sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Pra Começar o Ano Sabendo

Em uma das minhas navegadas pela web, acabei por ir parar no site da Super e me deparei com a manchete “30 maiores mistérios da ciência”. Pronto, ganhei o dia.
Mas eu não podia deixar de mostrar pra vocês um deles. Veio em boa hora, pra vocês já começarem o ano sabendo. Não que seja algo que nós já não tenhamos nascido sabendo, mas agora é científica e estatisticamente provado.

Abraço!

O que é a felicidade?
Será que a ciência pode mensurar esse sentimento tão desejado?

Por Rodrigo Cavalcante

Por muito tempo, a felicidade foi tratada como uma sensação intangível, tema da filosofia e da arte – e não da ciência . Acontece que, nos últimos anos, a união entre psicólogos, economistas e neurologistas turbinaram a chamada “ciência da felicidade”, um novo campo que promete revolucionar a ciência nas próximas décadas.

Como os neurologistas já conseguem identificar quais áreas do cérebro são acionadas quando sentimos prazer, os pesquisadores conseguem cruzar esses dados com as respostas das entrevistas, passando a contar com um panorama muito mais confiável sobre o tema. Mas como defini-la?

“Felicidade é sentir-se bem, gozar a vida”, diz o economista britânico Richard Layard, autor de A Ciência da Felicidade. Considerado uma das maiores autoridades no assunto, ele ficou famoso por levantar uma questão curiosa: o aumento de renda de países não foi seguido do aumento do grau de felicidade dos seus cidadãos.

De acordo com Layard e outros pesquisadores, isso acontece por dois motivos. O primeiro é o fato de que o que torna uma pessoa mais feliz não é o aumento da renda em si, mas o aumento em comparação aos seus colegas. Uma pesquisa na Universidade Harvard, nos EUA, mostrou que a maioria dos alunos preferiria receber US$ 50 000 se os outros ganhassem a metade desse valor, em vez de receber US$ 100 000 se os outros ganhassem US$ 200 000. O segundo estaria em nossa capacidade de nos adapta r ao novo padrão.

Mas, se a riqueza não traz felicidade, o que traz? Se você pensou em saúde, juventude, um QI alto, um bom casamento, dias ensolarados ou ter uma crença religiosa, saiba que tudo isso ajuda. Mas, de acordo com pesquisa realizada em 2002 pela Universidade de Illinois, também nos EUA, as pessoas com alto nível de felicidade são aquelas que têm mais capacidade de fazer amigos e manter fortes laços afetivos com eles. Um hábito simples e gratuito.

No original: http://super.abril.com.br/revista/240a/materia_especial_261548.shtml?pagina=1

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz Natal

Gente, é irônico. Eu estou suando parado, com o ventilador ligado de modo que ele movimente o ar morno em volta de mim (o que não ajuda a me refrescar) enquanto passam na TV propagandas do Papai Noel andando na neve, ou andando de trenó e sentindo a brisa, ou, na alternativa mais quente, sentado em um shopping com o condicionador de ar a mil.
Pois é, mas fazer o que? Ninguém mandou eu nascer em um país tropical nem em um mundo onde o efeito estufa está pegando fogo, literalmente.

Whatever.

Eu estou postando hoje esse pequeno texto para compensar o gigantismo do anterior, e para desejar a todos os que passarem por aqui e a todos os que não passarem aqui também um Natal cheio de presentes e de alegrias. Parem pra pensar um pouco no próximo, do mesmo modo que aquele cara pediu que fizéssemos, a uns dois mil anos atrás. Não custa nada, e proporciona um grande crescimento pessoal se feito certo.

Era, isso.

Feliz Natal!

