sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Críticas(?) Culturais(?) Return

Eu tenho lido bastante nos últimos dias, feito visitas freqüentes à biblioteca e, hehehe, isso é um paraíso. A mamata termina dia 28, mas eu ainda tenho uns bons seis dias até lá. Pra não deixar de escrever alguma coisa, e ao mesmo tempo escrever pra ver se engrena e quem sabe sai algo do meu gosto, eu vou fazer uma breve “crítica” dos livros e de um filme que eu olhei há alguns dias.

Os livros:

O Alquimista – Paulo Coelho
Foi realmente um choque ler este livro, visto que foi um dos primeiros de autor brasileiro que li fora alguns de crônicas. Foi um choque por que, como eu notei depois de começar a escrever nesse blog (isso é outra coisa legal de escrever: tu acaba ficando muito mais sensível às palavras usadas pelos outros, às expressões e também às artimanhas usadas pelos autores para conseguir o que querem dos personagens e da história em si), os estrangeiros tem um estilo totalmente diferente dos daqui do Brasil. Os brasileiros aproveitam muito mais da grandeza do idioma, não só no vocabulário, mas também nos apostos, nas rimas e naquelas frases de impacto que tem uma sonoridade diferente. Não que os estrangeiros sejam ruins, mas é que (acredito eu) boa parte da arte se perde durante a tradução, no caso de alguns tradutores.
Agora, voltando ao livro. A história é boa, fluente, não te dá vontade de parar de ler, tem reviravoltas legais, e ainda por cima tem uma boa mensagem de fundo. Eu destaco o momento em que o personagem principal medita para se transformar em vento, onde eu me senti tão envolvido na história que eu cheguei a ofegar.

Isaac Asimov
Deste cara eu li vários, por isso não vou comentar cada um deles em separado, mas vou escrever sobre o jeito que ele escreve.
As histórias são para quem gosta de ficção científica, mas tem que gostar mesmo, e não precisa entender muito disso. Claro que quem entende alguma coisa vai apreciar mais, pois as explicações fazem a coisa toda fazer sentido e deixar de ser tanto ficção, mas não é de todo necessário. Ele tem o costume de fazer você ver de um jeito diferente certas coisas que você está muito tão habituado a ver normalmente, que nem te passa pela cabeça que havia outro modo de vê-la. Por exemplo: (as palavras a seguir contém uma espécie de spoiler, então, se você acha que algum dia ainda vai ler algum livro dele e não quer saber de antemão o que eu vou mostrar, pule para o próximo parágrafo) em uma história duas crianças encontram duas criaturas estranhas, horrorosas e bem pequenas. As levam para dentro de casa (escondidas dos pais) e tentam domesticá-las, sem sucesso. Depois de algumas reviravoltas descobre-se que as criaturas que as crianças usavam de bichinho de estimação eram na verdade alienígenas inteligentes que vieram de outro planeta para comerciar justamente com os pais dessas crianças. Depois de resolvida a situação, pazes feitas, os alienígenas vão embora. O que acontece, caro Watson, é que no penúltimo e no último capítulo nos é revelado que os alienígenas na história eram humanos como nós, e que as crianças eram E.T’s dos mais tradicionais (verdes, com antenas e olhos nas pontas das antenas), diferentemente do que se está condicionado a pensar até então.
Pode ser desinteressante para muitos, mas eu acho fascinante. Outra coisa legal sobre esse autor é que uma boa parcela das histórias dele tem como ponto principal os robôs e todas as situações que podem envolve-los. Ele acha esse assunto tão importante, que chegou a criar as famosas Três Leis da Robótica:
Primeira Lei: o robô não pode ferir um ser humano, ou por inação deixar que um ser humano seja ferido.
Segunda Lei: o robô deve sempre atender às ordens do ser humano, a menos que isto interfira na execução da Primeira Lei.
Terceira Lei: o robô tem direito à auto-preservação, a menos que isto interfira na execução da Primeira e Segunda Leis.
Alguns filmes que foram baseados em obras deste gênio são O Homem Bicentenário e Eu, Robô. Vale a pena conferir

