sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Bem, gente, mudei de novo:

http://sequelasdopensamento.blogspot.com/

Espero todos lá.

Abraço!

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

O Último dos Dias

Que dia melhor para que eu me retifique na postagem bloguística do que o último dia do ano? Tenho passado por batalhas internas entre o lado preguiçoso (comunista, canibal, terrorista, religioso fundamentalista e qualquer outro título ruim que passe pela mente dos leitores) que queria deixar sempre para depois, ou que queria deixar para sempre o depois, depende o ponto de vista; e o lado progressista (feliz, racional, disposto, e uma infinidade de adjetivos que contrastem bem com os títulos de antes) que queria de uma vez por todas acabar com a espera e com esse ócio que mata os meus neurônios ávidos por atividade. Como pode-se notar através deste texto, o lado pelo qual todos torciam venceu.
O clima também nunca ajudou muito. Agora está até agradável, como esteve em alguns poucos dias, mas na grande maioria esmagadora (permitam-me algumas redundâncias; tenham certeza de que elas são mais do que justificáveis) dos dias depois do fim das minhas aulas, o que predominou só pode ser chamado de agradável por aqueles meteorologicamente infelizes que vivem mais perto da linha do Equador do que eu, e ainda assim com excessões. Foi bem na época em que eu comprei um computador novo (super máquina, roda qualquer coisa), e eu, como qualquer outro fã de tecnologia/ciência/conhecimento/não-precisar-esperar-para-carregar-um-jogo-e-poder-rodá-lo-no-máximo faria, passei praticamente o tempo todo em frente do mais novo membro da família, e não foi qualquer 40°C que me intimidou. Jogava Spore, no alto da tarde, no alto do sol, quase nu, com todo o líquido que alguma vez eu já tenha bebido na vida escorrendo pelas costas, e estava feliz que nem pinto no lixo. Obviamente não por causa do calor, que eu desde sempre só considerei útil para valorizarmos mais o frio e desvalorizarmos os casacos que escondem tudo das moças. Falo mesmo.
E, de todas as piadas sobre o calor que já me fizeram, nenhuma foi tão irônica e maldosa quanto uma que o acaso me pregou. Sucedeu-se o seguinte: durante a época de frio, eu sempre deixo o casaco em um local de fácil acesso, e durante as curtas temporadas de calor que existem no meio do inverno (mais frequentes no seu final), eu o deixo descansando pendurado do lado de fora do guarda-roupa. Há pouco tempo, em uma que eu pensava ser uma curta temporada de calor, mas que na verdade era o começo do verão, deixei o casaco lá, esperando uma reviravolta no tempo. Nessa tarde, em que eu escorria em frente ao PC, olhei para o casaco e senti como se aquilo fosse coisa de outro mundo, coisa sobrenatural. Na verdade, aquilo estava extremamente semelhante a uma escultura em homenagem a algum deus (o do frio, no caso), se bem que nas religiões que conheço precisa-se primeiro morrer, para só então ir para o Inferno.

E como eu dizia anteriormente, o clima também não ajudou muito. Cabeças fritando pensam pouco, e pensam mal. E sem pensar até que dá para escrever alguma coisa, mas quero perder esse vício. É uma das minhas promessas para 2009, junto com exterminar um a um todos os defeitos que eu puder. Ou, na melhor das hipoteses, escondê-los. As pessoas que se dizem espontâneas vão criticar-me, me falando que esconder defeitos é falsidade. Eu, claro, responderei que espontaneidade de verdade nada tem a ver com fazer e dizer coisas sem pensar, e é na verdade não ter medo dos próprios sentimentos, emoções e opiniões. E isso é outro dos meus objetivos em 2009.

Mas antes de pensar em 2009, preciso declarar aqui para efeitos de registro, que 2008 foi o ano mais feliz da minha vida. Disse isso de 2007, e dizer isso de 2008 não diminui a qualidade de 2007, só traduz o quanto o ano que acaba hoje foi superlativo. Se pelas conquistas intelectuais ou pelas muitas amizades novas e maravilhosas, ou pelos montes, montes, montes, montes e montes de risadas que eu dei e proporcionei, ou ainda pelo amadurecimento no sentido de saber quando errar e que erros se pode errar, eu não sei. Deve ter sido a mistura de tudo isso, e essa mistura me faz estar eternamente agradecido a todas as pessoas que ajudaram para que isso acontecesse.