sábado, 22 de dezembro de 2007

Várias Coisas a Dizer

O texto de hoje não tem uma progressão temática, mas deixa pra lá. Quero falar sobre várias coisas a fim de compensar o provável tempo que eu ficarei sem postar. Vou ficar sem postar não por que vou viajar, ou vou estudar, não. Na verdade eu não vou fazer nada, férias, férias, férias! Ócio total, absoluto e satisfatoriamente prolongado. Alguns podem chegar, através de uma lógica infalível, à conclusão de que com todo esse tempo livre eu deveria, portanto, escrever mais e deixar o blog sempre atualizado, mas não. É exatamente por que eu tenho tempo livre que eu não vou conseguir me obrigar a postar alguma coisa. Talvez eu, depois de uma ginástica mental, consiga arrumar força de vontade para isso, mas nada certo. Não vou prometer nada a vocês.
Pois bem, acabo de voltar da minha formatura do ensino fundamental. Ninguém gosta de afirmar isso em voz alta, mas é bem verdade: essa formatura foi o corte do cordão umbilical em forma de laço de carinho que unia os alunos e professores. Daqui pra frente todos os professores serão quase inimigos, tramando formas de fazer com que a maior parte da turma se ferre no final do ano. Mas cada problema em sua vez, não sejamos precipitados.
Podem falar mal da minha escola, comparar ela com presídios de segurança máxima, fazer o diabo, mas eu não me importo. Só nos últimos momentos é que eu me dei conta de quanto eu gosto daquele lugar. De quanto eu gosto quando os professores dão uma “mijada” na gente, quando eles nos dão um elogio, quando as tias da cozinha oferecem mais uma vez banana na merenda (as melhores bananas que eu já comi), quando damos as nossas escapadas para o pátio para assistir as outras turmas jogarem bola na torreira do sol, etc. Vou voltar muitas vezes durante o ano que vem para lá.
E pois é, isso me lembra que eu tenho que puxar bastante o saco dos meus professores, já que pelo visto todos decidiram dar uma visitada aqui no blog desse que vos fala. Se, por algum acaso, vocês aparecem aqui novamente, “oi” pra vocês. Deixem um comentário nem que seja só para eu saber que estiveram aqui e conseguiram deixar a marquinha.

Não sei se vocês notaram, mas eu senti uma leve diferença nos meus textos ultimamente. Os últimos três ou quatro, pra ser preciso. Sei lá, um jeito diferente de por as palavras, um jeito menos sutil de dizer besteiras, e por aí vai. Alguém mais notou? Se sim, me ajude a justificar o porque da mudança.

Eu queria fazer uma sessão “botando pra fora” agora. Só deixa eu me ajeitar aqui no divã. Certo.
De uns tempos pra cá, eu tenho me sentido estranho. Diferente demais. Primeiro, uma amiga minha me apresentou uma amiga dela, uma que faz o tipo “louquinha e retardadinha”, que faz um monte de loucura, vive rindo, e está o tempo todo falando coisa totalmente não aproveitável. E a minha amiga, a que apresentou a outra, diz que gosta dela exatamente por isso. Mas eu tive que ficar quieto, por que não fui muito com a cara da guria. A minha amiga notou, e ficou de cara feia comigo por eu não ter conseguido achar algo legal em uma pessoa sem conteúdo. A questão é a seguinte: será que eu estou me tornando chato?
Outra coisa, meio relacionado com o problema psicológico anterior, é que eu estou com medo de ter sucesso. Sempre que eu conquisto alguma coisa, várias pessoas se afastam de mim, como se fosse uma doença contagiosa, sabe? Só ficam as que gostariam de estar no meu lugar. Quando eu pulei de série, quando eu ganhei medalha na olimpíada de matemática, essas coisas. Eu tenho medo de continuar indo e perder as pessoas próximas de mim, o que, mais do que nunca, seria uma perda irreparável. E eu sei que vou conseguir ir em frente, e chegar onde eu quero, por que eu acredito no meu potencial e todos ao meu redor vivem dizendo que eu consigo chegar lá. Mas eu por enquanto tenho medo, só isso. Alguns amigos meus não tem ambição nenhuma. Não desejam “ir em frente” como eu disse antes. Eu não conseguiria. Na quero desmerecer a opinião deles, mas eu não consigo me visualizar sendo só mais um na multidão. Quero uma hora dessas publicar um livro, quero ler muitos livros e ser inteligente tanto quanto possível, e ser talvez não rico, mas ter o suficiente pra viver com o mínimo de luxo. E falando sério, tocando pro alto a modéstia e dando um bico pra escanteio, eu acho que seria desperdício se eu não for em frente e aproveitar as virtudes que Deus me deu.
Pode ter ficado meio estranho, mas vocês que são os psicólogos aqui e não é minha obrigação fazê-los entender, é obrigação de vocês entenderem sozinhos a cabeça de um doido.
Nessa segunda questão, a do sucesso ou não sucesso, não tem questão (frase estranha). Eu só quis realmente externar o que vem me roendo há algum tempo, e que lugar melhor para se por um segredo íntimo do que um blog a qual o mundo todo tem acesso? ;)

Agora, mudando de saco pra mala.

