que pelo visto todos decidiram dar uma visitada aqui no blog desse que vos fala. Se, por algum acaso, vocês aparecem aqui novamente, “oi” pra vocês. Deixem um comentário nem que seja só para eu saber que estiveram aqui e conseguiram deixar a marquinha.

Não sei se vocês notaram, mas eu senti uma leve diferença nos meus textos ultimamente. Os últimos três ou quatro, pra ser preciso. Sei lá, um jeito diferente de por as palavras, um jeito menos sutil de dizer besteiras, e por aí vai. Alguém mais notou? Se sim, me ajude a justificar o porque da mudança.

Eu queria fazer uma sessão “botando pra fora” agora. Só deixa eu me ajeitar aqui no divã. Certo.
De uns tempos pra cá, eu tenho me sentido estranho. Diferente demais. Primeiro, uma amiga minha me apresentou uma amiga dela, uma que faz o tipo “louquinha e retardadinha”, que faz um monte de loucura, vive rindo, e está o tempo todo falando coisa totalmente não aproveitável. E a minha amiga, a que apresentou a outra, diz que gosta dela exatamente por isso. Mas eu tive que ficar quieto, por que não fui muito com a cara da guria. A minha amiga notou, e ficou de cara feia comigo por eu não ter conseguido achar algo legal em uma pessoa sem conteúdo. A questão é a seguinte: será que eu estou me tornando chato?
Outra coisa, meio relacionado com o problema psicológico anterior, é que eu estou com medo de ter sucesso. Sempre que eu conquisto alguma coisa, várias pessoas se afastam de mim, como se fosse uma doença contagiosa, sabe? Só ficam as que gostariam de estar no meu lugar. Quando eu pulei de série, quando eu ganhei medalha na olimpíada de matemática, essas coisas. Eu tenho medo de continuar indo e perder as pessoas próximas de mim, o que, mais do que nunca, seria uma perda irreparável. E eu sei que vou conseguir ir em frente, e chegar onde eu quero, por que eu acredito no meu potencial e todos ao meu redor vivem dizendo que eu consigo chegar lá. Mas eu por enquanto tenho medo, só isso. Alguns amigos meus não tem ambição nenhuma. Não desejam “ir em frente” como eu disse antes. Eu não conseguiria. Na quero desmerecer a opinião deles, mas eu não consigo me visualizar sendo só mais um na multidão. Quero uma hora dessas publicar um livro, quero ler muitos livros e ser inteligente tanto quanto possível, e ser talvez não rico, mas ter o suficiente pra viver com o mínimo de luxo. E falando sério, tocando pro alto a modéstia e dando um bico pra escanteio, eu acho que seria desperdício se eu não for em frente e aproveitar as virtudes que Deus me deu.
Pode ter ficado meio estranho, mas vocês que são os psicólogos aqui e não é minha obrigação fazê-los entender, é obrigação de vocês entenderem sozinhos a cabeça de um doido.
Nessa segunda questão, a do sucesso ou não sucesso, não tem questão (frase estranha). Eu só quis realmente externar o que vem me roendo há algum tempo, e que lugar melhor para se por um segredo íntimo do que um blog a qual o mundo todo tem acesso? ;)

Agora, mudando de saco pra mala.

Um assunto que sempre me fascinou (são vááááários, mas vamos falar apenas sobre este por hoje) foi a lingüística. É impressionante como cada palavra tem uma origem em latim ou coisa parecida. E os significados que as palavras-origem tem, muitas vezes são convertidas de forma figurada para o português. Um exemplo que eu adoro eu vi em uma palestra gravada em DVD. A palavra “humos”, não tenho certeza se escreve-se assim, significa “terra”. Logo, quando uma pessoa humilha alguém, ela está pondo a outra pessoa próxima à terra, pisando na pessoa. Ou uma pessoa que é humilde, que se põe na terra para que ninguém a note, ou que não pareça estar se gabando. A palavra homem, e agora estou só no achismo, deve significar “feito da terra”. Eu achei legal isso, quero uma hora dessas me aprofundar no assunto.
Para os mais interessados, também tem outro exemplo que é o da plica. Isso significa dobra. Pois bem. Pensem que quando alguém explica algo, ela retira (ex) as dobras (plica) no entendimento de algo. Quando alguém complica algo, ela acrescenta (com) dobras (plica) no entendimento de algo, também. Ou mais: duplica (duas dobras), triplica (três dobras), quadruplica (quatro dobras), e vai...

Certamente estão achando isso uma chatice, então eu me despeço aqui. Me convenci de que o cérebro não funciona bem depois da meia noite, principalmente empenhado em uma criação literária desprovida de pés e acéfala.

Abraço!

4 comentários:

Kari disse...

Ah não! Não achei nada chato!

E vamos comentar por partes. Quanto ao fim do ensino fundamental, sim, a mudança é drástica, mas a gente acaba acostumando. E faz falta, mas a gente se acostuma também....

Mas ahhhhhhhh guri!!!! Adorei o momento "botando pra fora". Adorei mesmo. Nada melhor que desabafar, né? É sim, parece que, quando alcançamos algo, algumas pessoas, de fato, se distanciam, mas a gente termina aprendendo que, aqueles que se distanciaram nunca realmente nos quiseram bem, ou então, jamais teriam ido. Mas ei... espero que consigas sim, tudo o que tanto queres e sonhas, e que sejas muito feliz e um cara realizado!

Adorei também o momento "lingística" e adorei aprender um pouco sobre as palavras...

Um beijão pra tu
e curta bem muito as férias!!!!

Anônimo disse...

Férias não serve pra postar em blog, guarde isso. Experiência própria de um blogueiro-de-quinta-categoria-porém-velho-de-guerra.

Porra, você pulos de série!? Que muito foda moleque! Parabéns!

Manda a merda quem se afasta de você em consequência das tuas conquistas, na moral, se isso aconteceu é porque é melhor assim. É mais ou menos aquilo que a Kari já disse mesmo...

Acho lingüística o máximo também, apesar de não ser ter sido um fã das aulas de português na minha época de escola... pesquise depois (pq eu imagino que você goste de pesquisar, hehe) sobre a palavra "alfarrábio", e verá que além de muitas delas terem origem no latim, outras tantas também são distorcidas conforme o passar dos tempos (falando nisso me lembrei da palavra maquiavélico, também usada muitas vezes de maneira equivocada!).

Abraços, garoto!

Antônio Dutra Jr. disse...

Eu só tenho uma coisa a dizer, após ler teu texto:

Ah, a adolescência...

=]

Abração, maninho!

Anônimo disse...

Cara, esse turbilhão de hormônios que invadem nossa corrente sangüínea (ainda mais nessa idade...) podem causar um tumulto em pessoas normais.
Em pessoas como tu podem ser sinônimo de arma química dentro do cérebro...
E o problema é teu...
A vida vem sem manual de instruções e é o que a torna ainda mais fascinante. Paciência requer muita prática, como diria Shakespeare, e isso é verdade...

Já disse que a tua palavra de ordem é a mesma da minha (embora tu tenha te feito de morto e ainda não tenha me pago um pila pela apropriação indébita): pressa!

Também pensei esses dias e fui refletir acerca do meu planejamento para 2008, agora já decidi o que acho que é melhor pra mim.
Pode até parecer egoísmo, mas Chaplin dizia que o nome disso é amor próprio!

E as respostas vêm, é só deixá-las trabalhando em segundo plano.

Bem, o comentário post termina aqui.
E o teu texto é bom, sim!

Um abração, mano!