Eu tinha uma carrada de coisas pra dizer-lhes ainda, mas não lembro de boa parte delas. Só tenho mais a dizer que tenho recebido por todos os lados incentivos para a escrita, e é por isso que venho com vigor renovado agora.

Um Feliz Ano-Novo para todos vocês, que em 2009 tudo de bom seja realizado nas suas vidas. Aguardem novidades em breve.

Um abraço!

sábado, 25 de outubro de 2008

Boletim de Notícias

Pois é, quanto mais eu prometo (para mim mesmo e para vocês, às vezes me confundo se o que eu penso que eu disse eu disse mesmo ou só pensei em dizer, mas enfim...) que vou postar mais, mais tempo eu fico sem postar, dividido entre a ânsia de postar e a preguiça de escrever qualquer coisa. Por sorte, ainda não vivo da escrita (destaque para o ainda), então não tenho grandes problemas em procrastinar um pouquinho aqui no blog, desconsiderando o desconforto gerado pela falta da escrita. Eta viciozinho, hein?

Hoje eu vou contar-lhes apenas alguns pormenores e pormaiores recentes meus, de modo a situar-lhes adequadamente no meu tempo e no meu espaço.

Esta semana eu vou viajar com o meu coral para Minas. Estou meio apreensivo, tenho medo de não conseguir dominar o dialeto regional, pois meu ouvido começa a falhar depois que passam de 40 palavras por segundo, mas fora isso estou super feliz em fazer tal viagem. Não sei ao certo se alguém que me visita é de Minas, fora um ou dois que eu sei, mas de qualquer modo talvez nós nos esbarremos por aí. Se por acaso vocês virem na rua um loirinho, de olhos verdes, topete, óculos, e super parecido com o Brad Pitt, podem ter certeza que sou eu. (Só, garotas, não tentem arrancar a minha roupa, pois uma outra notícia [um dos pormaiores, que me faz suspirar em falsete e levitar a 10cm do chão] pode ficar com ciúme.)
Por sorte, na mesma época dessa minha viagem, vai acontecer a Mostratec na minha escola. Segunda maior feira de ciência e tecnologia do mundo, a maior da América Latina. Coisa chique, benhê. Se quiserem saber mais, visitem o site: www.mostratec.com.br.
Amanhã vai acontecer aqui em casa uma “festa dos cueca”, com meus colegas da escola. Uma espécie de “despedida” em alto estilo, antes da minha partida para Minas. Poderia tecer parágrafos e mais parágrafos sobre o pessoal que vai vir aqui, mas acho que dizer que quando eu entrei naquela escola eu não esperava conhecer gente tão especial já é o suficiente para descrever esses meus mais novos amigos (ou, muito bem colocado por um deles: werafriends).

Pessoal, estou perdendo o jeito com posts mais longos. Deve ser a falta de prática. Mas enfim, estou aí, com a cabeça fora da água, no momento secando no sol ao som do mar e à luz do céu profundo.

Minas me aguarde!

Abração!

PS: centésimo post aqui no blogspot! Uhull Nova Iguaçu!

domingo, 5 de outubro de 2008

Afogado?

Por acaso eu dei uma passada de olhos agora no arquivo do blog (santo blog!), e notei que a minha freqüência de postagens caiu vertiginosamente, estacando milagrosamente na faixa média de duas postagens por mês. Se eu não fosse eu, fosse outra pessoa qualquer, era capaz de largar tudo de mão e mandar pra puta que pariu este espaço aqui, mas como eu tenho a extrema sorte de ser eu mesmo, não outra pessoa, então eu agüento, por que eu amo a escrita, e este espaço foi uma das melhores coisas que já me aconteceram no sentido de me fazer crescer, ficando atrás somente da vez em que eu aprendi a ler na primeira série.
Acho que já comentei com vocês, há muito tempo, quando eu ainda não tinha pegado o jeito da escrita e escrevia sobre qualquer coisa (ainda escrevo sobre qualquer coisa, mas posso me dar o direito de esquecer a modéstia e afirmar que hoje eu o faço com melhor gingado), que todo mundo faria bem em escrever. Exercita os neurônios sedentários e os faz ficarem fortões, cheios de ligações, com uma acentuada resistência ao Alzheimer e às novelas do doze. Mas o pessoal não gosta muito, decerto por que pra escrever o cara tem que ter certo gosto pela leitura e assemelhados, e como todos nós sabemos, leitura é coisa de quem não trepa, não come chocolate nem escuta música.
E por falar em ignorância, foram hoje as eleições. Eu ainda não voto (já falei que eu sou sortudo?), então pude dormir até mais tarde, sem precisar ir de manhã votar. Se votasse eu poderia ir de tarde, mas não gosto de deixar nada pra última hora. Vou me abster de comentar algo sobre política, com certeza descambaria para uma lamúria pessimista (ou realista) ao extremo. Lá fora já tocam foguetórios os candidatos eleitos.