Um assunto que sempre me fascinou (são vááááários, mas vamos falar apenas sobre este por hoje) foi a lingüística. É impressionante como cada palavra tem uma origem em latim ou coisa parecida. E os significados que as palavras-origem tem, muitas vezes são convertidas de forma figurada para o português. Um exemplo que eu adoro eu vi em uma palestra gravada em DVD. A palavra “humos”, não tenho certeza se escreve-se assim, significa “terra”. Logo, quando uma pessoa humilha alguém, ela está pondo a outra pessoa próxima à terra, pisando na pessoa. Ou uma pessoa que é humilde, que se põe na terra para que ninguém a note, ou que não pareça estar se gabando. A palavra homem, e agora estou só no achismo, deve significar “feito da terra”. Eu achei legal isso, quero uma hora dessas me aprofundar no assunto.
Para os mais interessados, também tem outro exemplo que é o da plica. Isso significa dobra. Pois bem. Pensem que quando alguém explica algo, ela retira (ex) as dobras (plica) no entendimento de algo. Quando alguém complica algo, ela acrescenta (com) dobras (plica) no entendimento de algo, também. Ou mais: duplica (duas dobras), triplica (três dobras), quadruplica (quatro dobras), e vai...

Certamente estão achando isso uma chatice, então eu me despeço aqui. Me convenci de que o cérebro não funciona bem depois da meia noite, principalmente empenhado em uma criação literária desprovida de pés e acéfala.

Abraço!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Relato dos Passeios

Eu não gosto desse tipo de post, meio que ele só serve pra contar-lhes como está a vida e etc. Mas fazer o quê, não dá pra exigir do cérebro uma coisa diferente toda semana, e, afinal de contas, quando a gente vai explicar para os desinformados o que é blog, a gente acaba apelando pra descrição de “diário virtual”. Um diário meio aperiódico, e paradoxal por causa disso, mas não deixa de ser. Um “diary”, não um “daily”.
Poderia ter posto um título mais legal, algo que fizesse parecer que eu me esforcei pra criá-lo, mas não, não estou com disposição para me esforçar em nada. Sairia algo como “estou morto”, “ relato do meu óbito”, ou em um arrombo de criatividade um “resposta ao ‘Sim, ainda estou vivo’”. Reparem como eu carreguei de sarcasmo o arrombo de criatividade.
Seria resposta porque eu não posso dizer com toda a certeza que estou vivo. Pelo menos não no sentido conotativo da palavra. Qualquer um que teve dois passeios de final de ano seguidos um atrás de outro consecutivamente (hehe) deve concordar comigo.
Domingo foi o do coral. Pela manhã estava nublado e tinha uma leve brisa, o que nós interpretamos como sendo o arauto de um belo dia. Mas não. As nuvens, em vez de irem embora, se condensaram em chuva fina, e a brisa, em vez de amornar, virou um vento gelado e forte.
O que não nos impediu de sermos felizes e nos atirar na água. Logo depois de cairmos na água, brincarmos um pouco, constatarmos que não tinha nada pra fazer e voltarmos pro acampamento, nós vimos que se não fizéssemos algo seriam servidos novos sabores de picolé no outro dia. Todos com o nome de cada um de nós. Eu queria pegar uma cor, mas não sabia que ela seria logo o roxo de frio.
Não fosse a companhia de pessoas especiais como são os meus colegas do coral, o passeio teria sido um fracasso total. Foi com eles que eu enfrentei o frio na piscina, brinquei na pracinha, quase quebrei metade dos brinquedos de lá e ainda corri na chuva como uma criança. Valeu como encerramento, mas a janta na petiscaria do centro vai ser muito bem vinda.
Depois de voltar do passeio, já semi consciente, dei uma olhada no Orkut e nos comentários daqui do blog, e caí que nem um saco de bosta na cama. Foi fácil, dias antes eu quebrei a cama depois de saltar sobre ela (não estou mais tão leve), e agora ela está no chão.
No dia seguinte, bem cedo, eu me acordei e fui pro passeio da escola. Passeio de escola é uma coisa mais desorganizada do que o meu quarto (digam: ohhh!), e depois de uma hora de espera, eu consegui descobrir qual era o meu ônibus e fomos. Sentei junto dos professores, na frente do ônibus, que compartilhavam comigo a mesma opinião a respeito do pagode suspeito que uns alunos cantavam no fundão. Ficamos compartilhando ainda mais das mesmas opiniões quando eles começaram a tocar uns funks agradabilíssimos ao ouvido.
Chegando lá, fomos direto aos mochileiros, não os viajantes de carona, os armários de guardar mochilas. Eu e mais uns nos trocamos na rua mesmo, pois a sunga estava por baixo. É nova, e arrancou alguns assobios durante o passeio. Esse fato é totalmente irrelevante, mas sei lá, não custa nada dizer.
Fui a quase todas as piscinas e desci em todos os tobogãs, mais vezes nos maiores e pouco concorridos. Não consegui me queimar nem bronzear, mesmo passando protetor solar e bronzeador. O bronzeador eu peguei emprestado de uma colega, e passei um pouco por cima do protetor. Quando eu vi que não deu reação química e minha pele não começou a borbulhar, passei no resto do corpo.
Me desculpem as leitoras do blog, mas não posso deixar de acrescentar isso. Em um parque aquático como o que eu fui, deveria ter, além da enfermaria para cortes e afogamentos, uma enfermaria só para os casos de vesguice. Pois é. São tantos os tamanhos e estilos de biquíni para observar ao mesmo tempo e com extrema cautela que minhas córneas ficavam loucas, e não foram poucas as vezes em que um olho seguiu em direção diferente do outro.
No final, mais atraso, mais confusão com as mochilas, mais desconforto nos vestiários cheios, etc. No caminho de volta participei de um papo tri cabeça com os mesmos professores de bom gosto da ida, e ainda recebi vários elogios, o que, conseqüentemente, me fez prometer um monte de presentes de Natal. Eles sabem que vão acabar recebendo um conjuntinho, abraço e beijo, mas o que vale é a intenção.
E foi isso, agora o que resta de mim está aqui, escrevendo pro blog não ficar abandonado novamente. Vou tentar retomar o ritmo.
E depois dessa rápida retrospectiva mental dos acontecimentos, notei que continuei na seca. Irônico, por que eu estava em um parque aquático, mas já faz “tanto tempo que eu nem me lembro mais”. Isso me faz lembrar de uma música, mas daí já é o cúmulo da cara de pau querer enrolá-los por mais um parágrafo que seja.

