quarta-feira, 5 de março de 2008

O Cabelo

Cabelo é uma coisa que sempre preocupa. Até os menos vaidosos não saem de casa sem antes dar uns tapas na cabeleira. Os muitos vaidosos perdem certo tempo na frente do espelho. Não muito mais que uma ou duas horas, coisa básica.
Preocupa na aula. Nada de cabecear uma bola na Ed. Física, desmancharia o penteado, ou de coçar a cabeça na aula de matemática, durante um exercício particularmente difícil de resolver. Nem se fosse impossível de resolver, nada é mais importante do que manter o penteado na forma original. Talvez a morte de um parente, mas daí entra na conta a proximidade emocional com o parente, a proximidade de sangue e qual foi o último presente que ele lhe deu no aniversário. E tal conta é difícil de resolver, mas nada de coçar a cabeça.
Como eu disse, o cabelo só preocupa. Desde o momento em que começa a nascer, ele já nos impõe os limites do “pra qual lado pentear”, “arrepiado fica legal?” e outras tantas questões de caráter puramente filosófico. Mas imagino que preocupa mais ainda quando começa a cair.
O que antes era entradinha, vira entrada, depois uma garagem, garagem pra dois carros, estacionamento de mercado, pista de pouso e por fim um Saara dos mais áridos. E nada que a pessoa tome faz o processo parar. Tratamentos, remedinhos, simpatias, macumbas, despachos, rituais satânicos... Nada disso faz a genética ser menos rígida com os filhos e netos de carecas. Eu, por exemplo, torço pra ter herdado o cabelo da minha mãe, por que se tiver herdado do meu pai, daqui há alguns 40 anos eu provavelmente vou ter menos peso na cabeça, e não me refiro aos pesos das preocupações.
Mas o que salva os calvos, os caras desprovidos cabelísticamente e os cabeças-de-desodorante-rollon é aquele mito de que as mulheres preferem os carecas. Pode até ser, diz que o nível de calvície aumenta com mais testosterona, e vocês sabem que quem tem testosterona tem tudo. Menos voz fina, sensibilidade explícita e medo de baratas.
Na minha opinião pessoal, acho que as mulheres preferem aqueles homens com cara de William Bonner que tem o cabelo branco ao redor das orelhas. Até hoje minha mãe suspira quando vê aquele ator do filme “Uma Linda Mulher”, aquele filme que toca uma música do Elvis. O suspiro é mais profundo quando o cabelo branco lateral fica mais aparente.
Mas enfim, gostos femininos à parte, o tema central desse texto são as preocupações com o cabelo. E já seriam muitas preocupações não fosse o costume pouco interessante do cabelo de não crescer só cabeça.
Nas axilas, quando em grande quantidade, as faz virar sovacos, e no rosto passa uma sensação de sujeita que incomoda a quem olhar. Até ocorreu um fato estranho comigo, por que cresceu 1 (um) fio de barba (digo que é barba pela localização geográfica) no meu queixo e ficou muito comprido, tipo um centímetro e meio. Cortei, com a tesoura pra não instigar a crescer mais, e notei que mais acima, perto das suíças, também estava crescendo cabelinhos da mesma espécie. O que significa, que se eu quiser e me agüentar, daqui há alguns anos eu vou poder deixar uma linha de barba de uma orelha a outra, passando pelo queixo. Que bonito, né? Não responda.
Mas voltando aos cabelos fora da cabeça, tem também os cabelos no peito, que são os únicos sobre o qual eu não tenho opinião formada. Por um lado deve ser ruim ficar parecendo um macaco evoluído, e por outro deve ser ruim ficar parecendo um pinto pelado. De qualquer modo, essa não é questão para um blog de respeito. Por isso mesmo é que está nesse aqui.
Em um salão de beleza o maior lucro é o cabelo das clientes. Talvez fique atrás apenas do lucro das unhas, mas ainda assim deve ser um lucro considerável. As loiras querendo pintar o cabelo para deixá-lo moreno, as morenas querendo pintar o cabelo para deixá-lo loiro. No fim é pura inconformidade com a própria situação, o do outro é melhor, quero o do outro etc. Noites em claro por causa de um comentário sobre o cabelo, talvez um comentário bobo, mas que acaba por provocar uma avalanche de pensamentos que levam a mudar o cabelo, ou passar a zero, dependendo da situação do humor da cliente e da habilidade do cabeleireiro. E não sei pra que tanto trabalho, já que o cabelo não nos serve de nada. Antigamente pode ter servido de proteção contra o frio, mas hoje isso é facilmente contornável com uma manta ou touca.
No fim, o cabelo só serve pra nos preocupar mesmo.

4 comentários:

Anônimo disse...

*As vovós do onibus me mataram de vergonha. Sim, eu sinto vergonha pelos outros.
:$

uhauhauhauhaha
Posso falar que o meu me dá um trabalho daqueles ¬¬
Ontem msm eu pintei de preto. Chega de ter cara de professora de jardim! ¬¬
Mas aí agora tem que hidratar, depois de um tempo eu corto, aí a raiz cresce e eu pinto de novo, aí ta na hora de hidratar profundamente.. e por aí vai.

Agora sobre cabelo no peito eu tenho opinião mais que formada!
Não gosto!
(claroooo que eu nao me refiro a mim pq eu não tenho, logico. Alias, já imaginou que nojento se eu tivesse?! Credoooo).
Eu não gosto não. Prefiro qnd os meninos ou não têm ou metem a cera e sofrem com o puxão! :D
Lisiiiiinho ^^

;***

ContaPraMarcela disse...

Maquitoooo!!
Passei pra te agradecer pela força!
mesmo, foi incrivel contar com vc, com suas palavas!!!
Obrigada de coração por tudo! =))
Ah, e essas véias no ônibus, gente?
Q isso? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Beijos, bom fds!

Kari disse...

Aí aí... Cabelo só serve pra dá trabalho mesmo...
Engraçado que, a um tempo atrás o meu cabelo demonstrava o meu estado de espírito. Quando acabei o namoro com meu ex., pintei o cabelo de vermelho, aí a gente acabou voltando. Mas quando acabamos definitivamente, acabei cortando mais o cabelo. Sempre que mudava algo, eu mudava o cabelo... Mas parei com isso... Estou tentando deixar o meu cabelo completamente virgem e já fiz (não pela primeira vez) a promessa de não pintá-lo nunca mais...

Quanto a um peito cabeludo... Ah!!! Eu acho charmoso!!!!! =D
E também adoro homens com barba... Também tem um charme todo especial...
E quanto ao cara do filme... minha mãe também é louca por ele. Ela sempre fala que ele fica mais bonito a cada dia...

Beijão pra tu "guri"

Anônimo disse...

Cabelo,

uma vez cortei.

Até fui aplaudido quando cheguei na sala de aula. Desde então só faço isso de 2 em 2 anos que é pra arrancar mais aplausos... =P