Já ta terminando o ano. Não preciso de muita nota, então estou tranqüilo agora no terceiro trimestre. Estou cada vez lendo mais, mesmo tendo cada vez menos tempo. É tão bom olhar para a minha estante e ver a pilha dos candidatos a leitura que eu tenho... E esses são do bem, independente de quem eu escolher, ele não vai roubar nem mutretear durante o mandato.

Enfim, hoje o post é só uma bolha para que vocês saibam que embora esteja há bastante tempo encoberto pela água das tarefas diárias, eu ainda respiro aqui embaixo... E também serve pra mostrar que eu ainda consigo fazer posts não-fumados.

Entonces, um abraço!

domingo, 14 de setembro de 2008

Tic-tac Impiedoso

Amigos, o tempo passa. Por mais simples que essa afirmação possa parecer, ela não é.
Pra começar, nem sabemos verdadeiramente o que é o tempo. Os maiores cérebros do mundo passam o tempo todo pensando sobre o tempo e a única conclusão a que eles chegam é que ele passa, e que perderam tempo demais pensando sobre isso.
Alguma coisa, alguma linha na programação primordial do universo, faz com que a quarta dimensão, aquela que fomos condicionados desde o nascimento a chamar de tempo, está sempre se deslocando para o que, de forma parecida ao tempo, fomos condicionados a chamar de futuro. Nessa programação estão também as linhas sobre a matéria e as linhas sobre as forças que controlam a matéria. Cada linha da programação não trabalha solitariamente, todas as suas equações dependem dos resultados das equações de outra linha de programação que, por sua vez, também depende do resto da programação, e isso tudo forma um loop infinito que dá dor de cabeça em qualquer ateu convicto.
Mas de qualquer forma, essa programação foi posta em funcionamento em um hardware incrível, o universo (que, só para constar, também está previsto na programação). E, depois de uma grande novela que os cérebros supracitados dedicam a vida inteira a descrever, desprezando todas as leis da lógica e da estatística, surge a vida em um planetinha insignificante, o nosso.
Depois de outra grande novela, que outros cérebros (não tão grandes quanto os anteriores, mas ainda assim brilhantes) também se dedicarão a descrever, surgimos nós, macacos superdesenvolvidos que se acham superiores aos outros macacos.
Nós ficamos assustados com o mundo todo, com esse exuberante resultado de uma programação de algumas linhas, e principalmente com uma parte dessa programação, a do tempo. Sim, por que é ela que nos determina o momento de nascer, o de ser feliz e passar os genes para a próxima geração e o de fechar os olhos e deixar para sempre de ser uma prova de que absurdos matemáticos existem. Nos impressiona tanto, que criamos modos de contar o tempo, desde o ciclo da lua até os divinamente precisos relógios de ciclos de radiação de rádio. Isso nos torna escravos do tempo, pois a partir daí nunca mais vamos poder ficar muito tempo sem olhar inúmeras vezes o canto superior direito da tela do celular, só para certificar-se quanto tempo se falta para ir dormir ou, mais inserido no contexto, quanto tempo se perdeu lendo um texto bloguístico inútil.
Mas simplesmente olhar as horas é algo impessoal demais. Criamos os finais de semana, as férias, a aposentadoria e, o ponto importante, criamos a idade.
Como que para comemorar sabe-se lá o que, fazemos uma festa uma vez por ano na data em que, em um certo número de anos anteriores, nós nascemos. Tem algo a ver com a felicidade de estarmos por tanto tempo vivendo e interagindo com e através desse hardware imenso. Não que faça muito sentido, no fim das contas, mas se tu for parar pra pensar, no fim das contas poucas coisas fazem sentido. Neste final de semana fui em uma dessas festas.
Muita gente legal, comida, muitas risadas, comida, muitos amigos, risadas e comida de novo. De forma geral, eu comi até quase estourar (era de graça mesmo) e ri como um condenado por diversas vezes. Muito bom mesmo.
De madrugada, eu, um amigo e o aniversariante jogamos videogames. Mas não essas coisas novas que existem hoje por aí, jogamos os velhos joguinhos, que antigamente (oh, como sou velho) não nos deixavam dormir simplesmente por que não podíamos dormir sem tentar passar mais uma fase, derrotar mais um inimigo, explodir mais um alienígena... Enfim. Super Mario World, Mortal Kombat, Bomberman e até Top Gear a gente desenterrou de um CD cheio desses games geriátricos.
A cada momento, eu sentia os meus processadores todos buscando informações no meu disco rígido. Até ontem eu nunca tinha entendido quando os velhos falam que não lembram da infância. Quando eu era criança e jogava aquilo fanaticamente, não me passava pela cabeça que iria esquecer algo. Eu pensava que aquilo que estava perenemente na minha memória RAM nunca iria virar arquivo fragmentado, mas foi o que aconteceu.
Essa busca aos tempos antigos dentro da minha cachola serviu para além de me alegrar ao descobrir que está tudo ali, só meio espalhado, serviu para me mostrar que o tempo passou para mim também. Desde o momento em que a minha cachola passou a funcionar, com as interações químicas de praxe, e surgiu o que se pode chamar de auto consciência, o nosso planeta insignificante já deu 14,8 voltas ao redor do Sol, e vão ser 15 voltas completas daqui a dois ciclos lunares... É, se for analisar isso bem, e levando em conta a média de longevidade de macacos superdesenvolvidos como eu, já se foi quase um quarto dessa minha existência. A quarta dimensão é uma linha muito cruel na programação primordial, isso ela é.
Mas não se pode ficar perdendo muito tempo com essas lamentações. A vida é algo brilhante. É tão simples, e tão grandiosa ao mesmo tempo... Nós que complicamos demais as coisas. Ela só não é mais simples do que ser feliz. Criar uma situação que faça com que o cérebro reaja de maneira a criar a felicidade é ridiculamente simples, graças à autoconsciência. Nós que mandamos na nossa vida, nós que mandamos nas coisas à nossa volta e nós que mandamos na nossa cachola.
Nós só não mandamos no tempo.

