segunda-feira, 17 de março de 2008

Que Saudade!

Procurei por outras palavras para escrever o título de hoje, mas não consegui achar nenhuma satisfatória. Meu intuito era o de descobrir um sinônimo para saudade ou saudosista, para não repetir muito as palavras usadas outrora por mim e por amigos para descrever um texto que falava de algo do qual se tem saudade. Todos os dicionários consultados me aconselhavam a usar “nostalgia”, mas isso me passa a idéia de lembrar algo e ter tristeza de que passou, quase como melancolia, o que não é verdade. Lembro de tudo o que vou dizer aqui com uma alegria singular, meio sem nome.
Enfim, o que eu lembrei e vou escrever aqui hoje, são os tempos de escola infantil. Lembrei dos causos enquanto algum professor passava um tema razoavelmente megalomaníaco no quadro. Fiz a associação por que nos tempos de escola infantil (de jardim de infância à quarta série) eu não tinha nada pra me preocupar. A minha consciência era como uma pluma de um pássaro selvagem. Talvez não muito limpa, mas indiscutivelmente leve.
Não havia temas para me atormentar, e quando haviam eram tão fáceis que beiravam o ridículo. Em 15 minutos estavam feitos. Os considerava demorados, por que na época quinze minutos eram uma eternidade, onde se poderia fazer várias coisas. E no recreio, 20 minutos, mais coisas ainda. Tenho até uma teoria para explicar por que à medida que envelhecemos o tempo vai ficando mais rápido e menos produtivo. Não é minha, é apenas uma junção de duas outras que li/ouvi/olhei em outro lugar.
A teoria diz que quanto mais novo se é, mais o mundo nos diz coisas novas, mais coisas precisamos memorizar e mais cada segundo fica gravado na memória. O que quer dizer que não é o tempo que passa mais devagar, nem nossa percepção que diminui, o que acontece é que não exigimos mais tanto da memória para que grave tudo o que acontece, e isso nos dá a ilusão de que o tempo que não memorizamos passou rapidamente.
É uma idéia difícil de engolir, e é provável que o certo seja cada pessoa entender sozinha ao seu tempo, mas não custa perder um tempinho pra pensar nisso. Agora, voltando aos meus apontamentos sobre a infância.
No tal recreio de 20 minutos, eu fazia de tudo. Lembro que os hábitos mudavam constantemente, junto com a programação da TV Globinho. Teve uma vez que passou na TV o desenho Bey Blade (nem lembro se escreve assim) que era, basicamente, de pessoas usando piões modernos para duelar. Pronto, não precisava de mais nada.
Comprei o meu pião, e não demorou muito era o melhor no novo esporte. Chegava a até impor certo respeito nos outros: os de séries inferiores me olhavam por baixo e os de séries superiores me deixavam andar com eles. Óbvio que não gozei de tal fama por muito tempo, e tal tempo terminou com a chegada de novos piões: dourados, pesados, com inércia maior e que giravam por mais tempo. Um deles destruiu o meu reles campeão verde (ele era verde), e lembro que precisei me segurar para não chorar e, por conseqüência, perder todo o prestígio que ainda me restou.
Depois de algum tempo, aprendi com a minha avó a brincar com piões de verdade, aqueles de madeira. Tenho o meu guardado até hoje. Nunca aprendi a tocá-lo do jeito da minha vó, ela tocava de modo a quase perfurar o chão com a batida e ele ainda pulava, já eu tocava ele de lado, bem bonitinho, mas sem a agressividade que era o diferencial da vó.
Quando levei o pião pra aula, muitos encararam como loucura, tristeza contida, ou uma revolta por ter perdido um duelo de Bey Blade, mas eu teria chamado de resiliência, se já conhecesse a palavra. Mas não importa como foi encarado a novidade, o que importa foi que dali umas semanas tinha virado mania e poucos resistentes à idéia ainda continuavam com os outros piões. Apareceram piões de madeira pintados, com desenhos de línguas de fogo, tribais etc. Lancei uma modinha e até impulsionei o comércio local de piões antigos, tudo isso com no máximo 10 anos.
Piões à parte, não pensem que eu era um viciado em jogos. Eu detestava jogar futebol (ainda detesto, mas sou bem mais tolerante), e quando batia tazos (aquelas rodinhas de plástco colecionáveis que vinham nos salgadinhos da Elma Chips) nunca era apostando de verdade. Eu era mais viciado em correr, brincar de lutinha e me tocar no chão sem me machucar. Conservo até hoje amigos que eu cansei de socar e chutar, nos vários estilos de lutas marciais (dependia do último filme de luta que passara na tevê: ou Matrix ou Jack Chan). Gostava também de puxar os cabelos das gurias, cutucar no lado do corpo naquela parte que mais dói e incomodá-las de todas as formas possíveis (pastelão só com um nível de malícia mais alto, lá pela quinta série). Era uma reconhecida forma de corte, e pasmem, funcionava.