Abraço, meus pacientes e queridos leitores!

domingo, 16 de dezembro de 2007

Tirando a poeira do teclado

Saudações a todos. Vim em paz. Meu nome ser Marcus Vinícius. Vocês falar meu língua?
Tá, talvez eu não tenha ficado fora tempo suficiente pra vocês me esquecerem, mas mesmo assim eu fiquei sem escrever por tempo demais. Todos os textos que eu tenho escrito poderiam ter o mesmo título que um dos anteriores: “Sim, eu ainda estou vivo”.
É a aproximação das férias abençoadas da classe discente, a de dois meses e um pouquinho. É tanto tempo de freqüente ociosidade mental que chega a enjoar. Nas últimas semanas eu sempre sinto uma saudade da escola e dos colegas, e uma ansiedade de conhecer os novos colegas quando tais existem. Lembro que no início desse ano, no primeiro dia de aula, eu fiquei totalmente decepcionado com a minha turma. A maior parte deles eram umas “criaturas de quatro patas”. As garotas mais lindas estavam na minha turma, mas isso não chegava a compensar. As criaturas de quatro patas me causavam mais agonia e nojo do que as gurias me causavam alegrias, se é que vocês me entendem.
Porém, mais adiante no ano, eu simplesmente me esqueci deles. Fiquei mais tolerante e troquei de turma, “desencanei”, como o Jader sempre me diz pra fazer nas horas em que eu estou tenso sem necessidade. Na nova turma também havia alguns seres desagradáveis, mas eles não chegavam a ser tão anti-eu como os da turma anterior. Pra eles eu não fedia nem cheirava. Aiai, bons tempos. [enxuga uma lágrima]. Estou ficando saudosista.