E, meus amigos, o tempo passa.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

ILSC

Quem acompanha as minhas idéias razoavelmente bem, deve ter notado que eu tenho uma incontrolável vontade de fazer com que todos entendam tudo, sempre. Isso me atrapalha um pouco, deixa meus textos um pouco cansativos às vezes, e podem acreditar, não me deixa feliz.
Então, para resolver os problemas do mundo, decidi dar um nome para essa minha mania. Não para a mania em si, isso eu deixo para os loucos, digo, para os psicólogos, mas eu vou nomear agora a dificuldade que acabou por fomentar essa mania: a insuficiência lingüística de sentido compreensível. Para melhorar um pouco, pode ser chamada apenas de insuficiência lingüística.

Eis uma possível definição no Wikipédia:

Insuficiência Lingüística de Sentido Compreensível (ILSC)

A insuficiência lingüística é o termo - cunhado por Marcus Vinícius da Silva, no dia 3 de setembro de 2008 - usado para designar a dificuldade com a qual um indivíduo se depara ao tentar descrever uma idéia, sentimento ou qualquer outra coisa a outro indivíduo, por não encontrar palavras que expressem a sentido completo ou, mais freqüentemente, por não achar palavras que passem o sentido completamente e que sejam entendidas pelo ouvinte de modo simultâneo.
Ocorre bastante em descrições filosóficas, sendo não raro objeto de estudo da filosofia. É, por tabela, o tema de muitos dos poemas sobre amor e amizade, que tentam descrever tais sentimentos.
Pode ser usado para descrever superficialmente a diferença entre escritos jornalísticos e escritos literários. Nos escritos jornalísticos, a insuficiência literária é intolerável, pois um dos objetivos primários do escrito jornalístico é passar uma informação de modo a que o receptor da mensagem a entenda. Nos escritos literários, porém, a interpretação de grandes significados a partir de pequenos pedaços de texto é um dos objetivos do autor, que busca de modo geral uma maior apreciação da língua e define a escrita como arte, se fiando na capacidade do leitor de interpretar da maneira que desejar o texto. [...]