O filme:

X-Men 3
Os efeitos especiais são simplesmente sensacionais, e a história segue sempre muito bem enlaçada com as edições anteriores. Lógico que algumas das coisas que ocorrem no filme não condizem muito com a realidade, mas se a pessoa não for tão cricri como eu ela nem nota. Como por exemplo o homem que pode recriar partes do corpo (cai um braço e no lugar nasce outro), mas isso me deixa uma dúvida: de onde ele tira material para recriar o braço? É uma super sintetização de ar ou quem sabe um reservatório gigante de células tronco? As minhas dúvidas são sempre desse rol.
Mas apesar dessas inconsistências físicas e biológicas, o filme é ótimo.

Acabei escrevendo mais do que queria, e agora o post já está grande demais para eu escrever sobre mais umas duas ou três coisas que eu queria (o que vem bem a calhar, já que esqueci o que eram).

Abração!

6 comentários:

Gisele Sanches disse...

Sabe que rola o maior preconceito comntra o paulo Coelho, né?
Uns defendem que é Literatura, outros dizem que não.
O único livro que eu li dele, foi "Na Margem do Rio Piedra, Eu Sentei e Chorei".
Eu achei fabuloso... Não sei se pelo momento que eu estava vivendo, oiu qualquer outra coisa, mas me apaixonei pelo livro.


:*

Anônimo disse...

Eu nunca li Paulo Coelho, acredita?

O último livro que li foi "A cidade do sol", que é do msm autor de "O caçador de pipas".
Bem legal. Gostei.

Pior que lendo teu post me bateu uma tristeza pq vou ter q passar um tempo sem ler livros desse tipo por causa da facul que tá me enlouquecendo...
até vesga tô ficando =/

Bom fds, viiiu?
*ah, achei o post longo não!

;****

Anônimo disse...

Ok, rola um preconceiro contra o Pernalonga, sim. No meio acadêmico está cheio disso. Como eu já disse no poema "Oração do letrado", ele não é nenhum Graciliano Ramos, mas temos que reconhecer que sabe escrever o que o povo gosta, senão não seria o escritor brasileiro mais lido no mundo. Evidentemente, vou sempre preferir o Machadão, mas já li alguns livros dele, e até que são razoáveis. Só gostaria que ele agisse mais como um escritor brasileiro, já que em seus livros ele pouco fala do Brasil. Acho que ele prefere ser "internacional"... E, aqui para nós, essa história de "mago" é uma tremenda baboseira...
Bom FDS, Marquinhos!

Kari disse...

Já li "Brida" e "Veronika decide morrer" do Paulo Coelho... Livros realmente muito bons. Gostei da forma como ele escreve e como te envolve na estória...

Não gosto nem um pouco de ficção científica, então, num vou comentar...

E quanto ao filme, só assiti até o 2, depois fiquei com preguiça... hehehehehe

Beijão pra tu guri

Anônimo disse...

Você tem uns posts ricos, inteligentes, bem escritos e extensos demais para uma cabeça que está com sono e exausta depois de aproximadamente dez horas de trabalho braçal e mental... rs...

Só dando sinal de vida, amigo.

;)

Jader disse...

Oi irmãozinho!

Por partes, como sempre faço em posts longos:
- quem traduz trai, logo muita coisa se perde na tradução porque cada idioma é único...
- nunca consegui ler nada inteiro do Paulo Coelho, prometo que um dia vou tentar comcluir uma obra desse autor, que de bicho grilo e parceiro letrista do Raul Seixas algumas décadas atrás hoje é membro (!) da ABL...
- Isaac Asimov é referência no meio científico até hoje (para alguns, má referência, mas isso não anula a frase). Embora controverso e polêmico, o cara já naqueles tempos previa a dependência da tecnologia que existe hoje e ia muito além!
- Não posso opinar sobre o X-Men 3 porque não vi sequer os anteriores...

Abraço e bom domingo!