segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Assaz Amador

Estou a tempos almejando escrever um texto com vocabulário rebuscado, algo que os motivasse a pegar um dicionário. Porém, não sabia algo sobre o qual dissertar que porventura pudesse fazer alguns de vocês deleitarem-se em ler.
Tinha possibilidade de discorrer em cima de um assunto contemporâneo, como as crises sociais e econômicas ao redor do mundo, como os grupos neonazistas por trás de atentados preconceituosos, sobre o imperialismo de Bush ou, em contrapartida, sobre o anti-imperialismo de Chávez, aquele parceiro televisivo do Quico. Seguindo nesse estilo textual, eu poderia além disso tentar criar um guia de tradução para quem interessasse entender os zurros do nosso excelentíssimo presidente, se eu mesmo os entendesse. Aquele lá criou um dialeto próprio, trocando S’s por F’s e tendo regras gramaticais pessoais atenciosamente não seguidas.
Poderia criar um texto reflexivo que induzisse a meditação profunda, ou uma reprimenda às atitudes tão pouco memoráveis de alguns meliantes que eu tive o total desprazer de conhecer, e no mesmo texto salientar o bom caráter dos entes de bem que eu mantenho no meu círculo de afeições.
Sobre os comportamentos humanos em geral também seria interessante falar. Frases construídas de ponta a cabeça seria legal falar sobre, o famoso jeito Yoda de articular pensamentos. E a respeito das palavras que instintivamente teriam que ser proparoxítonas, mas não são. Pudica, rubrica, essas aberrações lingüísticas.
Em suma, teria um leque de opções sobre o qual escrever valendo-se de palavras díspares e que são inúteis na maior parte do tempo.
Mas não. Não me ocorreu nenhuma luz. Nada de insights, revelações do Espírito Santo, epifanias, ou mesmo uma inspiraçãozinha de araque. Se eu forçasse a cachimônia a me ajudar na tarefa da escrita complicada, antes de escorrer pelo nariz e me deixar ainda mais acéfalo ela conseguiria me amparar dando uma ou outra palavra, mas no final o resultado invariavelmente seria algo que proporcionaria o prazer orgástico de uma luxação na pleura.
A incapacidade de criar tal texto é, sem dúvida, seqüela de um cérebro ocioso, um atestado de possuidor de um bestunto. E tais afirmações são provas cabais de que eu exagero demais, milhões de vezes a mais do que o estritamente necessário.

Mas no caminho da perfeição está o aperfeiçoamento. Tal caminho é ladeado por redes de descanso que transmitem uma aura inteligente, mas que no entanto é pérfida e uma hora ou outra mostra quem a usa como uma nulidade intelectual. Isso foi profundo, e ilustra bem que não há como não avançar sem tentar melhorar.
E, modéstia a parte, essa foi uma boa tentativa de “falá dificer”.

Amplexos para quem é de amplexo e ósculos para quem os ter como preferência!

7 comentários:

Kari disse...

Antes de tudo, eu prefiro ósculos, são sempre mais gostosos!!!!
E eu simplesmente adorei em!!!!!

Como eu aprendi a dizer por aqui: MasAhhhhhhhhh guri!!!! Quer tri esse teu texto em!
Bah! Eu adorei essas palavras difíceis e até fiz um certo esforço pra tentar entendar algumas, mas no fim eu consegui.

"Mas no caminho da perfeição está o aperfeiçoamento."
Cada dia melhor em Marquinhos?

Ah! E no meu blog, é pra botar pra fora mesmo... aproveita que lá num tem censura nenhuma!!!!! heheheh

Beijão guri!

Anônimo disse...

Esse texto é a prova de que não basta saber falar bonito, tampouco articular as palavras com gracejo, mas que a coerência das idéias e a qualidade do raciocínio também influenciam no resultado final do texto.
Para fins de arquivo, ficou interessante. Contudo, não tivesse eu me esforçado em interpretar por essa ótica, diria que minhas córneas foram cinicamente enganadas.

Entenda como quiser. ;)

Um abraço!

Anônimo disse...

Esse texto é a prova de que não basta saber falar bonito, tampouco articular as palavras com gracejo, mas que a coerência das idéias e a qualidade do raciocínio também influenciam no resultado final do texto.
Para fins de arquivo, ficou interessante. Contudo, não tivesse eu me esforçado em interpretar por essa ótica, diria que minhas córneas foram cinicamente enganadas.

Entenda como quiser. ;)

Um abraço!

Anônimo disse...

Como assim vc não entendeu o meu post???
Beijos

Anônimo disse...

Então tá, se chover amanhã vamos hoje...

O texto tá leve de ler e chiover no molhado de vez em quando é bom...

E eu uso RUBRICA (paroxítona) corretamente todos os dias.

Um abraço.

Anônimo disse...

Antes de qualquer coisa:
"Bah, não fosse tu velha demais eu até mandava a ficha..."
Coooomo assim?!
vc me chamou de velha, assim nas minhas barbas?!
:o
O povo daqui diria que vc tá muito gaiato!
hahahaha

Obg pela força tb, Marquinhoos. Esqueci de citar vc tb, que sempre está presente. =/
Minha cabeça tá em júpiter.

Perfeitiiinho, ótimo texto e ainda conseguiu seu objetivo.
\o/
Sempre melhorando ^^

beeeijoo
e otima semana!

Unknown disse...

Podeixar, Marquinhos, que quando eu fundar a minha editora, vc será um dos primeiros que convidarei pra publicar um livro. Então, garoto, vai pensando logo no tema!
Grd abraço.