Como nota-se, a própria definição da insuficiência literária sofre pela insuficiência literária.

De qualquer modo, a partir de agora eu vou tentar não tentar mais explicar a insuficiência literária, me referindo a ela apenas como “insuficiência literária”, salvo em momentos que me dê na telha retomar a descrição acima. E que se dane, eu almejo ser um escritor literário e por isso a ILSC é pedra no sapato dos outros (o fato de que eu retirei essa idéia de uma definição para ILSC criada por mim mesmo é pura coincidência).

***

Acho que nem cheguei a falar da Dominique, minha poodlezinha. Pois bem, ela é três quartos poodle e um quarto Pit Bull (não, eu não estou tirando sarro). A interpretação da árvore genealógica dela poderia ser escrita em forma de novela mexicana, tamanha é a orgia.
Foi mais ou menos assim: certo dia um poodle muito macho se engraçou com uma pit bull. Foi lá e creu e nasceram não sei quantos cachorrinhos mestiços bonitinhos. Passou-se um tempo, então o poodle muito macho com gostos sexuais estranhos se engraçou com uma de suas próprias filhas, creu e nasceu a ninhada da qual a Dominique faz parte.
Quando veio aqui pra casa, num domingo (daí seu nome; é, eu sei que eu sou muito criativo), ela mais parecia uma bola de pêlos com latido agudo. Cresceu, cresceu, e cresceu um pouco além do que um poodle normal cresceria, e o cabelo que antes era preto começou a desbotar gradativamente. Hoje, já tosada (quase dava pra dizer que ela foi tosquiada, por que ela tinha muuuuito pêlo e voltou meio tosca; eu achei que ela perdeu toda a personalidade quando cortaram seus cabelos do corpo, agora ela tá igual a qualquer poodle de madame, o equivalente canino a uma loira oxigenada e siliconada), está um pouco mais parecida com o que se convencionou de chamar de cachorro normal. Já tem até padrinhos no grupo da panelinha do sábado.

***

Como eu sou do avesso, final de trimestre é bem tranqüilo pra mim. Talvez essa tranqüilidade se traduza em mais aparições aqui, talvez não. O certo é que eu vou ler ainda mais; nunca estive tão satisfeito com a mina quantidade de leituras. Transportar-se para um mundo paralelo e se preocupar apenas com os problemas dos personagens é uma sensação impagável, e quanto mais eu pratico mais a experiência se torna real.
Estou lendo no momento Neuromancer, do William Gibson. Dizem que foi o livro que deu origem ao subgênero de ficção científica cyberpunk (futuro caótico, muita informática, muita eletrônica, muita poluição, muito couro preto, muito óculos escuros espelhados e, mais do que tudo, muitas drogas artificiais novas – tudo isso como pano de fundo para análises filosóficas profundas). Estou gostando, já me acostumei com o estilo dele, que é bastante diferente das outras coisas que eu já vi.
Um comentário bem legal a respeito do livro, é que o filme Matrix, dizem, foi um ensaio para o filme de Neuromancer. É, só não vai babar.

***

Well, povo e pova, lá me vou de novo.