Pois bem, chega de falar do passado. É legal, de vez em quando, tirar o pó da memória do mesmo jeito que estou tirando-a do teclado, mas se prolongar muito nisso acaba virando rasgação de seda indiana, e eu não quero que meu blog vire um blog a lá Domingo Legal ou Domingão do Faustão. Deusolivre.
Prosseguindo.
A novidade mais legal, e que eu não poderia deixar de contar a vocês, até por que importunei vocês com novidades bem menos importantes várias vezes durante o ano, é que EU PASSEI NO LIBERATO. Estou que eu não caibo em mim.
Das 25 questões da prova, eu acertei 18, o que me deu uma nota de 5,4. Mais a nota da redação, 1,5, e eu fiquei com 6,9. Esse número me persegue (risos). Na lista do curso que eu escolhi (eletrônica. Trô, para os abreviadores e pros mais chegados), eu fiquei em 61º colocação. O que eu até acho bom, por que assim eu não chego lá nem rotulado de burro, com uma nota baixa, nem de gênio, com uma nota alta demais. Vou deixar para impressioná-los lá dentro. [risada maligna] huahahauahuahuauahauahua.
Amanhã, farei um passeio de final de ano com meu coral pra um sítio lá de Lomba Grande, o bairro rural da minha cidade. (Abre parênteses: um amigo meu, que também canta em coral, mora lá, e hoje ele perdeu o ônibus das sete que vai pra lá e ficou pra olhar nossa apresentação na praça ao lado da parada do ônibus, por que o próximo ônibus aproveitável pra ele vinha às onze. Fecha parênteses). Vai ser muito massa lá, com quase todos os colegas disponíveis pra conversa lícita, o que quer dizer que é possível conversar sem ter de se esconder da regente ou desviar dos petelecos dos coristas que querem prestar atenção no ensaio. O Antônio, que é um anti-social romântico, foi pra fazenda dos avós com a Ana. Tá, brincadeira. Ele não é romântico. Rsrsrsrsrs. Estou irrefreável hoje.
Botei “amanhã” no início do outro parágrafo por puro costume, por que na verdade é daqui a pouco o passeio.
Estou eu aqui, às cinco da madrugada, na frente do PC, experimentando uma insônia decorrente de dormir pela tarde e ouvindo os gatos cantando em coro músicas natalinas lá fora. No mínimo uma quebra de rotina. Faz bem, faz bem. O que não mata, fortalece. E eu estou Vivinho da Silva.

Então eu me despeço, pra tentar dormir mais um pouco antes do passeio. Os gatos lá fora agora começaram um Jingle Bells desafinado, vou tentar achar um jeito que não envolva sangue para fazê-los parar. Vassorada de Aaaaaaaaço! rsrsrsrs

Abraço!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Entrevista Exclusiva com Papai Noel

Tinha planejado escrever uma carta para o Papai Noel, da mesma forma que o fiz para Deus há algum tempo, no outro blog. Porém, por uma feliz seqüência de coincidências, ele aceitou me dar uma entrevista exclusiva. Segue então o diálogo:

Marcus Vinícius (MV) – E então Papai Noel, como tem passado?

Papai Noel (PN) – Ocupadíssimo devido ao Natal próximo, mas bem, dentro do possível. E você?

MV – Eu estou bem também. Um pouco aturdido, mas não esperava menos de alguém que desde os quatro anos de idade não acredita em algo e de uma hora pra outra se vê entrevistando esse algo, mas que seja. Vamos dar prosseguimento à entrevista. Quando e como foi que você se tornou Papai Noel?

PN – Bem, quando moço, há muito tempo, e bota tempo nisso, eu era muito bom. Muito bom mesmo. Tive uma vida inteira só de bondades. Então, certo dia, em vias de morrer, eu recebi uma visita de um anjo que me indagou se eu aceitaria viver pra sempre como presente por ter sido tão bom em vida. Eu, mais do que logo, aceitei. E os anos foram passando, sabe, e passando e passando. Acabou que eu não tinha mais nada pra fazer. Viver sem fazer nada é uma boa, mas as tardes de domingo me incomodavam. Então, fui atrás de algumas coisas, descobri outras e puf! Quando eu vi já estava entregando presentes em um trenó ao redor do mundo, dando continuidade a minha vida de benevolências.

MV – Hmm, legal. A Mamãe Noel não ficou desgostosa com a situação?