São muitas lembranças, e se continuar a escrever o que vem à mente não vou parar mais. É muito bom exercitar a memória assim, me sinto como se tivesse dado o primeiro beijo de novo. E vejo como a vida é cor de rosa mesmo e nós que insistimos em pintá-la em tons de cinza... etc. Toda aquela ladainha que vocês escutaram várias vezes eu dizer.

Abração pra vocês!

7 comentários:

Kari disse...

Caramba, enquanto lia começei a lembrar algumas coisas... Lembrei da cadeira do pré-escolar. Lembrei da professora e do menino que eu era apaixonada na alfabetização... Xiiii, lembrei de muita coisa em...

Lembrar é bom, acho que faz tãooo bem. E quanto a teoria do tempo, gostei dela...

BEIJÃO PRA TU

Antônio Dutra Jr. disse...

uhashsahsahsahusahusahsauhasuhsauhashuasuhashashauhsasuhhsahsahusauhsauhsauhasuhasuhsauhsauhsauhsauhsahus

Deve fazer no máximo uns 5 anos que passou o "beibleide", meu irmão era viciado nisso! Do jeito que tu escreveu, parecia eu falando de coisas de 15 anos atrás. Nossa, dei muita risada.

=]

Fala, Garoto! disse...

Lembra-se de quando �ramos pequenos e choravamos ao ir � escola? Tempos bons, mas que n�o voltam...:***
Cara, tem uma presente pra ti no meu blog. Pegue-o, l� Abs

- Ana Paula - disse...

Eu adoro lembrar da minha infância, porque ela foi simplesmente MARAVILHOSA!!
Acho que é por isso que eu gosto de crianças, pq eu fico pensando q elas estão vivendo uma fase especial como foi a minha.


=]

Anônimo disse...

nostalgia...
se não é a minha palavra preferida, é uma das.

Sobre os brindes da Elma Chips: ainda me lembro da época em que os salgadinhos vinham com imitações de dedos, olhos e outras coisas bizarras... eu adorava.

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
adorei!
uahuahuahuahuauhuha
lembrei de duas coisas lendo isso: a primeira foi da minha dignissima pessoas brincando de bafo (figurinhas que ficam com o 'rosto' virado pra baixo e a gente tem que vira-las) com os meninos e eu ganhando quase sempre.
ehehehe
e a segunda foi inevitável: vc nao emprestando seu lapis pq sua mãe não deixava!
uahauhauhuhauahauhauhuhuauahau

*eu lembro dos tazos
hahahahha
**e podexá que nao vou virar alcoolatra nao
uahauhauhauha

Beiiijooo, menino lindo do pião
:D

Anônimo disse...

Eu também tenho saudades de muitas coisas da minha infância, mas como sou pré-histórico, deixa quieto (rs!)...
Tenha uma excelente páscoa, Marquinhos!...
Valeu!