quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Para Mulheres

Nesses dias tempestuosos, Solange estava passando por dificuldades financeiras e amorosas. Seu salário não dava conta das suas necessidades femininas e seu corpo escultural espantava os homens que queriam algo mais sério.
Esses e outros problemas haviam a deixado muito estressada e pra baixo. Para evitar uma depressão, queria terminar com aquela tristeza logo. Precisava ler um daqueles livros curtos de auto-ajuda. Uma sessão com psiquiatra não era a melhor opção para sua carteira.
Antes de sair de casa, Solange passou rapidamente uma maquiagem para esconder algumas marcas na pele e para disfarçar os resquícios de uma tarde cheia de lágrimas. Quando ficou pronta, pegou seu carro e foi à livraria mais próxima.
Enquanto estacionava, Solange não pôde deixar de reparar que, entretido olhando os livros, estava um lindo homem. Cabelos louros, olhos azuis e queixo forte. Estava usando uma roupa sóbria, porém muito elegante, o que mostrava que sabia vestir-se muito bem. Suas roupas, mesmo cobrindo o corpo todo, não conseguiam esconder o corpo malhado e bem cuidado que tinha. Solange quase bateu no carro da frente por olhar para o moço.
Entrou rapidamente na loja, para ver se conseguia o nome, o número de telefone, o endereço, o cereal favorito, qualquer coisa sobre o homem.
Mas acabou decidindo apenas andar pela livraria atrás do seu livro, deixaria o moço para depois. Foi na parte onde a atendente havia lhe informado estarem os livros de auto-ajuda, e começou a procurar um para si. Achou um que lhe agradou, e começou a ler o começo do livro para ver se era realmente o que queria.
Absorta pela leitura, não notou que o moço que havia notado antes passava nesse momento por suas costas, carregando alguns livros e lendo a capa do que estava em cima da pilha. Por estar concentrado no livro, não viu Solange e deu um esbarrão nela. Solange, desorientada, caiu no chão com a força do homem.
O homem, entre desculpas, ajudou-a a se levantar.
- Perdão, não a vi no caminho, realmente me desculpe.
Solange não estava acostumada com esse tipo de educação, mas disse que não havia sido nada, apenas uma caída. Mas aproveitou a chance para dar uma investigada sobre ele:
- Não se preocupe, não foi nada. Como é seu nome?
- O meu nome é Sérgio, e o seu?
- O meu é Solange, muito prazer. Desculpe a intimidade, mas o que você está fazendo aqui na livraria?
- Procurando alguns livros, eu adoro ler. E você?
- Ah, eu também adoro ler – desconversou Solange. Não poderia ter dado uma resposta melhor, pois sua cabeça estava ocupada com pensamentos do tipo “nossa, pela quantidade de livros deve ser rico” ou “além de rico e bonito, é inteligente e sensível” ou ainda “nossa, esse é o homem perfeito, nunca vou me perdoar se deixar que escape”.
- Ao menos me deixe ajuda-la com seus livros levando-os até o caixa – disse Sérgio, interrompendo os pensamentos de Solange.
- Na verdade é só um, mas eu aceito a sua ajuda – disse ela enquanto pegava qualquer livro da prateleira e dava para Sérgio carregar. Ele olhou para o livro que ela lhe entregou e falou:
- Nossa, eu adoro esse livro. Você vai gostar muito. Boa escolha.
Mesmo sem saber qual livro era, Solange só fazia aumentar sua admiração por Sérgio.
Dirigiram-se juntos para o caixa, Sérgio na frente com os livros. Ao chegar lá, Solange não teve tempo de falar nada e uma buzina veio de fora da loja. Sérgio olhou para a fonte da buzina (um carro conversível caríssimo) e reconheceu o motorista. Pagou os livros e falou:
- Foi muito bom te conhecer, Solange. Até qualquer hora dessas!
Pegou as compras e foi a passos largos para o carro. Chegando lá, foi recebido com um beijo pelo homem que estava dirigindo o carro.
Solange, perplexa, se dirigiu novamente à pilha de livros de auto-ajuda. Agora, mais do que nunca, iria precisar de um.

Moral da história: “Se procuras um homem bonito, rico, inteligente, sensível e fiel, esqueça: ele já tem namorado e eu sou uma das poucas excessões”.

5 comentários:

Anônimo disse...

Te cuida, Frodo!

=]

Abraço, maninho!

Anônimo disse...

Adorei!!!!

Pois é, é como eu sempre digo, beleza e dinheiro não são nada nessa vida!

E como dizia a minha avó: beleza não põe mesa.... heheheh

Beijão,
Kari

Jader disse...

Audácia pura, heim, irmãozinho?
kkkk....

Belo conto, gostei.
Abração!

Unknown disse...

Rá, rá, rá, rá... Conto de auto-ajuda, não: de AUTO-PROMOÇÃO!!! VC APRENDEU CEDO QUE A PROPAGANDA É A ALMA DO NEGÓCIO!!! Parabéns...
Grd abraço!

Anônimo disse...

kkkkkkkkk
adorei! hehehe

me lembrei de vc hoje na rua...
passou por mim hoje um casal bemmmm novinho. O menino lembrava vc ^^
como vcs começaram a namorar cedo! :o