PN – Pra falar a verdade, não. Ela é bem feliz e está totalmente satisfeita em passar o tempo todo tricotando meias natalinas e fazendo bolachas de natal (são as responsáveis pela minha barriga, hohoho). Vez ou outra ela questiona meus passatempos, falando que são megalomaníacos e que eu deveria me contentar com uma vida calma e sem excessos. Mas isso não chega a incomodar. Pouco tempo depois ela já esquece a discussão e vem com uma nova formada de bolachas.

MV – Porque você escolheu o Pólo Norte como morada?

PN – Lá não tem carteiro enchendo a paciência e tem bastante espaço para as minhas fábricas, depósitos, e casas de duendes. E me facilita um monte na hora de voltar pra casa depois da Noite das Entregas. Não precisa quebrar a cabeça, é só apontar a bússola para o norte e mandar bala.

MV – Isso me faz lembrar outra coisa que eu gostaria de perguntar: como você faz para fazer todas as entregas ao redor do mundo em uma noite apenas?

PN – Ah, eu tenho meus métodos. Na velocidade da luz tudo pára, e eu me aproveito disso. Para fazer as renas alcançarem essa velocidade eu dou café pra elas. Admito que uso anabolizantes também, mas não vem ao caso.

MV – Hmm, certo. O que você faz quando não é Natal?

PN – Muitos acham que eu fico em casa, bebendo chá com bolachas. E é isso mesmo. O trabalho de vistoriar as cartas e anotar os pedidos fica a cargo dos meus ajudantes, dos ajudantes dos meus ajudantes e dos ajudantes dos ajudantes dos meus ajudantes. A hierarquia de trabalho é bem simples.

MV – Você também tem Orkut?

PN – O profile não é só meu. Eu, o coelhinho da Páscoa e alguns santos importantes dividimos a mesma conta. O que gera um certo caos: entre os milhares de recados recebidos nós temos de separar o que é pedido de Natal, o que é promessa de bom comportamento, negociações com São Pedro para deixar o verão ensolarado, negociações com Santo Antônio para ele arrumar um bom casamento, vírus, propagandas, recados automáticos e correntes.

MV – Tenho que adicioná-los. Um perfil com tantas celebridades não é de se perder de vista. Eu tenho mais algumas perguntas, posso continuar ou você está com pressa?

PN – Com pressa eu estou, mas pode continuar a entrevista.

MV – Certo então. O que é que as crianças mais pedem?

PN – Ah, só o trivial. Carrinhos, bonecas, bolas de futebol, televisões, vídeo games, computadores, casas, apartamentos com vista para o mar... esse tipo de coisa. Você não quer aproveitar para pedir algo agora?

MV – Assim, do nada? Quero sim, só me deixa pensar um pouco. [pensa um pouco]. Alguém já pediu a paz mundial?

PN – Já, vários.

MV – E o fim da fome na África?

PN – Também já.

MV – Então tá. Vê pra mim uma bike com o maior número de marchas possível.

PN – OK. [pega um celular de última geração, liga para algum número, fala algumas palavras e desliga] Já anotei seu pedido.

MV – Uau, Papai Noel, não sabia que tinha aderido à tecnologia. Orkut tudo bem, mas um celular?

PN – Com o aumento da demanda, eu tive que deixar alguns preconceitos com o desenvolvimento de lado. É bem mais prático. Pode até ser que mandar mensagens via pombo correio seja romântico, mas é uma forma de correspondência muito lenta.

MV – Compreendo. Você faz uso de mais alguma coisa moderna como esse celular?

PN – Nada demais. Alguns notebooks, alguns satélites pessoais, alguns sites, etc. O mais legal que eu tenho é esse cartão de crédito. [nisso ele puxa um cartão dourado de dentro da carteira, que tem escrito “MegaUltraHiperSuperPlusAdvancedUser CardGold” com o seu nome junto]. Ele funciona em qualquer lugar da Terra e tem crédito infinito. Ou tu achas que eu pago todos os presentes com o meu próprio dinheiro?

MV – Papai Noel, esqueça a bicicleta. Posso pedir um desses?

PN – Hohoho, creio que não, jovem.

MV – Então como você o conseguiu?

PN – Se eu contasse teria de matá-lo.