Abraço!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A Política do Povão

Eu nunca fui muito lá fã de política, sempre achei meio inútil pensar nisso e que o melhor a fazer era deixar as coisas rolarem. Uma hora de propaganda eleitoral para mim era apenas uma hora de show humorístico, e nada mais.
Mas de uns tempos pra cá minha mente tem dado uma considerável “abrida”, digamos assim. Comecei a me interessar mais pelas nuances e detalhes da política. Mas foi só para me decepcionar mais com o gênero humano.
Começando com a eleição de prefeito aqui de Novo Hamburgo. O que os candidatos mais fazem (ou menos desfazem, vai saber) é acabar com a imagem dos oponentes e criar musiquinhas grudantes que tu nunca mais vai esquecer. E a letra dessas musiquinhas, por sinal, é sempre cheia de palavras bonitas, que fazem o povo relacionar o político com coisas bonitas, mas que por outro lado não tem profundidade nenhuma de significado. Gente é bicho bem burro mesmo, se deixa levar por uma música sem sentido real.
E as promessas, vejam bem, não diferem muito das músicas de campanha. Palavras como “emprego”, “saúde” e “segurança” são mato na boca dos políticos. Todos os problemas do mundo são resolvidos por essas palavras, ditas em ordens diferentes e com palavras rebuscadas a lhe entremear. É quase um crime lingüístico o que eles fazem, deixando o povo com cada vez menos capacidade de compreender as coisas, com cada vez menos senso crítico. E sempre há um bando de analfabetos funcionais para votar em um político bom de papo.
E isso é outro ponto legal de se discutir (eu comigo mesmo, vocês que se atenham aos comentários, hehehe). Muitas vezes, pelo menos a classe blogueira dos usuários da internet, e mais ainda, os escritores de verdade, se vêem em um beco sem saída: ou falam o que eles querem usando as palavras que eles querem ou eles escrevem o suficiente para que todos entendam mesmo que alguns (os espertos) possam considerar metade do texto um eco da outra metade. É aquela coisa de espremer o texto e ver o que sai: o que sai é aquilo que o autor queria passar, e o bagaço que fica na sua mão é toda a lingüiça que ele teve de encher para fazer os leitores menos espertos entenderem.
E voltando à política, o que vocês acham da propaganda eleitoral da TV? Eu, como antes, continuo achando aquilo lá um programa humorístico gratuito, por que às vezes vai cada figura lá... que nossa. Mas me atendo ao que eles falam em seus 10 segundos de direito, digo que aquilo é bagaço puro. Tu espremes e não sai nada. Na TV, muito mais do que nas musiquinhas, eles abusam de palavras sem significado e de todo o arsenal de palavras e gestos de controle de massas (demagogia) que conhecem.

Aff, não quero fazer uma crítica política aqui no blog, apenas queria exprimir uma opinião desolada: custava ter as pessoas o costume de realmente entender o que os outros falam, apenas pra eu poder escrever da maneira que eu quiser?

Hehehehe

Abração!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Ainda entrando em órbita

Então por fim, retorno vivo de uma viagem hiperespacial até o outro lado da galáxia. Durante a aventura, estive por momentos nadando em mares de stress e me encolhendo em cavernas de desespero, mas o saldo final foi, afinal, positivo.
As coisas vão se acumulando, os problemas menores se aglutinam em problemas razoavelmente substanciais e no fim acaba que eu não posso olhar pra lado nenhum sem que seja assaltado pelo remorso de estar fazendo qualquer outra coisa que não os trabalhos da aula.
O mais estressante dos trabalhos foi ainda aquele da rampa (nem sei se cheguei a falar dele pra vocês). Consistia em medir o tempo que uma bolinha leva para percorrer uma rampa, através da utilização de sensores óticos instalados nas laterais da rampa. Não que isso seja interessante pra vocês, mas talvez ficassem curiosos se eu não citasse a natureza do trabalho.
Era tão estressante que houve até quem desmaiasse durante a aula. Isso prova, também, que eu não sou o único exagerado com complexo de Hermione que se preocupa demasiadamente com os resultados em geral, sendo um deles as notas da escola (e a nota de Física dependia em parte desse trabalho estressante). O vivente não estava pálido, ele estava praticamente translúcido. Isso não nos impressionou, por que ele não era dos mais queridos pela turma, então pouco estávamos nos lixando se ele estava bem de saúde. Porém, quando ele desmaiou, querido ou não pela turma todos nós nos apavoramos, claro. Um grupo de mongolões foi correndo avisar o SAE (Serviço de Acompanhamento Escolar), tal grupo sendo formado em parte pelos que realmente estavam preocupados com o colega moribundo e em parte pelos que simplesmente estavam a fim de matar um pouco de aula indo dar bandinha pelo corredor.
Mas voltando ao desmaio do coitado, bem, não teria como não notar. As humildes medidas da criatura ficam ao redor de 3m x 2m, e no processo de ir caindo ele foi levando junto consigo as classes que por ventura estavam no seu caminho. Estendido ele cobria um terço da área da sala, e isso já é de se notar, fora a atmosfera de destruição que estava circulando ali nas classes e cadeiras reviradas.
Mas ele agora passa bem, e, já fora de perigo, muitos colegas afirmaram veementemente que ele desmaiou por causa do próprio cheiro.
O trabalho esse então, como eu disse, não estava afetando somente a mim. A maior parte das pessoas da sala estava ou revisando o que ia falar durante a apresentação ou simplesmente botando pilha nos demais. E isso ajuda bastante a deixar ainda mais nervoso quem está nervoso. Mas tudo correu bem durante a apresentação (fora a vontade quase irresistível de ser solidário com o colega protagonista da história contada anteriormente e desmaiar também, de modo igualmente cinematográfico). Eu, na minha modesta opinião, acho que o trabalho do meu grupo ficou bem bom, e vai haver professora de física testando a aceleração da gravidade na prática, se atirando (ou senso atirada) da janela, caso a nota do trabalho não seja razoável. Hehehe, quem vê até pensa que a professora é uma monstra. Alguns dos meus colegas podem até achar isso, mas a minha opinião é das mais contrárias possíveis. Afirmo sem demagogia que adoro meus professores, e alguns dentre eles, inclusive essa professora de física, estão na minha listinha de melhores professores ever e de “gente fina pra caramba”.

