quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

O Último dos Dias

Que dia melhor para que eu me retifique na postagem bloguística do que o último dia do ano? Tenho passado por batalhas internas entre o lado preguiçoso (comunista, canibal, terrorista, religioso fundamentalista e qualquer outro título ruim que passe pela mente dos leitores) que queria deixar sempre para depois, ou que queria deixar para sempre o depois, depende o ponto de vista; e o lado progressista (feliz, racional, disposto, e uma infinidade de adjetivos que contrastem bem com os títulos de antes) que queria de uma vez por todas acabar com a espera e com esse ócio que mata os meus neurônios ávidos por atividade. Como pode-se notar através deste texto, o lado pelo qual todos torciam venceu.
O clima também nunca ajudou muito. Agora está até agradável, como esteve em alguns poucos dias, mas na grande maioria esmagadora (permitam-me algumas redundâncias; tenham certeza de que elas são mais do que justificáveis) dos dias depois do fim das minhas aulas, o que predominou só pode ser chamado de agradável por aqueles meteorologicamente infelizes que vivem mais perto da linha do Equador do que eu, e ainda assim com excessões. Foi bem na época em que eu comprei um computador novo (super máquina, roda qualquer coisa), e eu, como qualquer outro fã de tecnologia/ciência/conhecimento/não-precisar-esperar-para-carregar-um-jogo-e-poder-rodá-lo-no-máximo faria, passei praticamente o tempo todo em frente do mais novo membro da família, e não foi qualquer 40°C que me intimidou. Jogava Spore, no alto da tarde, no alto do sol, quase nu, com todo o líquido que alguma vez eu já tenha bebido na vida escorrendo pelas costas, e estava feliz que nem pinto no lixo. Obviamente não por causa do calor, que eu desde sempre só considerei útil para valorizarmos mais o frio e desvalorizarmos os casacos que escondem tudo das moças. Falo mesmo.
E, de todas as piadas sobre o calor que já me fizeram, nenhuma foi tão irônica e maldosa quanto uma que o acaso me pregou. Sucedeu-se o seguinte: durante a época de frio, eu sempre deixo o casaco em um local de fácil acesso, e durante as curtas temporadas de calor que existem no meio do inverno (mais frequentes no seu final), eu o deixo descansando pendurado do lado de fora do guarda-roupa. Há pouco tempo, em uma que eu pensava ser uma curta temporada de calor, mas que na verdade era o começo do verão, deixei o casaco lá, esperando uma reviravolta no tempo. Nessa tarde, em que eu escorria em frente ao PC, olhei para o casaco e senti como se aquilo fosse coisa de outro mundo, coisa sobrenatural. Na verdade, aquilo estava extremamente semelhante a uma escultura em homenagem a algum deus (o do frio, no caso), se bem que nas religiões que conheço precisa-se primeiro morrer, para só então ir para o Inferno.

E como eu dizia anteriormente, o clima também não ajudou muito. Cabeças fritando pensam pouco, e pensam mal. E sem pensar até que dá para escrever alguma coisa, mas quero perder esse vício. É uma das minhas promessas para 2009, junto com exterminar um a um todos os defeitos que eu puder. Ou, na melhor das hipoteses, escondê-los. As pessoas que se dizem espontâneas vão criticar-me, me falando que esconder defeitos é falsidade. Eu, claro, responderei que espontaneidade de verdade nada tem a ver com fazer e dizer coisas sem pensar, e é na verdade não ter medo dos próprios sentimentos, emoções e opiniões. E isso é outro dos meus objetivos em 2009.

Mas antes de pensar em 2009, preciso declarar aqui para efeitos de registro, que 2008 foi o ano mais feliz da minha vida. Disse isso de 2007, e dizer isso de 2008 não diminui a qualidade de 2007, só traduz o quanto o ano que acaba hoje foi superlativo. Se pelas conquistas intelectuais ou pelas muitas amizades novas e maravilhosas, ou pelos montes, montes, montes, montes e montes de risadas que eu dei e proporcionei, ou ainda pelo amadurecimento no sentido de saber quando errar e que erros se pode errar, eu não sei. Deve ter sido a mistura de tudo isso, e essa mistura me faz estar eternamente agradecido a todas as pessoas que ajudaram para que isso acontecesse.

Eu tinha uma carrada de coisas pra dizer-lhes ainda, mas não lembro de boa parte delas. Só tenho mais a dizer que tenho recebido por todos os lados incentivos para a escrita, e é por isso que venho com vigor renovado agora.

Um Feliz Ano-Novo para todos vocês, que em 2009 tudo de bom seja realizado nas suas vidas. Aguardem novidades em breve.

Um abraço!

Um comentário:

Chico Moser disse...

Nossa, eu fiz parte desse 2008. Infelizmente não vou fazer tanta parte assim em 2009, infelizmente mesmo, porque pra mim 2008 também foi o melhor ano da minha vida, conheci tanta gente legal, como tu (no bom sentido). É sim, Marcus Vinicius da Silva, tu é o cara! Com quem eu vou ter conversas profundamentes filosóficas esse ano?

Espero que em breve eu compre um livro teu.