MV – [desconcertado] OK, deixa pra lá. Posso conviver com isso. Acho que já tomei demais do seu tempo, Papai Noel. Foi uma boa entrevista. Se eu tiver mais alguma pergunta a fazer, ou se algum leitor daqui quiser saber de algo em especial, eu poderia ligar para você? Ou quem sabe mandar um e-mail?

PN – Claro que pode, vou ter o maior prazer em responder.

MV – Gostaria de deixar alguma mensagem para os meus ávidos leitores?

PN – Pode ser. Eu gostaria de dizer a todos que fossem, pelo menos nesse Natal, bondosos, e que tivessem na mente a gratidão por um cara que nasceu há mais de dois mil anos, sejam vocês religiosos ou não, que nos ensinou que seria legal se fôssemos melhores uns com os outros pra variar um pouco.

MV – Mais alguma coisa?

PN – Hmm, sim. Um Feliz Natal a todos e um Próspero Ano Novo! E bebam Coca-Cola!

E saiu. Do mesmo jeito que entrou: pela chaminé aqui de casa. O que foi bem estranho por que a) eu ofereci a porta de frente e b) aqui em casa não tem chaminé.

Abraço!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Sim, eu ainda estou vivo

O que se sucede é que eu nos últimos tempos tenho estado excepcionalmente sem inspiração. O incrível é que logo depois que eu desligo o computador alguma idéia me vem na cabeça, mas eu fico com preguiça demais (devido o esforço mental) para ligar o computador mais uma vez ou anotar em uma folha e deixar como post-it na escrivaninha do meu quarto.
Além de sem inspiração, estou um tanto quanto vagabundo. Negligente mesmo, quase prevaricador. Digo quase por que não chego a não cumprir minhas obrigações, mas deixo de cumprir meus objetivos. Terminar de ler um livro para poder começar um que eu ganhei de aniversário, terminar este último para poder ler o livro que chega daqui a alguns dias aqui em casa (que eu comprei na net, mais um sinal de vagabundagem) entre outras coisas. Sim, alguns dos objetivos não têm nada a ver com livros.
Aff. Como eu disse, estou sem inspiração. Não tenho o que escrever. Estou sem inspiração, preguiçoso, vagabundo, e no momento, faminto. E adivinhem o que eu vou comer para matar a fome? Cachorro quente! Do mesmo lote do meu aniversário. Minha mãe congelou três potes. Enquanto ele não estiver verde, e não estiverem saindo formas de vida estranhas do molho, dá pra comer.
Não que eu tenha do que reclamar, mas enfim.

Pra terminar de encher a lingüiça, vou por aqui um trecho do “O Guia do Mochileiro das Galáxias” do Douglas Adams. O trecho que segue é um poema de Prostetnic Vogon Jeltz, um ser vogoniano.
A poesia vogon é a terceira pior do Universo. A segunda é dos azgodos de Kria (um mestre poeta dessa raça, Gruntos, leu sua obra prima “Ode ao pedacinho de massa de vidraceiro verde que encontrei no meu sovaco numa manhã de verão”. Durante o recital quatro pessoas da platéia morreram de hemorragia interna. Decepcionado com a reação deles, tentou começar sua outra obra prima “Meus Gargarejos de Banheira Favoritos”, quando numa tentativa desesperada de salvar a vida e a civilização, o seu intestino grosso pulou pra cima e estrangulou o seu cérebro). E a pior é de Paula Nancy Millstone Jennings. O nome foi alterado, mas é algo assim.
Segue a poesia.

Abraço!

Ó fragúndio bugalhostro
Tua micturição é para mim
Qual manchimucos num lúrgido mastim

Frêmeo implochoro-o, ó meu perlíndromo exangue
Adrede me não apagianaste a crímidos dessartes?
Ter-te-ei rabirrotos, raio que o parte!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Assaz Amador