Bem gente, me sinto um pseudo escritor de novo.

Um grande abraço a todos!

PS: é bom vocês irem se preparando para o post do WeraFlera. Não vou explicar agora, em um post scriptum, até por que o weraflera merece um post só pra ele/ela. Mas por enquanto fiquem com a comunidade no Orkut do Weraflera:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=64639065
E, a propósito, não esperem por muito não. É até bom vocês esperarem uma grande porcaria, por que daí independente de como ficar vocês vão achar que excedeu as expectativas e então todo mundo vai dormir feliz!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

At Speed of Light

Agora sim eu posso dizer que recordo como eram os tempos despreocupados e sem grilo nem galho do ano passado. Terminei todos os temas que tinha pras férias ontem, o que quer dizer agora a pouco, e desde então tenho gozado da mais perfeita tranqüilidade.
Faz pouco tempo, mas já sinto até as costas mais moles, a cabeça mais leve... Tudo está mais colorido e todas as coisas tem mais graça. A chuva, que antes era a “desgraçada da chuva, não dá pra sair na rua sem parecer estar mijado” agora virou a “adorável céu caindo, trilha sonora para um sono mais profundo do que a Fossa das Marianas”. O orkut, que antes me estressava emperrando, agora me fornece um tempo para pensar, ao dar pau de vez em quando.
É, no fim, é tudo questão de ponto de vista. Tomates são vermelhos mas se eu fosse daltônico eles seriam cinza escuro. Não que seja a melhor das analogias, mas foi a primeira que me veio. Tenho que aproveitar para escrever tudo o que eu quiser agora, por que a essa hora da noite qualquer senso crítico que eu tiver está reduzido a algo que apenas filtra os palavrões e frases que podem ser (muito) mal interpretadas, e isso acaba dando liberdade maior para que o cérebro mande e os dedos façam com que o teclado obedeça.
E voltando a falar das férias, essas que eu comecei a aproveitar agora (nota interessante: elas terminam sexta-feira), como eu gostaria de viver continuamente em férias. Sei que eu não agüentaria. Talvez um ou dois meses, e depois disso iria arrumar uma ocupação. Mas as vezes, no auge da inquietação com a rotina pesada, a vida de um vagabundo é o paraíso mais almejado. Não ter hora pra acordar nem pra dormir, poder ficar no MSN até a hora em que um dos teclantes (acabo de inventar este termo; será que eu consigo patentear?) queira ir dormir, abafar o som do teclado sendo metralhado pelos dedos ágeis com a chuva e com um sonzinho que vai desde Mamonas Assassinas até música clássica (5ª sinfonia, Fuga do Bach, musiquinhas daquele meu aprendiz de tenor já falecido, Pavarotti, entre outras), passando por música celta, MPB, e forró, enfim, essa vida tão simples de quem não tem mais nada o que fazer.