Estou a tempos almejando escrever um texto com vocabulário rebuscado, algo que os motivasse a pegar um dicionário. Porém, não sabia algo sobre o qual dissertar que porventura pudesse fazer alguns de vocês deleitarem-se em ler.
Tinha possibilidade de discorrer em cima de um assunto contemporâneo, como as crises sociais e econômicas ao redor do mundo, como os grupos neonazistas por trás de atentados preconceituosos, sobre o imperialismo de Bush ou, em contrapartida, sobre o anti-imperialismo de Chávez, aquele parceiro televisivo do Quico. Seguindo nesse estilo textual, eu poderia além disso tentar criar um guia de tradução para quem interessasse entender os zurros do nosso excelentíssimo presidente, se eu mesmo os entendesse. Aquele lá criou um dialeto próprio, trocando S’s por F’s e tendo regras gramaticais pessoais atenciosamente não seguidas.
Poderia criar um texto reflexivo que induzisse a meditação profunda, ou uma reprimenda às atitudes tão pouco memoráveis de alguns meliantes que eu tive o total desprazer de conhecer, e no mesmo texto salientar o bom caráter dos entes de bem que eu mantenho no meu círculo de afeições.
Sobre os comportamentos humanos em geral também seria interessante falar. Frases construídas de ponta a cabeça seria legal falar sobre, o famoso jeito Yoda de articular pensamentos. E a respeito das palavras que instintivamente teriam que ser proparoxítonas, mas não são. Pudica, rubrica, essas aberrações lingüísticas.
Em suma, teria um leque de opções sobre o qual escrever valendo-se de palavras díspares e que são inúteis na maior parte do tempo.
Mas não. Não me ocorreu nenhuma luz. Nada de insights, revelações do Espírito Santo, epifanias, ou mesmo uma inspiraçãozinha de araque. Se eu forçasse a cachimônia a me ajudar na tarefa da escrita complicada, antes de escorrer pelo nariz e me deixar ainda mais acéfalo ela conseguiria me amparar dando uma ou outra palavra, mas no final o resultado invariavelmente seria algo que proporcionaria o prazer orgástico de uma luxação na pleura.
A incapacidade de criar tal texto é, sem dúvida, seqüela de um cérebro ocioso, um atestado de possuidor de um bestunto. E tais afirmações são provas cabais de que eu exagero demais, milhões de vezes a mais do que o estritamente necessário.

Mas no caminho da perfeição está o aperfeiçoamento. Tal caminho é ladeado por redes de descanso que transmitem uma aura inteligente, mas que no entanto é pérfida e uma hora ou outra mostra quem a usa como uma nulidade intelectual. Isso foi profundo, e ilustra bem que não há como não avançar sem tentar melhorar.
E, modéstia a parte, essa foi uma boa tentativa de “falá dificer”.

Amplexos para quem é de amplexo e ósculos para quem os ter como preferência!

domingo, 2 de dezembro de 2007

Balanço do Mês

Pode ser memória curta, mas pra mim Novembro foi o melhor mês até agora. Acontecimentos não tão grandiosos, mas importantes para mim aconteceram nesse mês.
Pra começar, teve a prova do Liberato sobre o qual eu tenho falado pra vocês o ano todo. Ainda não sei se passei, mas tudo indica que sim. Quase colado a esse evento, ocorreu também o desfile do Garoto & Garota Clemente Pinto (minha escola), onde eu ganhei na categoria Infanto-Juvenil (entendeu agora, Candy? Rsrsrs).
E por último, não menos importante, meu aniversário. A comemoração de ter completado 14 anos, 14 voltas da Terra ao redor do Sol, 5110 voltas da Terra ao redor de si mesma (mais algumas voltas adicionais nos anos bissextos), etc. Está certo que é só uma comemoração simbólica, mas mesmo assim é uma baita de uma comemoração. A festa foi ontem e se estendeu até hoje, com direito a várias repetições do prato principal: cachorro quente. E por falar em repetições do prato principal... Meu amigo, eu vou ter que comer cachorro quente até mesmo depois de dizer chega. Algumas pessoas faltaram, e alie isso à minha mãe ter feito uma conta “de mãe” para saber quanto comprar de comida, bem generosa, tendo em mente todos com os pratos cheios para que as pessoas cresçam fortes e saudáveis.
Agora em dezembro vamos ter o Natal, todos os compromissos relativos a ele, fora as festas de final de ano (que são tão simbólicas quanto um aniversário) e de final de ano letivo. Essa última não é tão simbólica, pois tem uma cara de festa pós-guerra, sabe? Festejar os sobreviventes e lamentar em relação às baixas ocorridas.

Era isso, estou tão preguiçoso que nem um texto de balanço mensal eu consigo fazer render. Só posso recomendar que sejam moderados com o champanhe e com o peru, pois não tem coisa pior do que um bêbado, ainda por cima gordo.

Abraço!