Estou escrevendo isso tudo por puro egoísmo. É, por que além de eu ter um certo prazer em me exibir para os menos favorecidos nos quesitos “férias” e “descanso” e muito mais favorecidos, infelizmente para eles, nos quesitos “trabalho” e “encheção de saco”, hoje eu também escrevo exclusivamente para relembrar como é bom escrever sem fazer muitas paradas, deixar o texto fluir o mais próximo possível da velocidade dos pensamentos que a velocidade da digitação pode possibilitar, tendo cuidado apenas em deixar publicado algo que se auto sustente e que faça sentido, mesmo que seja preciso virar a cabeça de lado, dançar a dança da chuva e dizer cocoricó para entender.
Talvez seja mesmo difícil para alguém que não seja eu entender tudo o que eu digo aqui, mas entendendo uma parte já é bem bom. É que hoje, além dessa despreocupação com a continuidade e alicerces do texto, eu também sinto uma certa alegria eufórica. Eu não acredito muito nessas coisas de energia positiva e energia negativa, mas que é verdade é verdade. Não creio nas bruxas, “pero que las hai, las hai”. Algumas pessoas só de estarem perto de ti já te deixam pra baixo, outras, por outro lado, te deixam feliz até com uma simples conversa virtual, e isso, aliado com as minhas férias estarem finalmente dando certo, é o que me deixa com a certeza de que vou dormir muito bem hoje. E se existe uma coisa mais incompreensível do que uma pessoa exageradamente feliz falando, é um blogueiro metido a proto-escritor exageradamente feliz escrevendo.

Por agora é só, desejo pra vocês um bom resto das minhas férias (husahsuahsuahsah, infame essa...).

Abração!

PS: vou olhar por cima na correção deste texto, estou cansado e não quero mexer muito nele. Hoje acho que posso dizer que o texto publicado é praticamente minha estilística pura. ;)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Férias

Férias.
Como em vários outros casos, a palavra não é suficiente para transmitir ao leitor uma perspectiva real do valor que isso tem para as pessoas atarefadas. Descansar sentado na frente de casa, lendo alguma coisa, sentindo uma brisa morna no rosto, sem preocupações de coisas a fazer, a arrumar, a lembrar, a organizar, a atormentar a mente, bebendo um copo de qualquer coisa, totalmente confortável e em harmonia com o resto do mundo. É quase como o paraíso muçulmano, só que sem as sete virgens.
Mas não tem sido assim pra mim por enquanto. Os fantasmas dos compromissos da escola e dos demais compromissos (quando estamos sem tempo é exatamente a hora em que acolhemos mais atividades) não me deixam em paz nem na hora do divino descanso deste que vos escreve.
Tenho esquecido uma pá de coisas que eu tinha que lembrar, tenho procrastinado bastante, mesmo contra minha própria vontade, procrastinar é um vício que demorarei a largar, e estou continuamente com aquela sensação incômoda de estar deixando algo para trás ou de estar fazendo algo errado e não saber bem exatamente o quê.
Vou tirar o resto da noite para organizar o meu quarto, pra cortar o mal pela raiz, e evitar uma morte precoce por causa do estresse. Eu queria mesmo era me aposentar, mas me disseram ser meio cedo ainda para querer isso. Estão até certos, mas eu precisava de férias. Bem longas. Mais longas do que essas míseras duas semanas de inverno que estou tendo agora, pelo menos.

Mas nem tudo são tudo são espinhos. Aproveitei bastante esses dias de começo de férias para não fazer nada, e já fui em uma festa. Fui só pra dançar, pois estou com umas idéias legais em mente para o futuro. Até por que ninguém iria querer nada comigo. Estou com espinhas gigantescas crescendo ao redor do nariz e em cima de outras espinhas. Elas já são uma sociedade organizada no meu rosto, com filosofias e éticas próprias, e se eu espremer uma delas é capaz de eu ter que fazer uma certidão de óbito para a coitada.
Na gincana, a Trô ganhou, naturalmente. Muita gente está naquele curso há tempos e nunca tinha ganho uma gincana e eu, como nasci com o c* virado pra lua, já ganhei uma gincana no primeiro ano que piso lá.

E tem selo aqui no MasAhh!

Selo Esse blog...Vale a pena ser olhado

Ganhei do Frodo, valeu!

E eu indico para este selo:

-Victor
-Kari
-Kamilla
-Candy
-Marcela

Quem eu indiquei, passe aqui para poder continuar a brincadeirinha.

Abração pra vocês!